Diz a sabedoria popular que um homem foi até o sábio de sua vila para obter conselhos sobre sua vida. Chegando lá, contou sua história carregada de autopiedade, reclamando de todas as circunstâncias pelas quais estava passando: muito trabalho, poucos ganhos, casamento caindo na rotina, crianças bagunceiras, muito ovo e pouca carne, casa pequena etc. O sábio lhe recomendou levar um bode emprestado e colocá-lo no meio da sala, amarradinho, por uma semana. Desesperado por alguma melhoria, ele levou o bicho e o amarrou no único espaço disponível, entre o sofá e a televisão.
Uma semana depois, o sujeito volta fulo da vida para falar com o sábio. Até tinha tentado voltar antes, mas a recepcionista, bem instruída pelo guru, disse que todos os horários estavam ocupados. Antes mesmo de se sentar, começou a despejar reclamações muito mais desesperadas que as da semana anterior: “O senhor está louco? Fiz o que pediu e minha vida piorou umas dez vezes. Aquele bode desgraçado faz mais cocô que todos nós juntos e, o pior, faz ali no meio da sala. Ninguém mais consegue ver televisão por causa do cheiro nojento. Minha esposa está quase pedindo o divórcio; diz o tempo todo que só um idiota como eu seguiria um conselho cretino como esse. Meus filhos estão de mal comigo, principalmente meu moleque, porque o bode comeu os controles do Playstation dele. Quero o dinheiro da consulta de volta! E vou processá-lo por me passar uma orientação tão irresponsável!”
O sábio, que não era assim chamado à toa, disse ao homem: “Não se desespere, meu jovem. Vá até sua casa, pegue o bode e traga-o de volta. No valor de sua consulta já está inclusa uma faxina. Assim que o bode chegar, a Rosicleide irá a sua casa e limpará toda a sujeira. Marque um retorno para daqui a uma semana. E não se preocupe: esse último será por conta da casa”.
O homem resolve dar mais uma chance ao sapientíssimo guru, altamente recomendado por dois de seus melhores amigos. Faz tudo conforme suas instruções. Sete dias depois, retorna com outro semblante. Ao ser chamado pela recepcionista (a própria Rosicleide, que aparentemente ocupa mais de uma função na empresa do sábio), entra calmamente e senta-se relaxado na poltrona reservada aos “pacientes”. “Sábio, minha vida nunca foi melhor. Sem aquele bode, voltamos a jantar juntos. Ali, reunidos à mesa, pudemos ouvir uns aos outros novamente, depois de sete dias de gritaria e reclamação. Minha esposa, feliz pela partida do bicho fedorento, me presenteou com uma noite de intimidades prazerosas. Comprei controles novos para o Playstation do moleque e agora sou o melhor pai do mundo para ele. Minha filha, que se enterrou em seu quarto por uma semana inteira, apareceu maquiada e bonita só para ver televisão com a gente. Continuo sem ganhar bem e comendo ovo quase todo dia, mas nunca me senti tão bem. O senhor é um gênio.”
Essa história, bastante conhecida e usada por diversos palestrantes motivacionais, fala da dificuldade de enxergarmos as coisas boas que nos rodeiam e da facilidade que temos em focar nos problemas e não nas soluções. Infelizmente, a tática do bode na sala também pode ser usada para manipular as pessoas, e é estudada em diversos treinamentos de vendas e em cursos de estratégia política.
No Brasil, o que não faltam são bodes colocados por forças externas nas salas dos brasileiros. Um deles, que tem afetado nossas preciosas crianças, é o bode da ideologia de gênero. Como na história do nosso amigo aí de cima, um bando de gente insatisfeita com a vida resolveu que precisava arrumar um bicho fedorento para mascarar suas neuroses com as coisas naturais da vida. Essas pessoas, inconformadas com uma realidade inexorável da biologia – a de que todos os mamíferos existem como macho e fêmea –, resolveram criar a teoria mais fantasiosa de nossa curta história humana, uma mentira conhecida como “teoria de gênero”. Para se sentirem bem consigo mesmas, elas negaram a natureza e inventaram a narrativa do “gênero como construção social”, como se num passe de mágica todas as diferenças biológicas entre um homem e uma mulher (que não são poucas) desaparecessem. Fizeram isso para tentar explicar uma situação que até então se resumia a uma porção ínfima da população, e que já tinha sido muito bem explicada pelas ciências médicas, que há bastante tempo reconhecem a disforia de gênero como distúrbio psiquiátrico diagnosticável e tratável.
Como todo bode, o da ideologia de gênero também defeca em grandes quantidades. Felizmente e infelizmente, o ser humano é capaz de se adaptar a praticamente qualquer circunstância, e os idealizadores e defensores da ideologia de gênero não sentem mais o cheiro horroroso. Há até uma expressão em inglês para isso: nose blind, “cego do nariz” em tradução literal. A insistência que puseram nesse assunto, conquistando espaço na imprensa, na política, nas escolas, nas universidades e até mesmo nas empresas, tem causado um mal inédito e cruel. De acordo com o professor Felipe Nery, presidente do Observatório de Biopolítica, o número de crianças inglesas que se submetem a tratamentos para troca de sexo subiu 1.000% nos últimos cinco anos; na Escócia, o aumento foi de 500% em quatro anos. Em geral, os países que promovem a ideologia de gênero nas escolas, impondo essa visão distorcida e mentirosa da realidade a pequeninos e pequeninas de apenas 6 anos, têm apresentado um crescimento fora do normal no número de crianças e adolescentes confusas sobre o próprio sexo. Ou seja, sua agenda ideológica criou um problema real, para o qual advogam as práticas dessa mesma agenda como solução. Seria como criar uma teoria para “provar” que as pessoas têm um problema sério com suas pernas naturais. Nessa teoria, dados manipulados mostrariam que não há diferença entre uma pessoa cisperna (com perna natural) e uma pessoa transperna (com prótese mecânica). Após martelar essa ideia por bastante tempo e ensiná-la nas escolas, um número sem igual de crianças começa a querer colocar uma prótese mecânica, seja porque o coleguinha colocou ou porque a menina da televisão o fez. Diante do aumento inédito no número de crianças buscando um look mais “ciborgue”, a solução é dada imediatamente: próteses mecânicas para todos, de preferência com a bênção e o financiamento do Estado.
Pelo bem de nossos filhos, sobrinhos, netos e afilhados, precisamos expulsar esse bode de nossas casas. Não deixemos que o Estado, a grande imprensa, as escolas e as grandes empresas empurrem a ideologia de gênero a nossas crianças. Nesta semana, a página do sabão de roupas Omo promoveu essa agenda e foi bombardeada pelos consumidores, que não querem saber desse bicho fedorento fazendo cocô no tapete. A revista Veja, que um dia já tentou ser séria, colocou o assunto em sua capa, publicando matéria altamente tendenciosa sobre o assunto. Por outro lado, em cada cidade desse país, as populações locais têm repelido a implantação dessa mentira em nível municipal. O povo brasileiro não quer ser cobaia dessa péssima invenção, mas os iluminados progressistas não desistirão tão facilmente. Não importa se há evidências científicas sérias de que a teoria de gênero não tem nenhum lastro na verdade, pois essas pessoas têm um único objetivo: destruir a família tradicional, base da prosperidade de nossa civilização. Se você não acredita no mal, este é um bom motivo para começar a acreditar e fazer algo a respeito.
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