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Aventura calculada
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O Ecomotion Pro, maior corrida de aventura das Américas, tem largada amanhã. Paranaenses na prova contam os meses de preparativos para encarar quase 600 km de trekking, moutain bike, canoagem e técnicas verticais

Ecomotion 2011
Em 2011, o Ecomotion Pro foi disputado na Costa do Descobrimento (BA). Este ano, o desafio será na Chapadas dos Veadeiros (GO)

Sem parar. O Ecomotion Pro é uma prova de corrida de aventura que reúne 200 atletas em 37 equipes que terão de percorrer 585 quilômetros pela vegetação natural da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Serão dez dias em que trocarão o sono por competição em trilhas, estradas, cânions, rios, deslocando-se a pé, de bicicleta, pendurados em cordas e orientados por mapas.

A prova, disputada por quartetos, porém, começou, no papel, há cinco meses para os competidores. “O esporte leva ‘aventura’ no nome. Mas de aventura não tem nada. Temos de fazer de tudo para não cair no imprevisto, check list enorme para providenciar: comida, kits primeiros socorros, as bicicletas, equipamentos de segurança. Sem contar o longo tempo de preparo físico e experiência em outras provas para encarar o Ecomotion”, diz o bombeiro militar Gerson Luís Machado, 43 anos, estreante no evento.

Ele forma equipe com outra catarinense, Denise Ma­­cedo, 44 anos, e os paranaenses Jefferson José Ozo­­govski, 42, e Gerson Ernesto dos Santos, 42. Enquanto a primeira dupla treina em Flo­­rianópolis, a outra metade do time fez toda a preparação em Paranaguá. “Temos toda a estrutura de Mata Atlântica para fazer trekking”, diz San­­tos. Os treinos de caiaque são na baía da cidade portuária.

Há ainda os problemas burocráticos para passar dez dias longe do trabalho. O Gerson catarinense programou as férias para o mesmo período da prova; o paranaense, uma compensação de horas na rotina de oficial de justiça para viajar a Goiás. “Duas vezes não fui dispensado e tive de abrir mão do Ecomotion”, lembra.

Durante a prova, as equipes traçam diferentes estratégias para abrir vantagem sobre os concorrentes, que inclui noites em claro pedalando ou caminhando, com breves cochilos. Alimentação e equipamento têm de pesar o mínimo possível. Cansaço, esgotamento físico e psicológico são inevitáveis. “Mal dá para prestar atenção na paisagem. Tem de se manter o espírito de nunca desistir até chegar à linha final”, resume Santos. “Chega um ponto que só resta usar o instinto animal”, fala Machado.

As equipes de vários estados brasileiros e estrangeiras (vindas da Espanha, França, Uruguai, Argentina e Nova Zelândia) contam com times de apoio, que tentam oferecer um mínimo de conforto nos pontos permitidos pelos organizadores. “Até macarrão instantâneo aprendemos a preparar com o próprio calor do corpo”, conta a supervisora de mercado, Andrea Pasquini, 35 anos, que vai para seu segundo Ecomotion Pro. “É uma prova que exige muita logística e investimento”, conta.

Todo o equipamento de um atleta pode pesar até 120 quilos. “O investimento é de cerca de R$ 20 mil”, estima Andrea. “A gente meio que paga para sofrer. Mas sempre quer voltar”, conta Gerson Machado.

O desafio

Entenda como funciona a disputa do Ecomotion:

• As equipes são formadas por quartetos, com pelo menos uma mulher. “Somos poucas com preparo para provas desse porte. Isso faz com que sejamos bastante disputadas pelos times”, diz Andrea Pasquini.

• A Chapada dos Veadeiros é uma região de privilegiada diversidade natural, nascentes fundamentais para a formação do Rio Tocantins, trilhas, cânions, rios, córregos, riachos, montanhas, cavernas.

• O local de largada é mantido em sigilo e o mapa do percurso é divulgado horas antes da largada.

• O mountain bike será a modalidade com maior distância a ser percorrida pelos quartetos, com 321 km. Em seguida, o trekking (155 km), a canoagem (108 km) e técnicas verticais, como rapel (1 km), totalizando 585 km.

• A premiação para a equipe campeã é de 12 mil dólares (cerca de R$ 23,2 mil).

• Esta é a nona edição do Ecomotion Pro. Os brasileiros venceram três vezes. Times espanhóis, duas; um título foi para a Nova Zelândia e outro, para os Estados Unidos.

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