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Considerada uma das provas mais difíceis do Brasil, a Maratona de Curitiba chega à sua 15.ª edição amanhã, com largadas a partir das 6h40, na Praça Nossa Senhora de Salete. É a primeira vez que a organização da competição será feita por uma empresa privada e não pela secretaria municipal de esportes. Assim, o foco passa a ser os corredores amadores.

Com apenas 15 atletas largando no pelotão de elite – como os quenianos Nelly Jepkurui e Sammy Kibet Rotich e o etíope Sammy Kibet Rotich –, a prova será um desafio para os amadores que escolheram justamente as dificuldades da corrida curitibana para cravar um tempo de “gente grande”: abaixo de 3 horas. O campeão, entre profissionais e amantes das corridas, irá embolsar uma das maiores premiações do país: R$ 13 mil.

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Os “sub-3”, contudo, não terão vida fácil em Curitiba. O percurso envolve grande variação de altimetria, com sucessivos trechos de subidas e descidas. E a condição climática que causa grande desgaste físico: calor e alta umidade do ar (a previsão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais –Inpe – para amanhã é de temperatura entre 10°C e 23°C e umidade relativa do ar na casa dos 90%).

“Terminar uma maratona é possível para qualquer corredor. Já uma meta de 3 horas não é para qualquer um. Exige, além de preparo, uma condição física privilegiada”, diz o presidente da Associa­­ção dos Técnicos de Corrida de Curitiba (ATCC), Fábio Moralles Alonso, o Tchê.

Para atingir a meta é preciso manter um pace (tempo gasto para cumprir um quilômetro) entre 4min20s e 4min30s. O que parece fácil em um primeiro momento, pode se tornar impraticável repetir durante 42 quilômetros.

“Tem de conhecer bem o percurso. Há trechos de declive em que pode baixar o pace para 4min12s e nem por isso estará indo rápido; em outros, de subida, irá para 4min45s sem que isso signifique que ‘quebrou’. Quanto mais constante mantiver o ritmo, me­­lhor”, diz o técnico da BM&F Bo­­ves­­pa Atle­­tis­­mo, Adauto Domin­­gues. Ele foi o trei­­nador da seleção brasileira na Olimpíada de Pequim e, atual­­mente, trabalha com Maríl­­son dos San­­tos, que tenta o índice pa­­ra os Jogos de Lon­­dres.

Domingues descarta que para entrar para o seleto grupo dos amadores de elite na maratona seja ne­­cessário um biótipo específico. “Isso é balela”, resume, avisando, contudo, que é preciso ter um currículo de provas para chegar lá. “Pelo menos ter feito uma maratona ou bons tempos nas meias-maratonas. Ter terminado os 21 km abaixo de 1h27min”, estima.

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Estreante nos 42 km, o analista de sistemas Evandro Polo, 39 anos, confia no treinamento específico para a Maratona de Curitiba, iniciado em janeiro deste ano, e na evolução conseguida nos meses seguintes. “Queria terminar a Meia-Maratona de Buenos Aires abaixo de 1h24min. Fiz em 1h22min”, conta. No evento deste domingo, pretende manter o ritmo de 4min17s por quilômetro. “Qualquer tempo abaixo de 3 horas será ótimo”, diz.

“Passeio” por Curitiba passa por 64 ruas de 29 bairros

O percurso de 42,195 metros da Maratona de Curitiba envolverá toda a cidade neste domingo. Ao todo, serão 3 mil participantes que disputarão a maratona, a corrida de 10 km e a ca­­minhada de 5 km, que largam entre as 6h40 e as 7h30, na Praça Nossa Senhora de Salete (Centro Cívico), o que exigirá atenção de quem pretende sair de casa pela manhã.

A prova passa por 64 ruas de 29 bairros da capital paranaense, bloqueando o trânsito em vários pontos, até as 13 horas (confira os principais trechos acima). Cerca de 140 linhas de ônibus terão o trajeto alterado ou precisarão esperar a passagem dos atletas durante a competição.

Serviço

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Largada da categoria cadeirante, às 6h40; Elite feminina, 6h45; Elite masculina e geral, 7 h; 10 K, 7h30; e caminhada 5 K na sequência. A premiação será a partir das 10 h. Maratona.