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Maria Tedesco, 64 anos, e Bolinha: dois anos e meio de parceria nas corridas de rua: “Treino mais leve, mais gostoso”, diz
Não foram só as pessoas que invadiram o asfalto para correr: alguns caninos também têm acelerado em longas distâncias. E ganham, inclusive, status de atletas, com direito a medalhas de participação, uniformes para treino e para dias de prova.
“Os cães servem de motivadores”, diz o técnico da V8 Assessoria Esportiva, Murilo Klein. A razão é simples: correr acompanhado é, em geral, mais divertido do que sozinho. As mascotes, ao contrário dos humanos, não têm preguiça ou compromissos de última hora e estão sempre dispostos a se exercitar ao ar livre.
“Levar o cão na guia prende um pouco o movimento do braço do atleta. Mas nada que vá prejudicar o desempenho, desde que se faça treinos de técnica e não leve os cães a todos os treinamentos”, orienta Klein.
O empresário Keizo Assahida, 66 anos, corre há dez e sabe bem disso tudo. Há oito acelera com Bono, e há um ano e meio, com Bambam, dois golden retreviers. Ele e os cães treinam e participam das provas de corridas juntos. Os caninos ganham tratamento vip na linha de chegada, com água mineral, medalhas e afagos dos demais participantes.
Ao contrário do que é recomendado, os dois cachorros correm sem a guia. “Mas não incomodam”, diz Assahida. Os retriviers garantem a segurança do dono nos treinos na rua quando o dia ainda não amanheceu. “Essa semana, fiz com o Bambam um percurso de 22 km”, conta o empresário, que aprendeu a respeitar os limites das mascotes.
“O Bono há algum tempo anda meio indisposto, não vai sempre comigo. Percebi isso no ano passado, durante a Corrida da Graciosa [uma prova de 20 km,em que 14 km são em subida na Serra do Mar]”, conta. Assahida terminou a prova sem o cão, que desgarrou e só chegou à linha de chegada de carona, na ambulância.
Restrições
O incentivo ao esporte que a cachorrada proporciona aos seus donos beira o consenso, já a aceitação dos atletas de quatro patas no mundo dos corredores, não. Os organizadores de algumas provas, como as da prefeitura de Curitiba, vetam o acompanhamento dos caninos.
“Gosto muito de animais, mas, como esportista, não concordo muito que levem os cães nas corridas. Já vi casos em que os atletas tropeçaram nos bichinhos e cães se perderem dos donos”, diz o organizador do Circuito da Lua Cheia, Gilberto da Silva.
“Nessas horas, vale o bom senso”, diz o diretor da HP Sports Assessoria Esportiva, Leandro Hadlich, sobre a escolha de quando a companhia do cão é bem-vinda ou deve ser dispensada. Não para menos: por mais que a mascote “até pareça gente”, é um animal: quando se sentir acuado, pode ter uma mudança brusca e imprevisível de comportamento.
Cuidados
Assim, para respeitar espaços públicos, recomenda-se que se evite correr com os cães em horários em que os parques estiverem cheios. Alguns locais não permitem cães na pista de corrida.
O jeito é se contentar com o gramado.Tem mais: os caninos se distraem e podem atrapalhar outros corredores. Nas ruas, os bichinhos devem sempre ser levados com guia, não só para a segurança dos pedestres como a do próprio animal. Se conduzidos pelos donos, não correm risco de atropelamento.
Aos 64 anos, a ex-administradora de Recursos Humanos Inês Maria Tedesco segue as orientações à risca com Bolinha, a cachorrinha sem raça definida que há dois anos e meio a acompanha. “Comecei a levá-la aos treinos porque não queria deixá-la sozinha em casa. E foi muito bom. Deixa meu treino mais leve, mais gostoso”, conta a meio-maratonista. Ela sempre leva uma “carga” extra de água para a mascote. “Ela já está bem acostumada. Já sabe que é hora de passear”, diz sobre a cachorra que já correu até 15 km em um treino com a dona.
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