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Flavio Quintela

Flavio Quintela

Antivax ou antidéspotas?

O tenista Novak Djokovic com o troféu de campeão do Australian Open de 2021.
O tenista Novak Djokovic com o troféu de campeão do Australian Open de 2021. (Foto: Dave Hunt/EFE/EPA)

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Tem sido uma tristeza para mim ver tanta gente destilando ódio contra qualquer um que não queira se vacinar contra a Covid – inclusive e principalmente pessoas que, no passado, se diziam defensoras da liberdade e contrárias à tirania do Estado –, como se isso fosse condição suficiente para tachar alguém de “antivax” ou coisa parecida.

Eu tenho uma notícia para vocês que têm feito isso: tem muita gente disposta a perder o emprego em troca de manter a integridade de seus valores. E é gente que já se vacinou no passado contra um monte de doenças, gente que acredita, sim, na medicina e na verdadeira ciência, mas que se recusa a ceder espaço a arroubos ditatoriais de governos corruptos.

Na Marinha norte-americana, 35 membros das forças especiais – incluindo 26 Seals, considerados os combatentes mais bem preparados das Forças Armadas do país – conseguiram um mandado de injunção que impede o Departamento de Defesa de tomar quaisquer medidas contra o grupo por sua recusa em se vacinar contra a Covid.

Muita gente está disposta a perder o emprego em troca de manter a integridade de seus valores. E é gente que já se vacinou no passado contra um monte de doenças, mas que se recusa a ceder espaço a arroubos ditatoriais de governos corruptos

Os Correios dos Estados Unidos solicitaram à administração Joe Biden uma extensão de 120 dias para começar a cumprir a exigência de vacina para seus funcionários, alegando que a perda de pessoal será tamanha que poderá trazer um prejuízo substancial ao país por causa da incapacidade de entregar correspondência. É grande demais o número de carteiros e funcionários internos que já informaram que se desligarão caso a obrigatoriedade da vacina contra Covid seja colocada em vigor.

A Clínica Mayo, uma das organizações de saúde mais famosas dos Estados Unidos, demitiu 700 funcionários que não concordaram com a obrigatoriedade de vacina imposta pela administração da rede. O número corresponde a 1% de seus funcionários em todo o país.

Novak Djokovic, tenista número 1 do mundo, está fora do Aberto da Austrália porque não se vacinou contra Covid. Seu visto de entrada no país foi cancelado pelo governo australiano, que tem sido uma das piores surpresas em toda essa pandemia, usando de violência e autoritarismo contra seus cidadãos por motivos banais como o não uso de máscara em locais abertos e coisas do tipo.

Tudo isso aconteceu apenas neste 5 de janeiro de 2022.

Muitas dessas pessoas que estão abrindo mão de seus empregos não precisam se vacinar, pois já tiveram Covid e possuem uma imunidade natural. Mas isso não importa aos governos e à mídia em geral. A vacina obrigatória nunca foi sobre proteger pessoas, e sim sobre dominá-las e subjugá-las. Afinal, se uma vacina não previne nem a transmissão e nem o contágio, certamente não faz o menor sentido que ela seja obrigatória. Mais que isso, não existe explicação plausível para tamanho desprezo para com a imunidade natural. Pessoas que se curaram de uma infecção por Covid deveriam ser consideradas tão ou mais imunes que pessoas vacinadas.

Mas, não custa repetir, não é sobre proteger e sim sobre testar os limites do domínio.

A Suprema Corte norte-americana está prestes a se pronunciar sobre os processos movidos contra o governo de Joe Biden por conta de seu mandato vacinal. Com base no que já foi dito e considerado em tribunais inferiores, a probabilidade de uma suspensão permanente do mandato é grande. Se isso acontecer, a liberdade estará protegida em pelo menos um lugar do mundo. E isso diz muito sobre o mundo em que vivemos. Liberdade, hoje em dia, é exceção em vez de regra.

Não existe explicação plausível para tamanho desprezo para com a imunidade natural. Pessoas que se curaram de uma infecção por Covid deveriam ser consideradas tão ou mais imunes que pessoas vacinadas

Fui vacinado com Pfizer, prestei meu serviço de cobaia. Não sou antivax. Nesta quinta mesmo devo tomar a vacina contra a gripe, como faço todos os anos. Só não me peça para injetar um medicamento em meu corpo sob justificativas mentirosas e sem sentido. Eu me vacinei porque acreditava – e ainda acredito – que a vacina é importantíssima para impedir os casos graves da doença. Tendo 46 anos de idade, ponderei os riscos dos dois lados e tomei minha decisão (e a injeção também). Meus filhos, no entanto, são uma outra história. É impressionante como a grande imprensa tem enfiado a vacinação de crianças goela abaixo da população. É impressionante como um discurso vazio de bem comum tem sido o tijolo básico da exigência de vacinação, ao mesmo tempo em que se ignora a imunidade natural que já atinge as centenas de milhões de pessoas e os índices baixíssimos de efeitos negativos que a Covid tem sobre crianças.

Para finalizar, deixo meus parabéns aos Seals, aos carteiros, aos médicos e enfermeiros, ao Djokovic e a qualquer pessoa disposta a abrir mão de seu sustento para manter sua integridade interior. Não é fácil fazer o que vocês fizeram.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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