Sabe aquele dito popular, “xxxxx é tudo igual, só muda o endereço”? Pois bem, faço seu uso para iniciar a coluna de hoje.
Esquerda é tudo igual, só muda o endereço.
Já faz algumas décadas que as esquerdas têm tentado se dissociar de sua longuíssima ficha corrida de assassinatos e genocídios. Condição sine qua non para conseguirem se eleger em diversas democracias modernas, essa dissociação se deu tão somente no discurso, enquanto a ideologia que suportou e suporta cada um dos partidos progressistas, social-democratas, socialistas e comunistas deste mundo político tenebroso continua sendo a mesma que já matou mais de 100 milhões de pessoas em sua macabra história.
Tanto nos Estados Unidos como no Brasil, o aparato de formação de opinião comandado pela esquerda – grande parte da imprensa, universidades, escolas, igrejas e fundações civis – costuma agir da mesma forma e exibir os mesmos defeitos quando diante de situações que envolvam a morte trágica de seres humanos. E qual seria este modo de ação? A instrumentalização política da vida humana, cujo valor é intangível e para a proteção da qual todos os códigos de conduta já projetados pelo homem foram criados. Em outras palavras, a esquerda ignora a sacralidade da vida humana e enxerga a morte como uma mera oportunidade de avançar suas agendas.
Foi assim na tragédia mais recente da Flórida, que já mencionei em duas colunas anteriores a esta. A atitude de um ser humano decente seria o respeito pelo luto seguido de propostas concretas e eficazes para evitar futuras repetições da mesma tragédia. A atitude da esquerda americana foi utilizar a dor das famílias para tentar emplacar leis que, caso aprovadas, tornariam tragédias como a de Parkland ainda mais prováveis. Esse comportamento é muito mais desprezível que o mero descaso para com as mortes. Descaso e indiferença diante de tragédias humanas são certamente evidências de algum defeito de caráter, mas o uso maquiavélico de tais tragédias para benefício próprio aponta para algo bem mais sério, como a psicopatia ou a sociopatia.
No Brasil, a morte que escancarou o esgoto de nossa sociedade e trouxe ratos de todos os tamanhos a céu aberto foi a da vereadora Marielle Franco, do PSol. O partido, que jamais moveu um dedo para sugerir ou apoiar leis e medidas que mitigassem a situação calamitosa em que se encontra a segurança pública brasileira, viu na morte de sua vereadora uma oportunidade ímpar de promover uma ideologia que se alimenta de mortes ainda mais violentas e chocantes que a de Marielle. Assim, através de uma vasta parte da imprensa e de uma casta de artistas e pseudointelectuais comprometidos com a mesma agenda ideológica assassina, o discurso de que a vereadora foi morta porque era negra, pobre, feminista e favelada tomou as bocas e teclados desses agentes de desinformação e pautou a cobertura “jornalística” do fato desde seu princípio.
Marielle, é claro, não foi morta por ser negra, nem por ser pobre, nem por ser feminista. Ela foi morta por ser brasileira e, mais especificamente, por morar no Rio de Janeiro. Marielle foi morta por causa da falência absoluta de nosso aparato de lei e ordem, em decorrência de leis, jurisprudências e regulações criadas por gente como a própria vítima: militantes de uma ideologia que exalta o banditismo, extingue a responsabilidade individual, demoniza as polícias e estimula a desordem, o crime e o ódio. Como ela, mais de 60 mil brasileiros morrem todos os anos em virtude dessa falência. Esse sangue todo, incluindo o de Marielle, deve entrar para a conta de cada deputado que aprovou a nossa Constituição atual, de cada político cuja atuação tenha levado a um aumento da leniência para com criminosos, de cada juiz que deixou um traficante solto, de cada ativista e militante que tenha promovido a grande falácia de que bandidos são vítimas da sociedade. Cada um deles é culpado e carrega sobre si esse rio de sangue que faz do nosso país a zona de guerra mais mortífera do mundo.
A morte de Marielle e também as 17 mortes da Flórida certamente serão suplantadas por outras mortes, talvez em situações ainda mais chocantes e extremas. E, cada vez que isso acontecer, os abutres da esquerda estarão prontos para usar cada lágrima derramada pelas vítimas em seu moinho macabro. Pois é só isso que a esquerda fez até hoje, e é só isso que sabe fazer: girar as engrenagens de sua máquina assassina com sangue e lágrimas. Foi assim com Mao, com Stálin, com Pol Pot, com Castro, com Zemin e com Chávez, só para citar os mais famosos; e assim sempre será, enquanto houver esquerda no poder.
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