A cena é comum: você chega ao treino, ensaia as primeiras passadas e logo ouve do técnico: “Já alongou?”. Coragem, a partir de agora, responda “não”, sem dor na consciência. É que, apesar de enraizado na cultura esportiva, o alongamento antes e depois de treinos esportivos – corrida, ciclismo, natação e outros – não é recomendado. Há mais de dez anos estudos científicos mostram que tal prática pode até prejudicar o atleta. “O alongamento é para aumentar a flexibilidade. Quando se faz isso, o cérebro recebe a informação para relaxar a musculatura”, explica o fisioterapeuta Rômulo do Carmo Oliveira.
Tal relaxamento é exatamente o oposto do que o exercício físico exige: a contração dos músculos. Com o sistema de contração “desligado”, perde-se força para executar os movimentos, e pior: coloca-se em risco as articulações. “Elas são preciosas. Quem as estabiliza são os músculos e os ligamentos. Se você provoca uma extensão súbita [como o alongamento], o músculo reage ao contrário, o fuso [receptor sensorial composto por feixes musculares] interpreta a ação como nociva e envia sinais para provocar o relaxamento”, diz o médico especialista em coluna do Hospital Cajuru, Ricardo Munhoz da Rocha Guimarães.
Sem alongar, o que fazer? A opinião dos especialistas não é consenso, mas têm um ponto de convergência: é preciso “avisar” o corpo de que, nas próximas horas, será mais exigido. Alguns indicam o “alongamento dinâmico”; outros o aquecimento; há quem recomende a “ativação muscular”.
A fisioterapeuta Karla Simas defende o aquecimento das articulações, especialmente com movimentos de circundução que sejam parecidos com os que vai se usar no esporte praticado (veja ilustração abaixo). Na corrida, por exemplo, a ênfase é nos movimentos de perna, sem esquecer os grupos de sustentação, como quadril e coluna.
É o mesmo princípio do alongamento dinâmico, indicado por Oliveira: a reprodução de movimentos corporais iniciados em ritmo lento e confortável, em velocidade e amplitude progressivas. “Pode-se, inclusive, fazer os mesmos movimentos do alongamento tradicional, mas repetindo cada postura várias vezes, com intervalos de dois segundos”, explica.
Já a “ativação muscular” é uma ideia que surgiu junto com o conceito do não alongamento. Consiste em atividades de contração muscular, com média de 10 segundos de duração cada, e que devem ser feitas com 30% da força máxima. Ficar de pé e elevar um dos joelhos, abraçando a coxa, ao mesmo tempo em que a perna faz pressão contra os braços em direção ao chão, para ativar a musculatura posterior da coxa.
Logo após o treino, as fibras musculares estão contraídas e as veias cheias de sangue causam a sensação de inchado e a necessidade de “soltar”. Nesse momento, alongar também não é indicado. Com o corpo aquecido, o atleta consegue maior extensão muscular, mas também tem mais dificuldade para perceber quando passou do ponto, aumentando o risco de distensão aumenta. “Melhor seria uma massagem, para auxiliar na circulação do sangue e relaxar o músculo”, fala o médico.
Alongamento deve ser “agendado”
Não é porque não se deve alongar antes e logo após os treinos que se pode abandonar essa prática. Ao contrário. O alongamento é essencial para a melhora do desempenho. Deve, apenas, ganhar novos horários na agenda do atleta, em dias alternados ou no contraturno dos treinos.
“Um músculo eficiente precisa de boa capacidade de contração, força e extensão”, explica a fisioterapeuta Karla Simas.
Ter boa extensão muscular resulta, inclusive, em maior potência. “O músculo contrai até 50% do seu tamanho. Se tenho um músculo que se estende mais, terei maior contração”, explica Rômulo de Oliveira.
O médico Ricardo Munhoz da Rocha Guimarães recomenda que os atletas sejam autônomos em seus alongamentos. “Não conte com a ajuda de outra pessoa. Durante um exercício, a pessoa pode puxar mais do que seu músculo suporta”, diz.
Mais uma dica: alongamento eficiente não é sinônimo de sofrimento. Em cada movimento, faça três séries de 30 segundos, em que o ponto limite para sustentar a postura é quando sentir um leve repuxo nos músculos. Assim, naturalmente, na terceira execução atinge-se uma extensão maior que na primeira.
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Guaratuba abre etapas do Estadual
Amanhã será realizada a 1.ª Etapa do Campeonato Paranaense de Triathlon. A prova será disputada em Guaratuba – com largada e chegada na Praia Central – e é o último teste para quem vai competir no Sesc Triathlon Caiobá, no próximo dia 27.
A largada está marcada para as 7h20, na Praia Central. A prova será disputada num sistema de short triatlo, com distâncias reduzidas à metade em relação à prova olímpica. Serão 750 metros de natação, 20 quilômetros de ciclismo e 5 quilômetros de corrida. No pedal, será possível competir nas categorias bike speed ou mountain bike.
A expectativa dos organizadores é de que 200 atletas participem da competição. Além de quem vai participar do Sesc Triatlon, a prova terá a categoria estreante, na qual os atletas irão nadar 400 metros, pedalar 10 quilômetros e correr 3 quilômetros. A prova tem apoio do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e da prefeitura de Guaratuba.
O evento também marca o retorno da Federação Paranaense de Triatlhon à ativa. A instituição ficou seis anos fechada, por dívidas. Esta etapa do Campeonato Paranaense será realizada dois fins de semana antes do Sesc Triatlhon Caiobá, um dos principais eventos do calendário nacional do triatlo.
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Agenda
> 19/3 – 1ª Etapa do Circuito Sesc de Corrida e Caminhada de Rua, em Cornélio Procópio – corrida de 5 km e 10 km e caminhada (inscrições até 16/2, informações no site www.sescpr.com.br).
> 20/2 – CISM Day Run Corrida da Paz, em Curitiba e outras 20 cidades – corrida de 10 km e 3 km de caminhada pela paz (inscrições até 16 de fevereiro. Informações pelo site www.rio2011.mil.br).
> 26/2 – Etapa São Paulo do Circuito Vênus – corridas de 5 km e 10 km para mulheres (inscrições e informações pelo site www.circuitovenus.com.br).
> 27/2 – 5ª Meia Maratona Internacional de São Paulo – 21 km de corrida (inscrições até 21/2; informações pelo site www.meiamaratonadesaopaulo.com.br).
> 13/3 – 7ª Travessia Represa do Capivari (Campina Grande do Sul) – Distâncias de 750 m, 1,5 km e 3 km (inscrições até 10/3, informações no site www.triativaeventos.com.br).
> 13/3 – 10ª Corrida e Caminhada do Dia Internacional da Mulher (Curitiba) – 6 km (inscrições até 4/3; informações no site www.procorrer.org.br).
> 19/3 – Circuito Tecno Sport (Londrina) – corridas de 4 km e 8 km (inscrições até 16/3, informações no site www.circuitotecnosport.com.br).
> 19/3 – Corrida Noturna da Unimed.
> 20/3 – Meia Maratona Internacional de Florianópolis (SC) – 21 km (inscrições até 14/3, informações no site www.meiamaratonafloripa.com.br).
> 27/3 – 14ª Corrida dos Correios, em Curitiba (dados a confirmar).
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