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Meio de transporte, ferramenta de lazer ou equipamento de competição, a bicicleta tem ganhado cada vez mais novos adeptos

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Para trabalho, passeio, aventura ou competições, a bicicleta está em evidência. Segundo os adeptos do veículo de duas rodas inventado na Europa no século 19, a sensação de liberdade de locomoção e a prática esportiva são os principais atributos da popular “magrela”.

“A bicicleta supre a minha ne­­cessidade de transporte é o meio mais barato”, opina Mário Luis Pes­­sôa Guedes. O biólogo de 24 anos é um dos muitos que resolveram abrir mão de carro e ônibus para fazer dela o principal veículo de sua rotina. “Pedalo 40 quilômetros por dia. Vou na casa da namorada, trabalho e faço viagens. Só preciso carregar comigo uma câmara re­­serva, uma bomba e um par de remendos, caso um pneu fure pelo caminho”, garante o ciclista, que pratica cicloturismo com a sua mountain bike pelas estradas do Paraná e Santa Catarina.

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Confira no infográfico como escolher a melhor bike para suprir suas necessidades

O modelo da bicicleta de Má­­rio é o preferido pelos ciclistas, especialmente pela facilidade de locomoção e conforto. Mais acessíveis financeiramente, as ‘mountains’ podem ser vistas em todo canto da cidade. Uma mountain bike redondinha, de qualidade, pode custar em torno de R$ 400, cerca de 50% a menos que uma speed, que é utilizada em competições de pista e estrada. “Mas hoje em dia é tudo mais fácil. Antiga­­mente as novidades demoravam muito para chegar aqui no Brasil. Hoje estamos em pé de igualdade com os europeus”, garante Hernanes Quadri Júnior, técnico da seleção brasileira de ciclismo de estrada.

Como ciclista profissional, o paranaense participou de quatro Pan-Americanos e, com isso, pôde acompanhar a evolução do esporte no país. “Hoje temos onde treinar e se você for ao velódromo de Curitiba, no Jardim Botânico, verá que está sempre movimentado”, afirma Quadri Júnior.

Ciclistas como Mário Guedes são os responsáveis pelo aquecimento do mercado. Segundo Paulo Jamur, proprietário da Ja­­mur Bikes, a média de investimento em acessórios e bicicletas cresce ano a ano. Segundo ele, as pessoas buscam mais conforto e querem acom­­panhar as tendências. “As bicicletas estão cada vez mais leves e modernas. Além disso, você não precisa comprar ela pronta. Você po­­de ter um modelo exclusivo que atenda as suas necessidades”.

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MEMÓRIA
Clássicos em duas rodas

No final dos anos de 70 e até meados da década seguinte elas marcaram época. Caloi Barra Forte, BMX Monark e Caloi 10 (foto) eram febre e as preferidas dos ciclistas, que não tinham muitas opções no mercado nacional. A Barra Forte era a bicicleta do trabalhador. Tinha Lima Duarte como garoto-propaganda, por simbolizar o veículo ideal do homem do campo. Na época o ator apresentava o programa Som Brasil, na tevê Globo, que valorizava as canções do interior do Brasil. A BMX simbolizava o espírito de aventura de crianças e adolescentes dos anos 80. Lançada no mercado em 1972, a Caloi 10 foi batizada assim para enfatizar o moderno (para época) sistema de dez marchas. Mesmo com o pneu fininho, o modelo de corrida e estrada circulava mesmo é pelas ruas das cidades. Dos três modelos marcantes, apenas a Barra Forte ainda é fabricada. Em 2009, a Caloi lançou uma edição limitada da Caloi 10.

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Reclamações partem de todos os lados

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Desrespeito de motoristas e pedestres, ciclovias em más condições e raros bicicletários são as principais reclamações dos ciclistas curitibanos.

Durante esta se­­mana, o blog do Fôlego abordou a questão, depois de 16 ciclistas terem sido atropelados por um carro em Porto Alegre. “A principal ciclovia de Curitiba é a canaleta do expresso. Sei que é errado andar no espaço dos ônibus, mas é mais seguro que na ciclovia ou entre os carros”, garante o biólogo Mário Luis Pessôa Guedes.

Muitos ciclistas também utilizam as calçadas para pedalar. Porém aí quem protesta é o pedestre. “Acho realmente que não há ciclovias apropriadas, mas o que os ciclistas têm de entender é que a calçada não foi feita para bicicletas. Em plena Rua XV e Ma­­rechal Deodoro sempre vejo bicicletas nas calçadas”, reclama a in­­ternauta Elane Bollmann Ro­­drigues.

A polêmica também envolve a falta de locais exclusivos paras as bikes.