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Sua função é simples: registrar a frequência dos batimentos cardíacos por minuto. Muito mais do que uma ferramenta para a saúde, porém o frequencímetro é um grande companheiro nos treinos de corrida. “Com ele, podemos individualizar e personalizar a atividade”, explica a coordenadora técnica da Triax Assessoria Esportiva, Rosa Nai­­mara Bossle.

O aparelho há tempos não é re­­comendado apenas a quem tem alguma doença ou alteração coronária e precisa se exercitar. Ele auxilia na melhora do desempenho do corredor justamente porque mensura o esforço que o coração está fazendo para bombear sangue para todo o corpo durante a corrida. Quanto maior a intensidade da atividade, mais batimentos por minuto (BPMs).

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Ao trabalhar com faixas de constância adequadas a cada pessoa, com base no condicionamento físico, podem-se melhorar diversos fundamentos: priorizar a queima de gordura, au­­mentar a quilometragem ou até mesmo a velocidade da corrida. E são os registros do equipamento durante a corrida que garantem o esforço físico dentro do proposto para cada objetivo.

Para tanto, antes de ajustar a cinta ao tórax é preciso passar por um teste de esforço físico má­­ximo, que define a frequência cardíaca (FC) máxima. Ela é o parâmetro para traçar outras faixas de batimento por minuto ideal para cada tipo de treino.

“Há outras formas de encontrar parâmetros para o esforço físico, como a capacidade de conversar durante a corrida ou equações para determinação de FC máxima [como a fórmula geral, que diminui a idade do indivíduo de 220]. O problema é que elas equalizam as pessoas”, fala o especialista em medicina do desporto Marcelo Leitão.

Ele recomenda que o teste de esforço seja feito com ergoespirometria (em que se associa o trabalho ao que o coração é submetido durante a atividade física com a análise do ar espirado). Com isso determinam-se também os limiares ventilatórios, que são marcas de intensidade do esforço e também poderão ser traduzidas em faixas de FC, indicando um treinamento mais preciso a cada atleta.

Nos treinos, o corredor usa o frequencímetro para manter-se dentro da faixa determinada para cada treino, conforme a in­­di­­cação de um técnico. “Se for para dar mais volume de corrida, vamos usar uma faixa entre o primeiro e o segundo limiar, entre 65% e 85% da FC máxima. Se o foco for velocidade, essa faixa vai ser acima do segundo li­­miar”, exemplifica Rosa Naimara.

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Os valores numéricos em BPM variam de indivíduo para indivíduo, conforme idade e peso. Em comum, todos levarão mais tempo para atingir o primeiro limiar quanto melhor for o condicionamento físico.

“Temos o cuidado também de orientar os corredores a não trabalharem acima de sua FC máxima, exceto em treinos específicos”, destaca o instrutor do grupo de corridas do Círculo Militar do Paraná, Thiago Rodrigo dos Santos Pigatto. Todos em sua equipe são orientados a usar o equipamento.

“Já acostumei. Não consigo correr sem ele. Me ajuda a determinar o ritmo e saber se estou fazendo o treino conforme o técnico orientou”, fala a administradora Marisa Gasparin Rosa, de 46 anos.

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Dicas

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Importante, mas não indispensável. Veja as dicas para usar da melhor forma o frequencímetro:

Utilidade

O uso do frequencímetro ajuda o atleta a mensurar o esforço físico e a executar os treinos dentro de uma faixa de FC adequada para o objetivo do treino. Mas a ausência dele não impossibilita treinos de qualidade e evolução na modalidade, como destaca o médico Marcelo Leitão.

Plano B

Explica a coordenadora técnica Rosa Naimara Bossle a quem não tem o aparelho: pode-se utilizar parâmetros menos precisos, mas também úteis, como a fórmula geral da frequência cardíaca, em que a FC máxima determina-se pela subtração da idade do corredor do número 220. Uma pessoa de 30 anos, por exemplo, teria uma FC máxima de 190.

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A compra

No mercado não faltam opções de frequencímetro, com valores a partir de R$ 200. O valor aumenta conforme o número de funções adicionais que o aparelho agrupar: cronômetro, medidor de consumo de calorias, GPS.

O senão

Alguns atletas sentem um pequeno incômodo nos primeiros dias de uso da cinta do frequencímetro no tórax. Mas ainda é o melhor modelo para a prática de exercícios. Aparelhos que fazem a medição no pulso ou no lóbulo da orelha são eficientes apenas em repouso.