Na noite de quarta-feira da semana passada, 15 de outubro, o Ministério da Saúde divulgou uma nota recomendando a suspensão da vacinação contra a Covid-19 em adolescentes saudáveis, sem comorbidades, com idade entre 12 e 17 anos. Dentre as justificativas apresentadas, uma era de que “a maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela Covid-19 apresentam evolução benigna, apresentando-se assintomáticos ou oligossintomáticos”, e também que “os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos”.
Como não podia deixar de ser, os surfistas de pandemia, os lobistas da vacina e demais agentes da covidocracia que se instalou no país desde março do ano passado armaram o escândalo cenográfico de sempre, convocando os seus “especialistas” a tiracolo para condenar – mui cientificamente, é claro – a decisão do ministro Marcelo Queiroga (que, aliás, seguindo um padrão do atual governo, já parece ter recuado diante dos primeiros gritos histéricos da oposição). Como também não podia deixar de ser, um ministro do STF – principal partido de oposição no país – se intrometeu no caso, mais uma vez garantindo a governadores e prefeitos o direito de ignorar as diretrizes do governo federal e fazer o que bem entendem, mesmo que à margem da Constituição. Os personagens burlescos de sempre, estrelas da ópera bufa que se tornou a realidade pandêmica brasileira, ganharam holofotes e microfones para contradizer o ministro da Saúde em nome de uma “ciência” made in China.
A cautela na vacinação de adolescentes justifica-se, sim, por razões científicas, e também vem sendo adotada por instituições médicas e sanitárias ao redor do mundo
E, no entanto, o ministro Queiroga está certo (ou estava, antes de aparentemente refugar) em adotar postura cautelosa quanto à vacinação de adolescentes. Ao contrário do que chalreiam as maritacas da imprensa militante e lobista, a cautela justifica-se, sim, por razões científicas, e também vem sendo adotada por instituições médicas e sanitárias ao redor do mundo.
No início do mês, por exemplo, o Comitê Conjunto sobre Vacina e Imunização do Reino Unido (Joint Committee on Vaccine and Immunisation, JCVI), órgão consultivo do governo britânico para assuntos sanitários, recomendou que vacinas contra a Covid-19 não sejam aplicadas em pessoas saudáveis com idade entre 12 e 15 anos. O corpo técnico do JCVI considerou que, no caso de crianças e adolescentes sem comorbidades ou doenças preexistentes, as vacinas não trazem benefícios comprovados que justificassem a sua aplicação. “Adotando uma abordagem cautelosa, no momento a margem de benefício foi considerada muito estreita para justificar uma campanha universal de vacinação contra a Covid-19 nessa faixa etária. O comitê continuará a rever os dados sobre segurança enquanto forem surgindo”, declarou Wei Shen Lim, diretor do setor de imunização contra a Covid-19 do JCVI. Dizia ainda o comunicado da entidade: “Na medida em que se acumulam dados de longo prazo sobre potenciais reações adversas, uma maior certeza poderá vir a permitir a reconsideração dos riscos e benefícios. Mas esses dados podem não estar disponíveis pelos próximos meses”.
Enquanto casos de mortes pós-vacina são registrados, dados e informações cruciais continuam sendo omitidos da população, tratada pelas autoridades e pela imprensa como um rebanho de bovinos
No último dia 17, um comitê de vacinas da FDA (Food and Drug Administration), a Anvisa americana, decidiu desautorizar uma terceira dose da vacina da Pfizer na população americana saudável a partir dos 16 anos. Foi autorizada apenas para pessoas acima de 65 anos e com risco de desenvolver formas graves da Covid. Vários membros do comitê mostraram-se preocupados com a explosão de registros no Vaccine Adverse Event Reporting System (Vaers), um banco de dados dos casos de efeitos adversos de todas as vacinas aplicadas nos EUA.
Um deles foi Marion Gruber, ninguém menos que a diretora do Escritório de Pesquisa e Revisão de Vacinas do FDA. Em sua apresentação (ver imagem abaixo), Gruber argumentou que os dados pós-autorização (da segunda dose) revelaram um aumento no risco de desenvolvimento de miocardite e pericardite, sobretudo no período dos sete dias subsequentes à aplicação da segunda dose da vacina. O risco é mais alto entre pessoas do sexo masculino com idade entre 16 e 17 anos. “Não se sabe se haverá um aumento do risco de miocardite/pericardite, ou outros efeitos adversos, após a aplicação de uma terceira dose da Comirnaty (Pfizer)”, disse Gruber, que, curiosamente, anunciou na própria reunião a sua decisão de deixar o cargo nos próximos meses, junto com o seu vice, Philip Krause. De acordo com jornais americanos – a exemplo do New York Times –, Gruber e Krause estariam insatisfeitos com o anúncio do presidente Joe Biden (outro vacinador em massa compulsivo) de que os adultos deverão receber uma terceira dose da vacina oito meses após tercem recebido a segunda dose.
Outra integrante do comitê, Jessica Rose, apresentou cifras alarmantes do Vaers. De acordo com os dados, o número de mortes registradas como decorrentes da vacina contra a Covid já é o dobro do numero de mortes de todas as vacinas aplicadas nos EUA nos últimos dez anos. De acordo com Rose, há um aumento de mais de mil por cento no número de registros de eventos adversos no ano de 2021, que ainda não terminou. Nas palavras da especialista: “Cabe ao diretor de saúde pública, ao FDA, ao CDC e aos formuladores de políticas públicas responder a essas anomalias, reconhecer o sinal claro de risco emergente mostrados pelos dados do Vaers e confrontar a questão dos riscos dos produtos injetáveis utilizados contra a Covid-19, os quais, em minha opinião, superam qualquer benefício potencial associado a esses produtos especialmente em crianças”.
Rose mostra, ainda, um gráfico preocupante sobre Israel, uma árvore filogenética que parece indicar uma coincidência temporal entre o crescimento das variantes alfa e delta da Covid-19 e o lançamento dos imunizantes naquele país. “Israel é um dos países com maior número de vacinados [chegando hoje próximo a 90% da população], e o que esses dados parecem indicar é que há uma clara falha das vacinas em fornecer imunidade protetora contra variantes emergentes e prevenir a transmissão, não obstante o número de doses adicionais aplicadas. E isso levanta a questão de saber se esse acúmulo de doses estaria levando ao surgimento de novas variantes”.
A situação é, de fato, preocupante. No Brasil, tivemos há pouco o caso de Isabelli Borges Valentim, 16 anos, adolescente até então saudável que morreu uma semana depois de se vacinar contra a Covid-19. Rapidamente, uma junta de 70 especialistas do governo de São Paulo – cuja versão foi tida como inquestionável por uma imprensa vassala e moribunda – descartou qualquer ligação entre a morte e a vacina, alegando que Isabelli sofria de uma doença autoimune grave e rara, conhecida como Púrpura Trombótica Trombocitopênica (PPT), o que a mãe de Isabelle nega. Ademais, embora a nota emitida pelos especialistas afirmasse que não há como estabelecer qualquer relação causal entre a doença de Isabelle e as vacinas de RNA mensageiro, pesquisadores israelenses constataram justamente o contrário, que a vacina da Pfizer está, sim, associada a um risco aumentado do desenvolvimento da PPT.
Em suma: enquanto casos semelhantes são registrados, dados e informações cruciais continuam sendo omitidos da população, que, tratada pelas autoridades e pela imprensa como um rebanho de bovinos, não consegue ter um mínimo de segurança para tomar uma decisão informada sobre a própria saúde. Como é possível que Isabelli, até então uma jovem saudável, seja subitamente diagnosticada com uma doença autoimune tão rara, e morre poucos dias após tomar a vacina? Terá sido uma incrível coincidência? Obviamente, os autoritários de plantão não respondem a essa pergunta, e nem sequer permitem que seja levantada. Tampouco assumem qualquer responsabilidade sobre as eventuais consequências de seu endosso à vacinação indiscriminada e sem freios. É uma verdadeira orgia sanitária!
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