Pesquisa de uma universidade australiana mostra os malefícios de se ficar sentado em frente da tevê em vez de se exercitar
Após um dia de trabalho, para muitos é comum, ao chegar em casa, sentar no sofá e assistir a algumas horas de televisão, buscando o tão merecido descanso. O que a maioria não sabe é que esse hábito cotidiano, tão simples, associado a outros que fazem parte da rotina sedentária de grande parte da população, pode reduzir em alguns anos a expectativa de vida.
É o que indica uma pesquisa desenvolvida na Universidade de Queensland, na Austrália, e publicada no The British Journal of Sports Medicine. Segundo ela, pessoas acima dos 25 anos perdem, em média, 21 minutos de vida a cada hora sentadas diante da tela. Para efeito de comparação, são 10 minutos a mais do que o efeito provocado pelo consumo de um cigarro.
Foram usados dados de 12 mil australianos coletados em um levantamento nacional sobre diabete, obesidade e estilo de vida. Os entrevistados responderam a perguntas relacionadas ao seu estado de saúde, ao histórico de doenças, à frequência de exercícios, tabagismo, hábitos alimentares e, principalmente, sobre o tempo de permanência assistindo à televisão.
O objetivo era chegar a um número aproximado da quantidade de horas que a pessoa passava sentada, independentemente da televisão. A conclusão indica que pessoas que permanecem nessa posição durante períodos de seis horas podem viver até cinco anos a menos.
“Esse trabalho corrobora outros trabalhos anteriores sobre o tema. A inatividade é uma coisa muito séria para a saúde. Principalmente pelo risco de diabete provocado pelo sedentarismo”, indica o cardiologista e professor da PUCPR José Rocha Faria Neto.
O médico faz referência a outro estudo, divulgado recentemente na Inglaterra, que acumulou informações de 18 pesquisas sobre o tema, e chegou a conclusões semelhantes ao trabalho australiano. Segundo a publicação inglesa, pessoas que permanecem mais de sete horas diárias sentadas têm um crescimento de 112% nas chances de desenvolver diabete, 147% no risco de doenças cardiovasculares e 49% de morrer prematuramente.
Um ponto em comum defendido nas duas teses é que mesmo com a prática regular de atividades físicas, a redução na expectativa de vida e o risco de doenças acontecem. Porém o cardiologista faz uma objeção a esse argumento, destacando a importância de se exercitar.
“É preciso ter cuidado para não passar a mensagem de que o risco de morte é igual para uma pessoa sedentária e uma que pratica exercícios. O fato de ficar sentado apenas atenua os benefícios que uma atividade física pode trazer. O ideal é que se passe a menor parte do tempo possível sentado.”
Para Faria Neto, aliado a isso, é necessário praticar, pelo menos, 150 minutos semanais de exercícios, usar medidas alternativas como subir escadas, caminhar quando possível e evitar, quando se está sentado, o consumo de alimentos calóricos. “Toda essa caloria que vai entrar tem uma tendência de ser depositada no corpo porque não será queimada.”
O consultor financeiro Alexandre Jung já experimentou os efeitos negativos do sedentarismo. Aos 37 anos, ele permanece de 10 a 12 horas sentado diariamente, em função de seu trabalho, uma rotina que já dura 10 anos. “Eu sentia muitas dores no corpo e precisava ficar revezando entre sentar e ficar em pé para aliviar a dor. Sofri muito”, conta.
Para solucionar isso, além de trocar sua cadeira confortável por uma ergonomicamente correta, Jung passou a cultivar hábitos saudáveis, como parar de fumar e se exercitar, buscando o bem-estar. Ele afirma ser graças a isso que os danos provocados no corpo por ficar sentado diminuíram.
“Eu faço natação, academia todos os dias e pilates, isso há seis meses, e minha vida mudou completamente. O fato de ficar sentado o dia inteiro não incomoda tanto quanto antes.”
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