Temos duas crianças em casa, uma de 5 anos e um de 7. Moramos no quintal do Mickey Mouse, na região metropolitana de Orlando. No entanto, da mesma forma que muitos outros pais conservadores, não temos passes anuais para os parques da Disney. Já tivemos, não temos mais.
O fenômeno que tem tirado a Disney dos lares conservadores é bem conhecido. A empresa, cujo tremendo sucesso foi construído sobre os alicerces da família – diversão e “magia” feitos para os pequeninos de todo o mundo –, resolveu abandonar seu público em prol do ativismo ideológico de esquerda.
Aos poucos, a magia foi sendo soterrada pelas demandas insanas do wokismo. O príncipe beija a princesa e desfaz o feitiço que a mantinha em um sono profundo? É estupro. Não pode mais. E resgatar a donzela presa no castelo do vilão? Pode? Não, porque a mensagem de que uma mulher possa precisar de um homem para resgatá-la não passa de um reforço à masculinidade tóxica da civilização ocidental.
A Disney, cujo tremendo sucesso foi construído sobre os alicerces da família – diversão e “magia” feitos para os pequeninos de todo o mundo –, resolveu abandonar seu público em prol do ativismo ideológico de esquerda
Obviamente que essas demandas não passam de histeria e loucura. E toda família normal sabe disso. Mas boa parte das famílias conservadoras vai além e vigia os movimentos do wokismo para cima de seus filhos. Tanto é que abundam os grupos de pais que, unidos pelas redes sociais, ajudam-se mutuamente na análise de conteúdo produzido pelos estúdios de televisão e cinema. Tenho o exemplo em casa. Sempre que algum desenho ou filme novo é disponibilizado, minha esposa corre para ler as resenhas feitas por outros pais conservadores, que seguem uma estrutura básica de avaliação.
O mesmo tem ocorrido com materiais didáticos, aqui nos Estados Unidos. Associações de pais têm confrontado os comitês escolares de seus condados quando surge algum material que tenta introduzir questões de sexualidade ou racismo para crianças de 4 a 8 anos de idade.
Diante dessa organização de parte da sociedade em prol da proteção das crianças, não é difícil entender o porquê do anúncio recente do CEO da Disney, que demitiu mais de 7 mil funcionários. Bob Iger bem que tentou jogar a culpa em algo genérico como a falta de efetividade do setor de streaming da empresa, mas todo mundo sabe que o problema é outro: tem gente demais lá dentro trabalhando contra as famílias e em favor de ideologia política.
O maior exemplo da contaminação pelo ativismo aconteceu no ano passado, quando a Disney tomou forte posicionamento contra uma lei estadual da Flórida. A lei, que em essência proibia que crianças de primeira à terceira série recebessem “ensino” de cunho sexual e de gênero, foi apelidada de “don’t say gay law”, que pode ser traduzido como “lei do não diga ‘gay’”. O apelido, desonestamente criado por ativistas democratas, não tem nenhum lastro na verdade. A lei não menciona, em nenhum momento, a proibição da palavra “gay”. Ela só proíbe que professores mal-intencionados destruam a pureza e a ingenuidade de criancinhas que acabaram de sair das fraldas.
Mas, voltando ao posicionamento da Disney, a empresa chegou a dizer, com todas as letras, que lutaria para reverter e cancelar a lei. Com isso, entrou na maior e pior briga que poderia comprar, batendo de frente com o governador do estado, Ron DeSantis. E DeSantis não titubeou por um segundo sequer. Diante da posição inaceitável da Disney, engajou a legislatura estadual da Flórida no processo de cancelamento dos benefícios fiscais que a Disney manteve por décadas.
Por tudo isso é que Bob Iger foi chamado de volta à presidência da empresa. As demissões anunciadas são apenas a continuação de um plano de controle de danos. Se agir como verdadeiro gestor, Iger freará o processo de wokização da Disney. Caso contrário, não será surpresa se mais 7 mil demissões ocorrerem num futuro próximo, e mais 7 mil, e mais 7 mil… A mensagem das famílias conservadoras é clara: não mexam com nossas crianças.
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