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Flavio Quintela

Flavio Quintela

Quando ser ruim é bom

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. (Foto: EFE)

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Quando Dilma Rousseff venceu as eleições de 2014, muita gente achou que o Brasil havia chegado ao fim da linha. Afinal, que tipo de futuro tem um país que reelege alguém como Dilma?

Pouco tempo depois, alguns começaram a perceber que a derrota de Aécio foi uma grande vitória. Dilma herdou de si mesma e de seu antecessor um país mergulhado em forte crise econômica. A eficiência do PT em assaltar os cofres públicos sempre foi acompanhada por uma obvia ineficiência em administrar a máquina pública. Assim, tivesse Aécio herdado essa bomba, a história poderia ter sido bem diferente e bem pior.

Em resumo, embora Dilma possa ser facilmente considerada a pior presidente que o Brasil já teve, ela nos livrou do PT por alguns bons anos, impedindo que o partido avançasse seus esquemas corruptos a um ponto de não retorno, como ocorreu na Venezuela.

Joe Biden tem se mostrado o melhor presidente dos últimos tempos. Ele é absolutamente incompetente e ruim, a ponto de acordar muita gente do coma político em que se encontrava

De forma semelhante, porém com os devidos cuidados ao traçar esse paralelo, Joe Biden tem se mostrado o melhor presidente dos últimos tempos. Ele é absolutamente incompetente e ruim, a ponto de acordar muita gente do coma político em que se encontrava. Em um país com uma realidade política bipartidária, como os Estados Unidos, conquistar os votos dos eleitores moderados ou independentes é uma das tarefas mais importantes para se vencer uma eleição. E a atuação de Joe Biden está empurrando quase todos os moderados para o lado dos republicanos. É lógico que o próprio partido democrata tem uma grande parcela de culpa nisso tudo. Afinal, foram eles que abandonaram por completo o pudor e a moderação para abraçar o radicalismo de esquerda e defender pautas diametralmente opostas aos valores da grande maioria da população.

E quais são as evidências desse derretimento da presidência de Joe Biden? São muitas, a começar pelas pesquisas de aprovação. Nos últimos 12 meses, o porcentual de norte-americanos que desaprovam a administração do democrata subiu da faixa de 35% para acachapantes 53%, um dos piores índices entre todos os presidentes da história americana. E esse número tem alta correlação com um outro, também devastador para os democratas: pela primeira vez na história, os republicanos estão com dois dígitos de vantagem sobre os democratas na tradicional pesquisa de preferência eleitoral da NBC. A título de comparação, a maior vantagem que os republicanos já haviam aberto nessa mesma pesquisa foi de quatro pontos percentuais. Outras pesquisas do mesmo tipo já chegaram a apresentar uma diferença de 16 pontos em favor dos republicanos para as midterms deste ano.

Por fim, o número de congressistas democratas que já anunciaram sua aposentadoria, ou seja, que não concorrerão à reeleição em novembro, também é muito alto. Até o momento, são mais de 30. A aposentadoria, quando não tem motivo de idade ou saúde, é a solução mais comum para os congressistas que imaginam ter um pleito extremamente desfavorável pela frente. Algo como “melhor nem concorrer que concorrer e perder feio”. E é uma decisão ruim para o partido porque, em geral, é mais fácil alguém ser reeleito que eleito pela primeira vez.

O meu prognóstico pessoal é de que os democratas percam entre 95 e 105 assentos na Câmara em novembro. Alguns comentaristas políticos já não falam mais em red wave (“onda vermelha”), mas sim em bloodbath (“banho de sangue”). Até mesmo os de viés de esquerda têm dado a entender que não há chance de o Congresso continuar com maioria democrata.

Um dos pontos mais incríveis desse movimento vermelho é a incapacidade do Partido Democrata de identificar as causas de suas falhas. De dentro de sua bolha liberal, não conseguem enxergar que suas políticas têm transformado as cidades e estados administrados por seus políticos em territórios indesejáveis, com altos índices de violência e pobreza, além de impostos excessivos, intromissão do Estado na vida dos cidadãos e desrespeito aos direitos e liberdades básicos. Os fluxos migratórios, que mencionei em artigo recente, são evidência clara disso. E qual é o remédio que os democratas costumam sugerir para curar as doenças que eles mesmos causaram? Mais radicalismo ainda. Eles dobram a aposta.

Que Joe Biden continue sendo o pior e mais fraco presidente que este país já teve. Sua pusilanimidade é o combustível de que o povo americano – principalmente os independentes e moderados – precisa para virar o jogo e remover do poder aqueles que trabalham para destruir os pilares da América.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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