Neste episódio o fotógrafo fala sobre seu processo criativo e como o pensamento pós-moderno expandiu o campo de pesquisa na fotografia contemporânea.
Por Fabiano Ferreira
No Olhar apresenta nesta semana a entrevista com o artista visual e fotógrafo Marcos Bonisson. Inquieto, conta que na adolescência descobriu um interesse pelo cinema, mas optou pela Escola de Artes Visuais, que foi essencial para sua formação. Durante esta época, estudou desenho, gravura no metal, cerâmica e depois de participar de um curso com uma artista de Nova Iorque, despertou para a fotografia. “Houve uma revelação e essa revelação veio de ordem interdisciplinar. Percebi que na fotografia eu podia refletir e me comunicar. Pensar o mundo das linguagens, das experiências em linguagens, através daquele suporte”, explica.
Bonisson entende a fotografia como algo fascinante, mas não acredita no conceito unicamente individual deste tipo de suporte. O artista alega que no pensamento moderno existia esse individualismo entre as categorias e seus meios, no entanto, na pós-modernidade, houve um entendimento de que era necessária uma expansão do campo de pesquisa tornando essa categoria mais hibridizada. Porém, alerta para que a tendência não seja mal interpretada. “Tem que ficar atento a quem pesquisa e quem está no jogo do modismo. No Brasil existe muito modismo e isso é como uma espécie de doença na pele das artes do país”, relata.
O fotógrafo considera que o processo criativo lida com duas questões fundamentais que ele classifica como um binômio importante: a seleção e a combinação. Para ele, um artista tem que saber selecionar e combinar, pois sem essa articulação, não há linguagem verbal, musical, nem mesmo visual que se sustente. “Eu ando sinuosamente pelo mundo. As coisas vão surgindo na minha cabeça e eu tomo nota, tenho ideias e faço listas. Essas listas me norteiam e eventualmente algumas frutificam, outras não”, explana.
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