Falei com uma amiga hoje. Ela mora na Grande São Paulo. Fiquei estarrecido com seu relato. Iam passar o ano novo com a parte da família que mora em outro estado, mas os familiares disseram que não os receberiam porque o marido de minha amiga não se vacinou. Não importa que ele tenha tido Covid antes mesmo de as vacinas estarem disponíveis para sua faixa etária, e com isso ter adquirido anticorpos. Na opinião histérica desses familiares e de tantas outras pessoas, quem porventura optou por não se vacinar é assassino, egoísta, terraplanista, verme, ignorante etc.
Como já disse tantas outras vezes, eu me vacinei contra a Covid logo que liberaram para minha faixa etária aqui na Flórida. Um de meus melhores amigos é médico aqui no estado e já atendeu centenas de pacientes com Covid. Eu confio nos seus relatos. Ele sempre conta que a vacina salvou muita gente, porque a vasta maioria dos pacientes graves que ele tem atendido nos últimos meses é composta de pessoas que não se vacinaram. Como pessoa equilibrada e sensata que é, ele recomenda a vacinação em adultos, mas é totalmente contra a obrigatoriedade, pelos mesmos motivos em que eu e qualquer pessoa que raciocine melhor que uma esponja do mar acreditamos: o Estado não deve ter o poder de obrigar um cidadão a injetar um medicamento em seu corpo, as vacinas não impedem as pessoas de contrair Covid, as vacinas não impedem a proliferação da Covid, e pessoas que se recuperaram de Covid têm imunidade tão boa ou melhor que a da vacina. Não faz sentido nenhum obrigar as pessoas a se vacinarem.
Como pessoa equilibrada e sensata que é, meu médico recomenda a vacinação em adultos, mas é totalmente contra a obrigatoriedade. O Estado não deve ter o poder de obrigar um cidadão a injetar um medicamento em seu corpo
Para surpresa de zero pessoas – pelo menos para as que conhecem minimamente o funcionamento do Judiciário norte-americano –, a Suprema Corte dos Estados Unidos se pronunciou de forma contrária à obrigatoriedade de vacinação em empresas com mais de 100 funcionários, soterrando de uma vez por todas os planos de Joe Biden em relação a esse assunto. É claro que a decisão tem como base os limites que devem ser impostos ao Estado no tocante ao seu poder de regular e penalizar empresas privadas, e não nas limitações da vacina em si. Não seria papel da Suprema Corte analisar estudos científicos diversos e decidir se este ou aquele devem ser considerados ou ignorados quando da confecção de leis e políticas públicas pelos agentes do Estado. Esse papel é de cada cidadão que ainda não foi lobotomizado pela grande imprensa e que insiste em questionar decisões e leis embasadas em distorções e ocultações de fatos.
O pior de tudo, para mim, é a insistência incessante da vacinação em crianças. Defensores dessa coerção sem sentido têm apenas um argumento: cerca de 300 crianças brasileiras morreram de Covid desde o início da pandemia e essas mortes poderiam ter sido evitadas. O que não falam: que a taxa de sobrevivência à Covid na faixa etária de 0 a 19 anos é de 99,9973%. Na verdade, eles têm mais um argumento, de que crianças vacinadas protegem idosos e pessoas que não podem se vacinar. Ficam quietinhos, é claro, sobre o fato de que as vacinas atuais não previnem o contágio e nem a transmissão. É por isso que eu não vacinei e não vacinarei minhas crianças. Como pai, acredito que o risco a que estão expostas não justifica a aplicação de uma vacina produzida tão rapidamente. De cobaias, bastamos eu e minha esposa. Mas – enfatizo – não tenho problema nenhum em se colocar a vacina à disposição dos pais que assim desejarem fazer. O que não dá para aceitar são obrigatoriedade e imposições.
No fim das contas, as pessoas querem apenas um grupo para chamarem de seu. E, como Bolsonaro está no grupo que rejeita a obrigatoriedade, quem não o suporta assume que tudo o que ele diz é errado e que, por causa disso, permitir a liberdade de escolha também é errado. Fosse Bolsonaro um defensor da vacinação de crianças, a grande imprensa brasileira já teria elevado o dr. Zeballos à posição de cientista com maior credibilidade do planeta. Eu digo isso com 100% de certeza, já que a maior parte de nossa imprensa só trabalha para empurrar agendas políticas, e nada mais. Fazer matérias bem escritas, que mostrem dois ou mais lados de uma mesma questão sem parcialidade, é definitivamente algo de um passado remoto. Não há sequer ceticismo nas redações. O importante é moldar a cabeça dos leitores.