Estudo realizado em São Paulo aponta a extremidade baixa do corpo como principal foco de lesões em corredores
Para a maioria dos corredores, amadores ou profissionais, uma das partes do corpo que mais preocupa durante os treinos são os joelhos, responsáveis por grande parte do esforço no exercício. Entretanto, uma pesquisa pioneira realizada pela Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), publicada na New Zealand Journal of Sports Medicine, comprova que os campeões no ranking de lesões ficam um pouco mais abaixo. São a canela, o calcanhar e a planta do pé.
Esse estudo foi realizado a partir da análise de quase 3 mil artigos publicados sobre o tema. Ao final de uma seleção feita pelo organizador, o fisioterapeuta e professor Alexandre Dias Lopes, para eliminar trabalhos redundantes ou com informações insuficientes, apenas oito foram considerados na pesquisa.
Neles, 3.500 corredores foram acompanhados, contabilizados 28 tipos de lesões. As três predominantes foram: síndrome do estresse medial da tíbia (canelite), tendinopatia de Aquiles (tendinopatia do calcâneo) e fascite plantar (veja imagem abaixo). “Até 2012, ninguém tinha feito uma revisão sistemática como essa, que tem um grau maior de evidência. Chegamos a esses principais resultados, e foi uma surpresa grande”, diz Dias Lopes.
A fisioterapeuta Rúbia Benatti, membro do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Paraná (Crefito-8), confirma que essas situações são as mais recorrentes nos consultórios médicos. Ela indica duas causas principais para essas lesões.
“A primeira é por excesso, tanto na quantidade como na intensidade de treinamento, em indivíduos que possuem as estruturas do corpo preparadas para o esporte. A outra ocorre quando uma pessoa faz treinos moderados, porém possui encurtamentos musculares, ou alterações nas pisadas, ou já sofreram lesões anteriores. As estruturas dessas articulações, uma vez lesionadas, podem apresentar, durante a vida, uma predisposição maior a essas lesões”, destaca.
Dahiany Ruocco, de 29 anos, sentiu na pele os efeitos de exagerar nos treinos. A coordenadora pedagógica, que corre há dois anos e meio, aumentou de súbito sua rotina de exercícios, buscando novos objetivos. O excesso provocou, no começo do ano, uma canelite, que desde março vem sendo tratada com cuidado.
“Foi uma mudança brusca que meus ossos não suportaram. Tive de parar com a corrida, pois tinha muito impacto. Fiz fisioterapia, hidroginástica e segui pedalando, para não parar de me exercitar, pois meu retorno ia ser mais difícil se parasse”, conta.
Rúbia sinaliza que os cuidados que os atletas lesionados devem tomar variam de acordo com a situação. “O tratamento depende da gravidade da lesão e da causa específica. O grande desafio é a aceitação do paciente em reduzir, ou até mesmo em interromper, os treinamentos do esporte por algum tempo, se necessário”.
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