Maior evento da modalidade audax, o Paris-Brest-Paris, que ocorre de quatro em quatro anos, reuniu em agosto 53 brasileiros, sendo dez paranaenses
É como se fosse a Copa do Mundo do ciclismo: ocorre de quatro em quatro anos, atrai atletas do mundo todo e movimenta a população local. O Paris-Brest-Paris (o PBP), que este ano chegou à 17.ª edição, em agosto, é o maior evento do audax – ciclismo de longa distância, com a obrigação de percorrer determinado percurso em um limite de tempo.
Quem competiu já pensa na próxima, em 2015, preparando-se para repetir a rodagem de 1.230 km, ida e volta entre a capital francesa e a cidade de Brest. O evento tem chamado cada vez mais a atenção dos brasileiros. “Em 2007, foram 16. Este ano, 53, sendo dez paranaenses. Destes, nove terminaram a prova dentro do tempo máximo, de 90 horas”, conta o professor de francês David Dewaele, 40 anos, que pela segunda vez participou da prova em seu país natal.
“Melhorei quase dez horas [75h03min]. Mesmo tendo quebrado o câmbio depois de uma colisão no quilômetro 40, o que me fez pensar em desistir”, diz. A motivação veio do que para muitos seria uma má lembrança: em 2001 ele teve leucemia e passou por quimioterapia. “Quando as dores musculares e a exaustão incomodavam demais, lembrava que já sofri dores muito maiores e que teria todas as condições de seguir adiante.”
Ele e seus companheiros de pedal já planejam outros desafios: em fevereiro, vão percorrer 2,5 mil km nas estradas paranaenses.
Para chegar ao PBP é preciso comprovar alta rodagem. É necessário cumprir distâncias mais curtas – a partir de 200 km –, que valem os brevets (em francês “licença”) para as provas de 300 km, 400 km e 600 km. “Cada uma exige um treino mínimo de rodagem semanal. O tipo de bicicleta varia de acordo com a vontade do ciclista, mas há itens obrigatórios, como sinalização das bikes e dos atletas”, conta o diretor-técnico da Associação Ciclística Desportiva (entidade que promove as provas de audax no Paraná, com brevets válidos para a PBP), Fabio Dipp.
“É uma modalidade para quem quer vencer o próprio desafio, não necessariamente competir com o outro, já que cada um faz sua estratégia”, afirma o engenheiro ambiental e ciclista João Paulo Jankowski Saboia, 26 anos. Habituado a longas distâncias, ele usa chinelos para completar os brevets, com a intenção de “mostrar que não é necessário usar o equipamento mais caro”, justifica.
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