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O lado oposto do UFC

O lado oposto do UFC

Texto Adri Brum

Fotos Daniel Castellano

 

IIIIIt’s time de Curitiba receber o maior evento de MMA (Mixed Martial Arts) do mundo. É neste sábado (14/5) que a cidade se transforma para receber as grandes estrelas internacionais do combate.
Um furor, mas, ao mesmo tempo, quase uma injustiça com a cena local da modalidade, uma das pioneiras no desenvolvimento do MMA mundial (embora, por um marketing mais eficiente da família Gracie, o Rio de Janeiro leve, com mais freqüência, o crédito).
O espetáculo UFC ilude o fã mais desavisado sobre a essência do MMA, que pode ser encontrado em eventos menores, para lutadores ainda em busca do estrelato e da chance de disputar o cinturão, como o curitibano Gladiator Combat Fight, que mostra o lado primitivo do combate.
A 20ª edição do Gladiator, clicada pelo competente Daniel Castellano, foi realizada no último dia 7, com 30 confrontos de MMA e Muai Thay amador e profissional, na casa noturna Sistema X, no bairro Orleans, à beira da BR-277.
Na plateia, predominante de companheiros de treino e familiares – o que inclui as crianças, muitas delas – muitos gritos de apoio de mães, namoradas, pais, irmãos, técnicos em combates que, na sua maioria não valem mais do que mais uma luta no card pessoal dos atletas (precisam somar dez para estrearem no profissional), sem prêmio algum além de um pequeno troféu ao vencedor.
No octógono, confrontos entre rivalidades de garotos desde os 15 anos que, assim como os meninos pobres norte-americanos das décadas de 1960 e 1970 viam no boxe, a forma de ascensão social e econômica; de homens feitos desafiando sua coragem em bater e levar diante de um público de cerca de 1,5 mil pessoas
Há ainda as garotas, minoria que ainda precisa enfrentar, além de uma adversária em três rounds, o preconceito em uma modalidade ainda vista como masculina e masculinizante, seja para convencer familiares que podem viver da luta, seja para convencer parcelas dos próprios lutadores, que velam a desconfiança sobre as lutas femininas, preferindo direcionar o olhar para o trio de ring girls cuja função é exibir as belas curvas entre os rounds.
Nos bastidores, a alma do lutador sobressai ao ambiente rústico reservado à concentração: nada de salas reservadas a cada time. Todos dividem um mesmo salão, vizinho ao estacionamento. Seis mesas de bilhar servem de mesa para massagem e alongamento. O cheiro predominante é o das pomadas e o som é o das manoplas sendo acertadas. Cerca de 35 academias dividem de forma aparentemente amistosa – mas os atletas de um time pouco interagem com os de outro – que, cada vez os rumores aumentam em algum canto do salão é possível prever que dali sai um lutador para o próximo combate. A caminho do octógono, ainda o lado primitivo do MMA, mas em busca do estrelato do UFC. 
 
 

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