Na semana em que Londres ultrapassou Nova York em número de assassinatos, circulou pelos jornais e portais de notícias a foto de uma caixa de coleta de facas em plena capital britânica. A caixa, que exibe na frente a foto de um personagem fofo da Vila Sésamo, é apenas uma de várias medidas ridículas lançadas pelo prefeito Sadiq Khan para tentar conter o crescimento rampante dos crimes cometidos com esse tipo de arma. Parece coisa de Brasil, certo? De fato, a política de desarmamento inglesa é tão escravizante e autoritária quanto a brasileira, e a campanha do prefeito de Londres não fica devendo em nada para algumas leis esdrúxulas que já foram aprovadas em capitais brasileiras. Jamais esquecerei da inusitada proibição imposta aos cariocas poucos anos atrás: diante de uma “epidemia” de bueiros explosivos, a solução encontrada pelas autoridades cariocas foi proibir os cidadãos de estacionarem sobre bueiros. Esse tipo de legislação, assim como toda lei que visa desarmar os cidadãos de bem, é um exemplo claro de como as lideranças modernas preferem camuflar sintomas em vez de tratar doenças.
A Inglaterra vem retirando o direito de defesa de seus cidadãos há quase um século. É praticamente impossível acreditar que os policiais ingleses de um passado não muito distante eram proibidos de portar armas de fogo, e tinham de bater nas portas dos cidadãos para pedir sua ajuda na perseguição a um criminoso. Todo inglês tinha uma arma em casa, símbolo de liberdade e instrumento de defesa. Aos poucos, de lei em lei, as lojas de armas foram desaparecendo, as pessoas de bem deixaram de tê-las, e até mesmo o ato mais instintivo de um ser humano – defender-se contra uma ameaça a sua vida – passou a ser punido com prisão. Novamente, parece até o nosso Brasil, mas a Inglaterra tem inúmeros casos catalogados de cidadãos respeitadores da lei, incluindo velhinhos inocentes, processados e presos por terem ferido ou matado um criminoso que lhes tentou roubar ou tirar a vida.
A proibição das facas é apenas mais um passo em direção à rendição total do povo inglês. De “o sol nunca se põe no Império Britânico” a “Londres precisa de você vivo: não carregue uma faca”, alguma coisa deu muito errado. O prefeito Sadiq, e tantos outros políticos medíocres e incompetentes que são eleitos ao redor do mundo, preferiu desafiar a lógica e desfaquear as pessoas. Bastaria uma breve consulta à internet para que ele descobrisse um país em que desarmar os cidadãos não deu nada certo; pelo contrário, levou esse país à liderança mundial isolada em número absoluto de mortes violentas. Mais ainda, bastaria um breve raciocínio lógico para entender que qualquer lei que restrinja a posse ou porte de uma arma, seja ela de fogo ou não, servirá apenas para desarmar pessoas que respeitam a lei. Como eu já disse tantas outras vezes, existe um motivo de um criminoso ser chamado de criminoso: o fato de ele ignorar as leis.
O que virá depois? Proibir uma pessoa de andar com uma ferramenta de trabalho? Não, isso já aconteceu também. A polícia de Regents Park postou, em sua conta do Twitter, uma foto de dois alicates, duas chaves de fenda, uma tesoura e uma lixa, com a seguinte legenda: “Esses itens foram achados durante uma busca de armas perto de Markworth House, Augusta St, durante a operação OpSceptre. Descartados em segurança e tirados das ruas”. Mecânicos, eletricistas, encanadores, montadores de móveis, marceneiros e tantos outros profissionais que usam esses itens: saiam da Inglaterra enquanto é tempo. Vocês podem ir presos se forem parados numa blitz do desfaqueamento. Enquanto isso, cada vez mais espaço e tolerância são dados a radicais muçulmanos, que provavelmente estão rindo do comportamento patético dos londrinos. Talvez essa seja a estratégia real de Khan: fazer de Londres uma vergonha tão grande que ninguém mais queira conquistá-la.