Quero começar o ano de 2018 sem resoluções e sem metas que serão esquecidas no dia 2 de janeiro. Nada de “vou emagrecer cinco quilos” ou “vou à academia três vezes por semana”; tampouco “vou poupar 300 dólares por mês” ou “vou ler um livro a cada 15 dias”. Em vez disso, pretendo começar o novo ano do mesmo jeito que termino este: vivendo cada dia como uma etapa de 24 horas onde posso exercitar a minha fé e trabalhar para transformar meus objetivos de longo prazo em realidade.
Como dizem por aí, “peguei bode” de resoluções de ano novo. Para mim, elas soam como algo démodé, um super-master-clichê-mais-comum-do-mundo. Tudo bem que o homem precisa daquele reset de vez em quando, da ideia do recomeço e tal, mas não acho que isso precise incluir a confecção de uma lista com coisas que tentamos nos convencer de serem importantes, mas que não são suficientemente impactantes para que as levemos a sério poucos dias depois. E por que fazemos isso? Creio que um dos motivos seja nossa mentalidade contemporânea, voltada ao imediato, ao curto prazo e à satisfação própria. Não há nada mais mágico que uma virada de ano para apagar comportamentos e quilogramas que não queremos mais em nossas vidas; pena que mágica não existe.
De certa forma, nossa vida é como o governo de um país. A diferença é que, na vida, você sempre concorre sozinho e ganha na eleição presidencial. Mas, como em todo governo, você precisa de bons ministros e de planejamento de longo prazo. Se tiver um gabinete com gente capacitada, começando pelo seu cônjuge, será bem mais fácil executar aquilo que foi planejado. E, para executar um planejamento, é necessário tê-lo feito com antecedência, sob pena de viver os dias tentando resolver crises pontuais que jamais param de surgir. Ocorre que, por sermos seres temporais e incapazes de prever o futuro com exatidão, temos duas opções para encarar o que vem pela frente: assumir que Deus existe e que Ele conhece os infinitos futuros resultantes de cada uma de nossas escolhas; ou assumir que Deus não existe e que ninguém conhece nenhum futuro. A última opção me parece demasiado pesada, e não acho que haja homem ou mulher neste universo que tenha a capacidade de lidar com uma carga tão grande de incerteza. Ao crer no divino, ganho também um importante conselheiro para meu governo, certamente o membro mais importante de todo o meu ministério.
Em 2017, aprendi a fazer planos com Deus. Aprendi que Ele age nas pequenas coisas do curto prazo a fim de criar meios e caminhos para a execução dos planos de longo prazo. Aprendi que algumas coisas simplesmente não dependem de mim, e que o melhor caminho é ter a fé de uma criança. Aprendi que minhas capacidades, qualidades e conhecimentos têm um limite de influência sobre os acontecimentos que precisam se concretizar para que meus sonhos se tornem realidade. Aprendi que gratidão é mais importante que satisfação. Aprendi que às vezes as coisas acontecem de uma determinada maneira somente para que eu possa aprender um pouco mais. Aprendi que devo poupar as pessoas que mais amo de meus momentos de fúria e descontentamento. Aprendi que fazer o cônjuge feliz é criar felicidade para si mesmo. Aprendi que algumas situações que consideramos inaceitáveis se tornam realidade inevitável e, por conseguinte, aceitáveis. Aprendi que família é tudo, absolutamente tudo.
Enfim, cheguei à conclusão de que a melhor coisa a fazer no ano que entra é continuar aprendendo. Sem a pressão de ter de cumprir resoluções mirabolantes, deixarei o Mestre no leme e me concentrarei em fazer o meu melhor. Afinal, estresse mata, preocupação adoece e ansiedade consome. Minha lista para 2018 está em branco.
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