Escrevo esta coluna do aeroporto internacional de São Francisco. Desde 2014, venho pelo menos uma vez por ano a esta que já foi uma das mais belas cidades do mundo. Ano após ano, visita após visita, tenho percebido nitidamente o aumento na quantidade de mendigos e moradores de rua espalhados por diversos bairros, inclusive os mais nobres e caros. Hoje mesmo, enquanto vinha para o aeroporto, comentei com a motorista do Uber sobre essa minha percepção e ela me respondeu que eu estava corretíssimo. Os próprios moradores estão boquiabertos com o crescimento da pobreza na cidade mais cara dos Estados Unidos – um levantamento feito pelo jornal USA Today mostra que o custo de vida em São Francisco é 25% mais alto que a média americana, e uma família de quatro pessoas precisa ter renda mínima acima de US$ 12 mil mensais para viver com conforto – e entendem que algo está errado.
Mais de 3 mil quilômetros distante, Chicago é uma das cidades mais violentas da América. A taxa de assassinatos da terceira cidade mais populosa do país já ultrapassou a marca de 24 homicídios para cada 100 mil habitantes (a título de comparação, o Rio de Janeiro teve 32,5 homicídios para cada 100 mil habitantes no ano de 2017). Ouvir as notícias sobre Chicago nas redes de televisão americanas é quase um revival dos noticiários brasileiros sobre o Rio: toda segunda-feira sai a contagem dos mortos durante o fim de semana, e é um número que nunca diminui.
O que essas duas cidades têm em comum que pode explicar sua falência como local seguro e desejável de moradia e trabalho? A resposta não é difícil. O último republicano a dirigir Chicago foi William H. Thompson, prefeito entre 1927 e 1931. Durante os últimos 87 anos o Partido Democrata tem dominado a política da cidade, elegendo 11 prefeitos consecutivos. Em São Francisco, o último republicano a ocupar a prefeitura foi George Christopher, de 1956 a 1964. Depois dele, 11 prefeitos democratas “reinaram” um após o outro. Uma breve pesquisa das grandes cidades mais violentas dos Estados Unidos mostrará que essa realidade se estende pela lista. Saint Louis, cidade mais violenta do país, com 66 homicídios para cada 100 mil habitantes, está nas mãos dos democratas desde 1949; Baltimore, 55 homicídios por 100 mil habitantes, governada por democratas desde 1967; Nova Orleans, 40 homicídios por 100 mil habitantes, prefeitura democrata desde – pasmem – 1872; Detroit, também com 40 assassinatos por 100 mil habitantes, nas mãos dos democratas desde 1962; e, fechando a lista das cinco mais, Newark tem 33 homicídios por 100 mil habitantes e democratas no poder desde 1953.
Como diz o ditado, contra fatos não há argumentos. A administração democrata é uma desgraça por todo lugar em que se perpetua. Essa afirmação pode ser facilmente expandida: as administrações de esquerda são uma desgraça em toda cidade, estado ou país em que se perpetuam. Cuba e Venezuela estão aí para corroborar meus escritos, e o próprio Brasil que emergiu (ou, melhor dizendo, submergiu) de 13 anos de PT foi um país indesejável, violento, sujo e falido. E o pior aspecto dessas longas séries de governantes de esquerda é o quão dependentes ficam as populações sob seus governos, a ponto de entregarem mandatos sucessivos ao mesmo partido que em nada contribui para a melhoria de suas vidas. É o exemplo perfeito de ciclo vicioso.
Uma das frases mais famosas de Margaret Thatcher foi “o socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros”. Todas essas cidades americanas que citei têm problemas seríssimos de dívida pública e enfrentam uma crise migratória – classe média desaparecendo em busca de condições melhores de vida e pobreza crescendo assustadoramente. Décadas e décadas de políticas públicas baseadas no gasto desenfreado de dinheiro de impostos em programas falidos e comprometidos por níveis endêmicos de corrupção consumiram a riqueza desses grandes centros urbanos. Suas prefeituras, inchadas pela sanha reguladora e controladora da máquina estatal, consomem grande parte dos recursos cada vez mais escassos. É mais um tipo de ciclo vicioso que ronda a história dessas cidades.
Qual será o futuro desses locais? A violência ficará ainda mais forte? Algum republicano terá a chance de ocupar a prefeitura de alguma delas? Essas são perguntas sem resposta no momento. Mas, se eu tivesse de apostar, diria apenas “sombrio”, “sim” e “não”. Infelizmente.
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