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Para além do levantamento de garfo
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Antônio More/ Gazeta do Povo
Após introduzir a alimentação antes das caminhadas, Eduardo Arcie conseguiu emagrecer

Para quem pratica atividades físicas, tão importante quanto a sequência de exercícios é o que comer – e, sim, é preciso comer – antes dela. Querendo emagrecer ou ganhar músculos a todo custo, muita gente pode ignorar o fato de que o corpo humano é uma máquina (orgânica, mas, ainda assim, uma máquina) e necessita do combustível certo para funcionar bem.

Entre os especialistas, a regra é: esqueça regimes mirabolantes e conselhos de amigos. Consuma carboidratos. Fonte de glicose e, portanto, de energia, eles darão o gás necessário para completar a atividade em alto nível.

“A refeição pré-treino não pode ter gordura ou muitas fibras, que tornam a digestão mais lenta. Para que essa glicose atue no organismo, a pessoa tem de comer de 20 a 30 minutos antes”, afirma a nutricionista Luciana Lattiffe. Ela diz que o ideal é consumir alimentos compostos de carboidrato refinado, que tenham açúcar ou farinha branca, por exemplo. Vale também o bom e velho ditado: saco vazio não para em pé.

“O alimento tem que fornecer energia rapidamente, para que ela seja consumida só durante o exercício. Se o organismo não tiver energia para queimar, ele entende isso como uma privação e começa a gastar da massa magra”, esclarece Luciana.

O analista de negócios Eduardo Arcie saía para caminhar de estômago vazio, fazia tudo por conta própria. “E tudo errado”, admite. “Como a gente vê que o carboidrato engorda, eu cortei da alimentação. Só que aí o corpo acabava queimando o músculo”, conta. Há cinco meses, no entanto, ele resolveu procurar a ajuda de uma nutricionista e já perdeu 18 kg. Hoje pesa 110 kg. Comendo carboidratos, inclusive. “No próprio exercício eu senti diferença. Agora consigo ter mais resistência para completar o treino”, avalia Arcie.

Erros comuns

Treinar sem comer é um dos erros que atletas amadores costumam cometer, mas está longe de ser o único. Não é porque os carboidratos são essenciais para abastecer o organismo que uma pratada de macarrão, poucos minutos antes da atividade, estaria liberada. A ingestão precisa ser leve: uma fatia de pão com geleia, por exemplo, já é suficiente.

“O processo digestivo demanda muito sangue. Se comer demais, o corpo tira da digestão para atender à demanda de sangue do músculo. A comida fica parada, não processa direito”, explica o coordenador de Educação Física da Universidade Positivo, Zair de Oliveira Netto.

Outro equívoco recorrente é o consumo excessivo de proteínas, muitas vezes substituindo os próprios carboidratos. E, se isso virar rotina, os danos podem ser graves.

“Se a pessoa não consome carboidrato, ela pode ter insônia, irritação, resfriados, cansaço, dor de cabeça e nas articulações, além de ter fadiga muscular muito rápido”, enumera a nutricionista esportiva da PUC-PR, Cyntia Leinig. “Já o excesso de proteína deixa a pessoa mais desidratada, o que sobrecarrega o rim, e gera excesso de gordura”, acrescenta.

A proteína precisa, sim, ser ingerida, mas na quantidade ideal e, sobretudo, no pós-treino, 30 minutos no máximo após a atividade. “O músculo é proteína e é ela que vai aumentar a massa, preenchendo os espaços vazios, que aumentam depois da atividade. Pode ser omelete, carne, leite batido com fruta, queijo branco”, completa a nutricionista Ana Baraldi, da Academia Fit.

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