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“Bolha”, em corrida de rua, é si­­nô­­­­nimo de incômodo e dor – o resultado do excesso de suor, provocado pelo atrito nos pés. Porém, a tecnologia subverteu o termo. Agora, o verbete significa um exótico isolamento com ganho atlético.

>> Assista ao vídeo e saiba como funciona o treinamento

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Assim como as sessões de corrida na areia, na piscina e até com um paraquedas, todas eficientes para o fortalecimento muscular, um novo produto, a bubble (bo­­lha em inglês), surge como a bola da vez – sem trocadilho – para a me­­lhora cardiorrespiratória.

Curitiba terá a parafernália – que lembra o cenário de ficção científica por colocar o corredor dentro de uma redoma de plástico – a partir desta semana na academia Be Happy. Revestida em PVC, ela gera um ambiente em que o atleta treina isolado, na esteira, sem os efeitos da poluição.

Segundo os fabricantes do equipamento, seu grande trunfo é justamente fornecer ao sistema um ar 99,99% puro, livre de micropartículas e com baixa concentração de dióxido de carbono (CO2, o gás carbônico).

Durante o treino, o corredor tem melhor absorção do oxigênio, que será transportado pela corrente sanguínea para as células, poupando energia e potencializando o treinamento.

O que se economiza em energia na respiração será usado pelo organismo para suportar mais carga – de tempo ou velocidade – na atividade física. Com a frequência das corridas nesse ambiente, o corpo se habitua a ser mais exigido – melhoria que, na prática, espera-se, irá se refletir nas corridas fora da bolha.

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A bubble tem origem na Es­­panha – onde foi, inicialmente, batizada de burbuja – chamou a atenção no meio esportivo ao ser usada pelo tenista número 2 do ranking mundial, Rafael Nadal, nos treinos físicos e nos intervalos dos jogos, para a recuperação física.

A eficácia da ferramenta na atividade física é alvo de um estudo do Centro de Estudo da Perfor­­mance Física (Cepefis) do Departa­­mento de Educação Física da Uni­­ver­­sidade Federal do Paraná (UFPR). Até o momento, os resultados são animadores, diz o coordenador do estudo e do Cepefis e doutor em Fisiologia, Raul Osiecki.

“Fizemos testes em repouso da frequência cardíaca (FC) em 30 indivíduos, dentro e fora da bolha. Em todos tivemos uma média menor da FC dentro do ambiente com ar filtrado. Também medimos a resposta do sistema nervoso parassimpático, que estimula ações contrárias aos sintomas de stress. Vimos que, dentro da bolha, esse sistema fica mais ativo”, diz.

Para quem vê de fora uma sessão de treino no ambiente fechado, parece incômodo entrar em um cenário claustrofóbico. “Não é. O ar parece mais fresco. Tenho rinite alérgica e, dentro da bolha, sinto a respiração mais fácil. Tive sensação de enclausuramento quando testei a bolha em material branco. Com o [revestimento] transparente, não”, conta o assessor técnico da V8 Assessoria Esportiva e membro do Cepefis, Vítor Bertoli.

A corrida na bolha, lembra Osiecki, não é substituta dos treinos na pista. “Assim como os atletas procuram outras formas para chegar a uma condição ideal, como com cross trainning ou musculação, pode incluir sessões de bubble na planilha durante a preparação para uma prova”, fala.

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O sistema

A “condição ideal” para o treinamento oferecida pelos fabricantes da bo­­lha de ar começa com um filtro de alta potência. Entenda como o equipa­­mento funciona:

1. O ar que enche a bolha de ar passa por um filtro que realiza 350 ciclos de filtragem do ar por hora. Em uma sala de cirurgias, a média é de 70 ciclos no mesmo período de tempo.

2. O formato esférico do ambiente elimina o risco de acúmulo de sujeira, desde a poeira visível a olho nu a partículas vistas somente por microscópios, de bactérias ou vírus, o que habitualmente ocorre nos cantos dos ambientes fechados.

3. A entrada do ar na bolha é feita rente ao solo e sobe em uma espiral de baixo para cima e sai por pequenos orifícios no topo da bolha, por diferença de pressão.

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4. Ao ar livre, a concentração de CO2 (medida em partículas por milhão – o ppm) é entre 800 a 1000 ppms. Durante a atividade física leve, a média, ao redor do indivíduo, sobe para 1,4 mil ppm. Na expiração, o organismo libera mais gás carbô­­nico e, nos exercícios intensos, a concentração de CO2 pode chegar a 2,3 mil ppm. Dentro da bolha, o valor se estabiliza entre 600 e 650 ppm.

Fontes: Raul Osiecki, doutor em Fisiologia e coordenador do estudo e do Cepefis (Centro de Estudo da Performance Física) do Departamento de Educação Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR); Fabiano Polak, diretor do Grupo BPX, empresa distribuidora da bolha no Brasil.

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Corrida

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Sesc fecha amanhã a temporada

A partir das 7h30 de amanhã será realizada a última etapa do Circuito Sesc de Corrida e Cami­­nhada de Rua, em Curitiba. Du­­rante o ano, foram 19 etapas, cada uma em uma cidade paranaense. Os campeões gerais das edições regionais estarão na capital paranaense para a disputa da final da prova de 10 km. Os vencedores serão premiados com troféus e os atletas que tiverem vencidos mais provas e que tiverem completado mais etapas do circuito deste ano também receberão uma placa de mérito esportivo. A largada e a chegada serão em frente à sede do Sesc da Esquina (Rua Vis­­conde do Rio Branco, 969 esquina com Augusto Stellfeld, Cen­­tro). O evento terá ainda a corrida de 5 km e caminhada.

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Ginástica

Maratona no terraço

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Hoje, a partir das 16h30, ocorre a 3ª Edição do Bike Ponto, uma maratona de ciclismo indoor realizada a 90 metros de altura, no heliponto do Crowne Plaza Curitiba. A expectativa dos organizadores é reunir cerca de 500 pessoas no evento, que será dividido em cinco aulas, com duração de uma hora cada, onde serão simulados inúmeros percursos. A inscrição custa R$ 20 e pode ser feita em uma das unidades da Espaço do Corpo (Cristo Rei, Água Verde, Mercês e Shopping Palladium) ou no Crowne Plaza, no dia do evento.

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Agenda

4/12 – 13ª Volta da Pampulha, em Belo Horizonte – corrida de 17,8 km (inscrições até 28/11. Informações pelo site www.voltadapampulha.com.br).

4/12 – 16ª Corrida do Parque Tingui – corrida de 10 km (informações no site www.procorrer.org.br/tingui).

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11/12 – Etapa Verão do Circuito das Estações em Curitiba – corridas de 5 km e 10 km (inscrições até 4/12. Informações pelo site www.circuitodasestacoes.com.br).

11/12 – Triatlo Olímpico de Caiobá – Etapa Verão, em Matinhos (inscrições até 6/12. Informações pelo site www.triativaeventos.com.br).

11/12 – 5ª Etapa do Circuito Paranaense de Cross Duathlon (informações e inscrições pelo site www.naventura.com.br).

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