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Rudy Giuliani segura uma cédula de correio enquanto fala à imprensa sobre vários processos judiciais relacionados à eleição de 2020, dentro da sede do Comitê Nacional Republicano em 19 de novembro de 2020 em Washington, DC| Foto: Drew Angerer/Getty Images/AFP

A grande mídia americana – e a brasileira, a reboque – continua chamando Joe Biden de presidente eleito, como se o resultado das eleições já tivesse sido sacramentado. Em vez de noticiar as inúmeras iniciativas, tanto da campanha de Trump como de organizações independentes, de coleta e cruzamento de dados eleitorais com o intuito de demonstrar que houve inúmeras irregularidades fraudulentas nos processos de votação e apuração em diversos estados, preferem noticiar uma “transição de governo” imaginária, onde um homem que ainda não foi eleito passa seus dias escolhendo pessoas para cargos que ele ainda não tem certeza se vai comandar.

Um exemplo real e concreto de ação investigativa é o da organização Voters Integrity Project, comandada por Matt Braynard, com foco nos dados eleitorais da Carolina do Norte. A VIP tem investigado dezenas de milhares de casos de solicitação de absentee ballot –que nada mais é do que uma cédula eleitoral para quem não poderá votar pessoalmente no dia da eleição, mas deseja enviar suas escolhas pelo correio – por pessoas que não poderiam fazê-lo. Vou chamar esse grupo de pessoas de Grupo 1, e ele compreende:

  • Pessoas mortas;
  • Pessoas que registraram mudança de endereço para outro estado;
  • Pessoas de outros estados que registraram mudança de endereço para um endereço comercial de caixa postal “maquiado” como endereço residencial através da troca do termos “caixa postal” por “apartamento” ou “unidade”; e
  • Pessoas legalmente incapazes.

Muitas equipes de analistas, matemáticos, estatísticos e cientistas de dados têm levantado provas materiais de fraude em todos os estados onde há testemunhos de anormalidades e irregularidades na votação ou na apuração

Além desses casos, foram também identificadas as seguintes situações, envolvendo o que chamarei de Grupo 2:

  • Pessoas legalmente habilitadas que solicitaram um absentee ballot e posteriormente não mandaram a cédula de volta, mas que mesmo assim tiveram-na marcada como devolvida e, portanto, contada na apuração;
  • Pessoas legalmente habilitadas que solicitaram um absentee ballot e posteriormente enviaram a cédula de volta, mas que mesmo assim tiveram-na marcada como não devolvida e, portanto, não contada na apuração;

Essa investigação foi baseada na coleta de informações de quatro fontes diretas: da base de dados eleitorais estadual, de telefonemas para eleitores que constam nessa base como solicitantes de absentee ballot, de registros públicos de falecimento e do Cadastro Nacional de Mudança de Endereço (National Change of Address, NCOA). Por meio do cruzamento de dados dessas fontes, a equipe do VIP montou uma grande matriz de irregularidades e fraudes, composta de dois tipos de evidências: 1. Provas materiais da solicitação ilegal de absentee ballots por pessoas do Grupo 1 e, em muitos casos, do recebimento e contagem desses votos na apuração oficial; e 2. Depoimentos juramentados de pessoas do Grupo 2 afirmando que jamais solicitaram um absentee ballot, ou que solicitaram, mas jamais o retornaram, ou ainda que solicitaram e retornaram, mas nunca receberam confirmação (em outras palavras, seus votos não foram contados).

Essa iniciativa é provavelmente uma das mais sérias e bem executadas de todas as que tive notícia, produzindo uma quantidade massiva de evidências reais e admissíveis perante um tribunal.

Assim como a VIP, muitas outras equipes de analistas, matemáticos, estatísticos e cientistas de dados têm levantado provas materiais de fraude em todos os estados onde há testemunhos de anormalidades e irregularidades tanto no processo de votação como no de apuração. São os casos de pessoas que chegam para votar e veem a mensagem “você já votou” nas urnas eletrônicas, de fiscais de partido que são impedidos de fiscalizar, de apurações paralisadas no meio da madrugada e cujos resultados após a paralisação não respeitam nenhuma propriedade estatística, de porcentagens de comparecimento totalmente fora dos padrões históricos, e muitas outras ocorrências.

A pergunta a ser respondida é: será possível colocar essa quantidade monstruosa de dados diante de juízes federais antes que os delegados do Colégio Eleitoral se reúnam para votar e, somente então, determinem quem será o presidente dos Estados Unidos a partir de 2021? O tempo é escasso, mas as possibilidades são muitas. A equipe do Donald Trump tem mostrado um otimismo e uma disposição inédita nesse confronto com a mídia. O Partido Republicano também, fazendo sua parte nos estados, mantendo um caminho para a vitória de Trump que, embora improvável, continua possível. Tivessem os democratas se posicionado a favor de um processo amplo de auditoria e certificação das eleições, não ficaria no ar o cheiro de fraude. Mas a posição beligerante que têm assumido só dá força ao sentimento de que o resultado não reflete a vontade da população.

Seja qual for o desfecho, os dias serão de tensão até 20 de janeiro de 2021. Até mesmo a possibilidade bizarra de o país ter dois presidentes em algum momento tem sido levantada por alguns analistas, tamanha é a incerteza. Considerando que estamos em 2020, não poderia ser diferente.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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