Cobrir Atlético e Flamengo, quarta-feira, no Maracanã, pela Libertadores. Partimos na véspera, logo cedo, voo às 6 da manhã. A produção, porém, começa muito antes do jogo de bola. As luzes frias do amanhecer no Afonso Pena sequestram o olhar do repórter fotográfico. Saca as primeiras imagens, elabora as primeiras composições. Em seguida, nos ares, poucos minutos de voo, rouba a cena o intenso alaranjado que se esparrama pelo mar de nuvens de algodão. Ali novamente o fotógrafo, olhos atentos, registro preciso. É assim, um aquecimento. O trabalho que precede o trabalho. E que, no fundo, é prazer também, aquele do exercício do ofício. A aterrissagem no Santos Dumont, vizinho do Corcovado, a pista que beija o sal do mar. Do frio de Curitiba para o calor abafado carioca. E ainda eram 8 da manhã. Aí começa a cobertura: do hotel no centro velho para o entorno do Maraca. Papo com torcedores, registro de personagens, a entrega da primeira pauta. O ritmo se torna frenético. Pauta atrás de pauta, táxi atrás de taxi, a busca por histórias e personagens. Na terça à tarde, treino do Atlético no estádio. Entrevista com técnico e jogadores, imagens das atividades em campo. Enquanto isso, o Maraca recebe os últimos ajustes. No dia seguinte, será palco novamente. Se não mais aquele que um dia assombrou o mundo, ainda resguarda a aura da imponência do passado. Treino feito. De volta para o hotel, terminar a produção. No dia do jogo, um papo com torcedores do Atlético que vivem no Rio. Fotos sob os Arcos da Lapa. A ansiedade que precede a partida. Horas antes, uma volta no entorno do Maraca, sob intensa chuva, nos apresenta uma miríade de histórias e personagens. Do cambista ao vendedor de capas de chuva, chegando a um sósia do Tiririca. É futebol, mas também é carnaval. É Rio de Janeiro, parte importante da alma do Brasil. Dentro da praça esportiva, vale de tudo nas arquibancadas: do radinho velho de pilha à melancia na cabeça… O Maracanã cheio é ensurdecedor. O Furacão começa mal e sente o peso de mais de 60 mil vozes esgoeladas. Primeiro tempo, 2 a 0 para os cariocas. A torcida atleticana incentiva. O time volta melhor na segunda etapa e emudece as vozes adversárias. 2 a 1. Quase 2 a 2. Calafrios nos flamenguistas. Ficou no quase. Aí vêm as entrevistas coletivas, a zona mista, o retorno para o hotel, já às 2 da manhã. Às 4, acordar para a volta para casa. Às 6 da manhã, no Santos Dumont novamente. É a volta pra casa.
Texto: Julio Filho
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