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Hidrata+ação
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Ingestão de líquidos antes, durante e depois dos exercícios ajuda o metabolismo. Cuidado é importante mesmo sob baixas temperaturas

Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Eduardo Lass, triatleta da seleção brasileira sub-23, durante um dos treinos da piscina

Embora seja comum relacionar a desidratação apenas com o calor, o clima frio também pode oferecer riscos para os atletas que não consideram cuidados essenciais. A água ajuda a garantir o bom funcionamento do organismo e a regulação da temperatura corporal.

O professor de educação física da UniBrasil André Brauer, especializado em treinamento esportivo, explica que é recomendado tomar água antes e também durante o exercício. “Sem a reposição do líquido perdido, o corpo começa a trabalhar com certa deficiência. A água regula várias funções, como o funcionamento dos rins, do coração, e é muito importante para o metabolismo”, diz.

A perda de líquido no decorrer do exercício também precisa ser reposta. “Em corridas de uma hora de duração, por exemplo, o indivíduo perde aproximadamente dois quilos de massa corporal. Mais de 80% desse valor é relativo ao líquido”, explica o professor. Para os corredores profissionais, o valor pode até dobrar.

Um dos principais sintomas da desidratação é a boca seca. Em casos mais graves, a pessoa pode chegar a sentir tonturas. De maneira geral, a recomendação médica é que o atleta esteja atento aos sinais do organismo, como conta o médico especializado em medicina esportiva Marcelo Leitão. “A sede é um ótimo mecanismo para medir a hidratação. Basta respeitar a vontade de tomar água”, explica.

Para os atletas, é importante consumir água antes e durante a prova. Aproximadamente meia hora antes de começar, a indicação é que se consuma meio litro de água. No decorrer da atividade, o atleta pode ingerir aproximadamente um litro por hora, dividido em intervalos de 15 em 15 minutos. “Como existe perda de líquido com as atividades mais prolongadas, é essencial fazer a hidratação durante a prova. Há uma falsa impressão de que o atleta não sofre desidratação ao nadar, por exemplo, mas a transpiração acontece mesmo assim”, afirma o médico.

Essa quantia pode variar conforme o organismo e as condições da competição. Uma dica é testar esse esquema de hidratação nos treinos, antes de determinar uma quantidade para a prova, adequando ao seu perfil. Além da água, outros líquidos colaboram para hidratar quem pratica exercícios. “Água de coco e sucos de frutas são opções, desde que se atente para o valor calórico consumido. Não são indicadas bebidas com cafeína, que hidratam, mas estimulam a diurese. Nenhum dos líquidos deve substituir completamente a água”, conta o médico. As recomendações servem para atletas profissionais e amadores. “A falta de hidratação prejudica não só o desempenho esportivo, mas a qualidade de vida, a integridade física. E isso vale independente de ser profissional ou não”, afirma.

Dia de prova

A recomendação para manter o corpo hidratado em dias de competição é começar a ingerir líquidos, em média, uma hora antes da prova. Durante, deve-se tomar água ou isotônicos de 15 em 15 minutos, em pequena quantidade. Ao final, consumir frutas ajuda a hidratar e repor sais minerais.

Dicas
Roupas e acessórios podem retardar a desidratação dos atletas

Até a escolha do traje utilizado no exercício influencia na desidratação em baixas temperaturas. O uso de roupas impermeáveis dificulta a evaporação do suor e não ajuda a aliviar a temperatura do corpo.

“O ideal é buscar roupas que diminuam o frio, mas que permitam que o suor passe pelas suas fibras”, cita o médico Marcelo Leitão. A umidade relativa do ar é outra condição influente, explica ele. “A alta umidade também ocorre em dias frios, e pode aumentar a transpiração”, diz. O professor André Brauer também indica roupas adequadas. “É preciso se exercitar com roupas leves. Algumas pessoas correm com muitas roupas no frio, mas o ideal é tirá-las conforme a temperatura corporal. Com muitas vestimentas, há muito suor e mais perda de líquido. É importante manter as extremidades do corpo aquecidas: mãos, pés e cabeça, por exemplo”, conta.

Para carregar o líquido que será consumido durante o exercício, pode-se utilizar recipientes leves. Uma cinta é indicada para carregar a garrafa de maneira confortável. “Em provas profissionais, há alguns pontos de abastecimento para o atleta se hidratar. Mas, para quem pratica corrida no dia a dia e precisa levar garrafa, a cinta é uma opção”, afirma.

O atleta da seleção brasileira sub- 23 de triatlo Eduardo Lass pratica o esporte há nove anos e conta que consome líquidos ou isotônicos antes, durante e depois das provas. “No frio, é importante não deixar de tomar água. A sede não pode ser critério nesse caso. É preciso inserir líquidos mesmo sem sentir sede”, diz. Quanto às roupas, o atleta usa uniformes especiais com um bom sistema de ventilação. “Temos roupas adaptadas para isso”, conclui.

Colaborou: Gisele Barão

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