A pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (31) pelo jornal Folha de S.Paulo mostrou quais pré-candidatos mais se beneficiam se o ex-presidente Lula (PT) não puder disputar a eleição presidencial: a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva (Rede) e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT). Lula, segundo a pesquisa, lidera a corrida eleitoral e teria de 34% a 37% dos votos se a eleição fosse hoje.
Marina, que era do PT e foi ministra de Lula, herdaria 15% dos votos que seriam do ex-presidente. Ciro ficaria 14%. Ambos são de partidos de centro-esquerda, mais próximos do espaço que o PT ocupa no espectro político-ideológico brasileiro.
Surpresas logo atrás: adversários de Lula ficam com votos dele
Logo atrás na lista dos possíveis beneficiários da divisão do espólio eleitoral do petista, a divisão dos votos de Lula não segue um alinhamento ideológico. O capital eleitoral do ex-presidente fica, em geral, com adversários políticos do PT ou de possíveis candidatos não alinhados com a esquerda.
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O apresentador de televisão Luciano Huck (sem partido), ficaria com 8% dos votos de Lula. Logo atrás, vêm o deputado Jair Bolsonaro (PSC, 7%); o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB, 6%); o senador Alvaro Dias (Podemos, 4%); o ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT, 4%); o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTC, 3%); e a deputada Manuela D´Ávila (3%, PCdoB). Desses nomes, apenas Wagner e Manuela são de esquerda.
Desempenho de Jaques Wagner é fraco, mas ele pode crescer na campanha
Possível substituto de Lula como candidato do PT, Wagner teve um desempenho fraco na pesquisa – demonstrando que, ao menos neste momento, o ex-governador não é visto pela maioria dos eleitores como o “candidato de Lula”. Analistas entendem que isso tende a mudar durante a campanha eleitoral, caso o ex-presidente peça votos para Wagner.
Outro nome que estaria sendo cogitado pelo PT para substituir Lula como candidato a presidente, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, não foi incluído na pesquisa pelo Datafolha.
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Embora o PT negue mudar de candidato, a possibilidade de a sigla escolher um substituto para Lula vem sendo discutida desde que o ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) no processo do tríplex do Guarujá (SP). Com a condenação, Lula está inelegível de acordo com a Lei da Ficha Limpa. E, em tese, só poderá concorrer se conseguir uma liminar em tribunais superiores.
Um em cada três eleitores de Lula não escolheria ninguém
O Datafolha ainda mostrou outros pré-candidatos que ficariam com apenas 1% dos votos de Lula cada um: o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD); o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro (PSC); o empresário João Amoêdo (Novo); e o líder dos sem-teto Guilherme Boulos (sem partido).
A pesquisa revelou ainda que um a cada três eleitores de Lula não quer votar em nenhum outro candidato: 31% disseram que votariam em branco, nulo ou que não escolheriam nenhum nome que não seja o do ex-presidente. Houve ainda outros 4% que disseram ainda não saber em quem votariam se Lula não concorrer.
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Metodologia da pesquisa
A pesquisa Datafolha foi realizada nos dias 29 e 30 de janeiro, após o julgamento no TRF-4, que ocorreu no dia 24. O Datafolha ouviu 2.826 eleitores em 174 municípios. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais para mais ou menos. E tem um nível de confiança de 95%, o que significa que, se a pesquisa for repetida 100 vezes, em 95 os resultados vão estar dentro da margem e erro. O levantamento, encomendado pelo jornal Folha de S.Paulo, foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR 05351/2018.
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