Treinar na subida não é a maneira mais fácil de vencer distância no asfalto, mas é uma forma eficiente de ganhar força e resistência. Curitiba tem várias opções de rotas para quem aceita o desafio
Curitiba está entre as capitais brasileiras mais desafiadoras para os corredores de rua. Repleta de subidas, sua topografia é uma aliada na preparação para competições.
Os treinos de rampa oferecem pelo menos dois tipos de ganho ao atleta: reforço no desenvolvimento de força muscular – especialmente nas pernas – e melhora da técnica de corrida – com o maior esforço em terrenos íngremes, a tendência do corredor é prestar mais atenção na postura do tronco, elevação dos joelhos e movimentação dos braços).
Algumas boas rotas em elevação estão em locais de pouco trânsito, como ruas adjacentes ao Parque Barigui. Bastante inclinadas, exigem tal esforço dos corredores a ponto de não serem recomendadas aos que há pouco deixaram o sedentarismo.
Outra boa parcela de ladeiras curitibanas está em vias em que o corredor terá de dividir o espaço com automóveis. “Para usá-las, é interessante planejar a rota e escolher os horários de menor tráfego, como o início da manhã”, recomenda o coordenador técnico da Trainer Assessoria Esportiva, Fábio Moralles Alonso, o Tchê.
A programação prévia dos treinos de subida é um hábito do corretor de seguros Fabyano Fernandes, 33 anos. “Corro com o GPS, registrando as rotas e, depois, passo a altimetria do percurso no meu computador. Quando quero fazer um treino de força, priorizo subidas e busco um trajeto favorável. Tenho feito menos esses caminhos, já que tenho disputado provas planas”, diz.
A estratégia de Fernandes está correta, ensina a técnica de triatlo da Academia Gustavo Borges, Vanuza Maciel. “A agenda de competições é um dos fatores que determina a quantidade de treinos semanais em rampa. Quanto mais inclinada, menor a distância recomendada. Quem vai correr a Maratona de Curitiba [18 de novembro], vai encarar um percurso muito irregular e precisa fazer um trabalho de subida”, exemplifica.
Tchê destaca ainda que a intensidade das subidas varia de atleta para atleta, conforme o condicionamento físico. “O programa de treino tem de ser baseado em percepção de esforço de cada um para resultar na melhora da capacidade de resistência nas subidas. E, para que a prática do esporte seja saudável, é importante aliar à corrida de rua uma atividade de trabalho muscular, seja pilates, treinamento funcional ou malhar na academia”, destaca.
Desafio maior
Faltam 29 dias para uma das principais provas do calendário paranaense de corridas: a 12ª edição da Corrida da Graciosa será em 21 de outubro. O principal atrativo do evento, com percurso de 20 quilômetros e largada em Morretes, são os 14 km em subida pela via que já foi rota de tropeiros e hoje é caminho turístico que liga Curitiba ao Litoral.
Rampas curitibanas
Os assessores técnicos Fábio Moralles Alonso, o Tchê, da Trainer Assessoria, e Vanuza Maciel, da Academia Gustavo Borges, citam algumas rotas com subidas na cidade:
• Campo Comprido: Rico em subidas de extensões e inclinações, o bairro tem como exemplo para treinos a Rua Eduardo Sprada. No sentido bairro-centro, apresenta uma sequência de subidas e descidas, com destaque para uma elevação com diferença altimétrica de 27 metros em apenas 400 metros de percurso. A região exige atenção com o trânsito: em alguns pontos a via não tem acostamento.
• Mercês: Região para corredores mais experientes, pois as elevações não são nem um pouco fáceis, como a Rua Mamoré, que, em seu pouco mais de 1 km de extensão, tem altimetria que varia em 35 metros.
• Jardim Botânico: Boa pedida para quem começa a se arriscar em treinos de rampa. Além de uma rota livre do tráfego de automóveis, a volta no parque, de menos de 2 km, tem uma sequência de pequenas elevações entre 30º e 45º de inclinação.
• Parque Barigui: A volta mais frequentada por corredores do parque é predominantemente plana, mas o lado oposto – o do Museu do Automóvel – “esconde” uma subida íngreme, que, em meio quilômetro de percurso, se eleva em 36 metros.
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