Em 2007, em um dia sem muita pauta, voltando pela rua Eduardo Sprada no Campo Comprido, entrei pela rua Lourenço Bizinelli e achei sem querer um campinho de futebol de terra batida, um dos inúmeros espalhados pela cidade, fiz algumas fotos para a fotolegenda do dia e voltei ao jornal. Hoje, em tempos de Copa do Mundo resolvi voltar no mesmo campinho para ver como está, pura curiosidade. Chegando próximo ao campinho, alguns piás, com camisas do Brasil, batiam uma pelada, afinal estamos em férias escolares. Fiz algumas fotos para um ensaio sobre campinhos de futebol em ano de Copa e quando estava saindo uma senhora me chamou e disse:
Você já esteve aqui né?
Sim, já fotografei aqui há alguns anos atrás
Espere um pouco!
Esperei
Ela veio com uma página toda amassada, já amarelada pelo tempo, de uma Gazeta do ano de 2007 com a foto de um menino jogando bola no campinho com uma legenda bacana feito pelo saudoso Claudio Feldens, o Gaúcho, jornalista que já nos deixou: tomei a liberdade de transcrever
“Sem Luxo: Quando o brasileiro quer jogar futebol, não exige qualquer luxo. É o caso do menino na foto, que aproveita os últimos minutos antes da chegada do temporal para marcar seu gol. O Campinho é de terra, a trave está torta e enferrujada, mas e daí? É gol de qualquer maneira.”
Hoje o campinho já não existe mais e a piazada joga suas partidas em uma trave improvisada de ripas de madeira e com a rede remendada que tenta conter sem sucesso os chutes da piazada. Lucas, Andrei, Flavio e Caue que jogavam bola no campinho hoje tem um pedido a fazer. O que eles querem? Apenas um novo campinho.
Daniel Castellano
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