Pena que quem decide o que o seu filho vai estudar é o MEC. (Foto: Rodolfo Buhrer/Gazeta do Povo).| Foto:

O ensino médio dos meus sonhos teria essas disciplinas:

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Comunicação

* Português com foco em redação e interpretação de textos. Todo conteúdo gramatical e da estrutura da língua giraria em torno dessas duas competências: redação e interpretação.

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* Oratória aplicada + como montar apresentações com noções de design. Alunos teriam espaço nos eventos da escola para apresentarem seus projetos.

* Etiqueta, relacionamento interpessoal e liderança.

* Fluência em dois idiomas: inglês e espanhol. Aulas de línguas todos os dias com foco na comunicação e sem carga pesada de gramática. O aluno terminaria o ensino médio fluente nas duas línguas.

Exatas

* Matemática com foco em lógica, estatística e leitura e interpretação de dados.

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* Conhecimentos fundamentais de química e física com ênfase prática em laboratório. Introdução científica.

* Educação financeira. Gestão de orçamento, investimentos e treinamento no uso de softwares para gestão de orçamento familiar.

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Humanas

* Compreensão da timeline da história do mundo e do Brasil sob diversos pontos de vistas doutrinários. Não há doutrina considerada correta ou errada. A escola deve ter posicionamento neutro, respeitando a posição escolhida de cada aluno.

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* Filosofia – estudo sobre os principais pensadores e suas vertentes. A escola se posiciona de forma neutra, porém apresentando vários pontos de vistas diferentes, sempre respeitando a posição individual de cada aluno.

* O estudo da geografia deve ter enfoque nos aspectos econômicos, sociais e demográficos, dando ao alunos a percepção de causa e efeito dos erros e acertos dos agentes públicos e políticos. Economia e a compreensão de como funciona o mercado devem ser o centro do conteúdo.

* Introdução ao direito do consumidor, civil, familiar e criminal. Conhecer as regras do jogo é fundamental.

* Artes – música, teatro, dança e artes plásticas. Desenvolvimento em pensamento abstrato e desenvolvimento de talentos. Atividades artísticas devem ganhar espaço nos eventos. Os eventos da escola seriam organizados por empresas juniores, tocadas pelos próprios alunos (ler adiante).

* Esporte – prática diária de esporte com foco no desenvolvimento de talentos, alta performance e competências de trabalho em equipe, liderança e competitividade. A organização das competições sempre será feita pelas empresas juniores, tocadas pelos próprios alunos.

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Empresa Júnior

* Modelo de empresa júnior existente em algumas universidades, dirigido para o ensino médio. Foco em estimular e ensinar sobre empreendedorismo. Os empreendimentos desenvolvidos pelas empresas juniores do ensino médio seriam focados em duas vertentes: a primeira, para atender às demandas de eventos sociais e esportivos da escola. E a segunda vertente com o foco em trabalhos sociais, impactando a comunidade local.

Coaching de carreira

Todos os alunos teriam um acompanhamento de especialistas em carreira. Os coaches apresentariam como cada um pode chegar aonde deseja, quais caminhos devem seguir e como podem se preparar para alcançarem seus objetivos. Uma vez por mês, cada aluno teria um acompanhamento individualizado e com direcionamento prático.

O mesmo trabalho de acompanhamento individual aos alunos reforçaria sempre o propósito de cada disciplina, dando ao aluno a compreensão da importância sobre cada matéria, o que contribuiria com a motivação dos alunos pela importância que cada uma das informações terá em suas vidas. Nada desmotiva mais do que suspeitar que o que se estuda não servirá para nada em seu futuro.

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Tecnologia

Ensinar o uso das ferramentas básicas de tecnologia e o ensino de programação. Um tablet seria parte do material didático, bem como o uso de aplicativos para realização de provas, entrega de trabalhos, notas, comunicação com os pais e integração entre os alunos.

Inteligência emocional

Ensinar sobre ansiedade, resiliência, empatia, perdão, resolver conflitos, transparência, relacionamento com os pais, superar frustrações, automotivação, autossabotagem, superar traumas, superar complexos de inferioridade, lidar com a rejeição etc.

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Fora tudo isso, aumentaria a duração do ensino médio para o período de quatro anos, para dar mais tempo para o amadurecimento dos adolescentes e para ser possível que eles se aprofundem nas disciplinas acima. Em compensação, o tempo da universidade seria reduzido em um ano em determinadas carreiras, podendo ser aumentado em carreiras mais instrumentais.

Gostou dessa escola?

Pois é, o MEC é quem determina como são as escolas e como o seu filho deve gastar anos de sua vida. Logo, se uma escola como essa fosse aberta no Brasil, por mais que você gostasse, ela rapidamente seria fechada, porque estaria fora da lei.

Por isso, eu sempre digo: eduque o seu filho apesar da escola.

Alguém pode dizer: uma escola pública nunca será assim. Se o governo não for competente para executar, como alternativa, ele pode desenvolver a metodologia de ensino e um padrão operacional. Em seguida, deveria treinar e franquear a escola para a iniciativa privada, que operaria dentro dos padrões estabelecidos como em qualquer franquia. O governo paga para cada aluno, o que sairia mais barato do que manter a estrutura precária das escolas públicas convencionais e ainda com melhor qualidade para os alunos.

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Só teria um “problema”: não haveria mais indicações políticas para dirigir as escolas…