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Deslize sem medo

Marco Lima/ Gazeta do Povo
Como é uma prática de técnica apurada, a patinação exige orientação. O melhor caminho para aderir à modalidade é começar em uma academia especializada

Resistência muscular, condicionamento cardiorrespiratório, fortalecimento de músculos, tendões e ligamentos em dia…

Os benefícios são sempre citados quando se fala em corrida de rua, mas se enquadram em outra modalidade física de forte aceitação nas ruas: a patinação sobre rodas.

O esporte – popular entre crianças e adolescentes – vem ganhando cada vez mais espaço entre os adultos que buscam resultados físicos e estéticos (especialmente coxa e bumbum) – além de saúde (pode-se queimar até 800 calorias em 1 hora de atividade).

Em comparação às passadas com tênis, a prática com patins tem uma grande vantagem: o baixo impacto – quando não há execução de saltos, coisa para não iniciantes.

Um desdobramento disso está no fato de que “com rodinhas” são poucos os casos de fratura por estresse (dano causado pelo esforço repetitivo) – algo comum nos corredores.

“A patinação é um esporte muito seguro, posso garantir. Quem pratica em raros casos tem algum tipo de lesão”, atesta o professor de educação física Cléber Reikdal, que leciona na escola de patinação Footwork. O senão inicial está justamente no fato de que a orientação técnica tem papel importante.

Em síntese, pode-se aprender sozinho, mas não é tão comum como andar de bicicleta.

Para começar, o candidato a patinador precisa deixar de lado aquilo que para os especialistas é um mito: de que a patinação é um esporte perigoso por causa das quedas. “Basta a pessoa não deixar de lado alguns itens de segurança”, segue Reikdal.

Marco Lima/ Gazeta do Povo

O protetor de punho, também conhecido como wrist guard, é o primeiro deles, pois em qualquer movimento em falso a tendência do patinador é usar as mãos para manter o equilíbrio. Além disso, cotoveleira, capacete e joelheira são essenciais para os praticantes de line skating (patinação na rua).

Paramentado adequadamente, o passo seguinte é escolher o piso. “Em Curitiba, por exemplo, o ideal é treinar em parques, em lugares com poucas ondulações no asfalto, pois é mais difícil manter o equilíbrio em terreno ondulado do que desviar de buracos pelo caminho”, diz Gustavo Uchoa, também professor do esporte.

Habituado a treinar em parques da cidade, ele indica o Ba­­cacheri como o local perfeito na capital paranaense para­­ os iniciantes porque tem uma camada de asfalto lisa e terreno plano. “No Parque Barigui tem esse problema da ondulação. É mais difícil para quem está começando”, recomenda.

Com poucos locais adequados para andar na cidade, uma das alternativas viáveis são justamente as escolas especializadas. Em quadras de piso de madeira ou cimento, a estudante Bárbara Priscila de Matos Abe, de 15 anos, patina há três anos e já participa de competições nacionais, inclusive com medalhas na categoria dela. “É um esporte completo”, diz.

De fato. Além da patinação propriamente dita, as aulas in­­cluem sessões de alongamentos, pi­­lates e alguns passos de balé. Outro ponto forte apontado pelos praticantes é o ganho de consciência corporal e concentração. “A gente conhece melhor o corpo, ga­­nha mais confiança para fazer as outras atividades do dia”, lembra Vanderlei Augusto, de 11 anos.


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