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A Covid-19 é definitivamente um tipo de filme de terror cheio de clichês, onde o vilão reaparece mesmo depois de ter metade do corpo cravejado de balas, um braço decepado, uma perna explodida e um olho perfurado. E, também como nos filmes, há um roteirista por trás dessa trama improvável e implausível. No caso da pandemia, são vários roteiristas espalhados pelas redações e gabinetes de governo mundo afora, trabalhando com o objetivo único de causar o maior pânico possível.
E tem sido assim com a tal variante ômicron. Desde o seu surgimento, a quase totalidade das notícias tem focado a sua alta transmissibilidade. Afinal, não há melhor maneira de gerar pânico que dizer para as pessoas que essa variante se espalha como fogo em palheiro. O interessante é que uma breve consulta a reportagens anteriores, de quando as primeiras variantes foram descobertas, mostrará diversas menções a uma característica bastante comum em infecções virais: variantes com maior eficiência de transmissão tendem a apresentar sintomas mais leves, e vice-versa.
Assim, caso o intuito da grande imprensa e dos governos fosse simplesmente informar as pessoas, dir-se-ia que a nova variante é altamente transmissível, mas que seus sintomas têm sido bem mais leves que os da temida variante delta, e que as hospitalizações (a falta delas, na verdade) nos países que já apresentam um histórico de infecções corroboram essa afirmação. A variante ômicron é tão leve que está sendo tratada em casa.
Diversos governos, no mundo todo, têm anunciado medidas de obrigatoriedade de vacinação, extensão da obrigatoriedade de máscaras faciais e outras decisões despóticas embasadas em absolutamente nenhuma evidência científica
Nada disso, no entanto, parece importar. Diversos governos, no mundo todo, têm anunciado medidas de obrigatoriedade de vacinação, extensão da obrigatoriedade de máscaras faciais e outras decisões despóticas embasadas em absolutamente nenhuma evidência científica.
Para a sorte de alguns (este que vos escreve incluso), alguns governadores norte-americanos estão dispostos a desafiar tanto a histeria mundial como as regulações do governo de Joe Biden, e estão sendo apoiados pelo Judiciário do país. Imediatamente após o pânico inicial da ômicron, o governador da Flórida, Ron DeSantis, disse que os floridianos não precisariam se preocupar com lockdowns ou outras medidas do tipo. Com base nos dados do estado, que teve um dos lockdowns mais curtos da federação, DeSantis fechou sua fala citando a frase comumente atribuída a Einstein: “Insanidade é fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes”. Outro que se pronunciou claramente foi Greg Abbott, do Texas, ao assinar uma ordem executiva banindo a obrigatoriedade do uso de máscaras por entidades governamentais poucos dias após o início da histeria omicrônica.
Enquanto isso, os esforços de Joe Biden para transformar os Estados Unidos em uma republiqueta socialista continuam sendo barrados pelo Judiciário. Primeiro foi o Tribunal Federal do Sexto Circuito, que negou o pedido de Biden para retornar a obrigatoriedade das vacinas enquanto o caso estivesse sendo julgado. Depois, um tribunal federal na Geórgia emitiu um mandado de injunção em nível nacional, impedindo que o governo federal aplique sua ordem de obrigatoriedade de vacinação em todo o país. O assunto deve, mais cedo ou mais tarde, chegar à Suprema Corte, onde muito provavelmente será julgado em favor da liberdade e contra a obrigatoriedade.
Enquanto houver gente disposta a peitar governos em favor da liberdade, haverá esperança. Os Estados Unidos são um exemplo fantástico de como as leis podem afetar profundamente as populações, tanto positiva como negativamente. São 50 estados com uma diversidade enorme, 50 provas vivas da lei da colheita. A Califórnia, por exemplo, tem passado leis cada vez mais absurdas, inclusive em favor da criminalidade, como a que classifica o furto de bens de valor menor que US$ 950 como infração leve. O resultado: ondas de saques em massa ocorrendo nas grandes cidades do estado, empresas fechando lojas, vitrines de vidro substituídas por barricadas de madeira, grandes corporações abandonando a região e transferindo suas sedes para outros estados etc. Já a Flórida, com seu governo fortemente voltado à manutenção das liberdades individuais, à livre negociação entre empregador e empregado, e ao corte de impostos (só para ficar em três exemplos), tem recebido uma quantidade recorde de migrantes e de novas empresas. Por conta disso, mesmo tendo no turismo uma de suas principais indústrias, o estado passou pela pandemia com as finanças bem ajustadas e sem maiores complicações.
O tempo mostrará as colheitas de lugares como Austrália, Alemanha e França, onde a liberdade vem sendo tolhida em nome da insanidade pseudocientífica. O tempo mostrará a inutilidade das restrições draconianas e o mal causado por elas, inclusive no tocante às crianças e ao seu desenvolvimento intelectual. Onde a democracia ainda respirar, as eleições traduzirão o descontentamento do povo. Já onde ela estiver em coma, dias negros virão. Mais uma vez, caberá aos Estados Unidos – ou, melhor dizendo, a uma certa parte deles – fazer brilhar a luz da liberdade sobre um mundo cada vez mais propenso ao autoritarismo.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos