O repórter-fotográfico Brunno Covello lançou, na terça-feira (31), seu primeiro livro “Rekòmanse: outras faces, outras histórias”. O trabalho é resultado de uma imersão profunda que durou três anos, nos quais Covello passou a acompanhar e conviver com a comunidade haitiana radicada em Curitiba e nos municípios da região metropolitana. O material também está em exposição no Museu da Fotografia, no Solar do Barão.
“Com este trabalho quero trazer a energia positiva, a alegria e o colorido deste povo que, apesar das dificuldades, tem muito orgulho da sua história. O Haiti é o primeiro país negro independente das Américas”, disse o fotógrafo.
Dividido em três partes, o livro traz quase duzentas fotos. A primeira contempla o processo de integração dos migrantes haitianos com Curitiba e região metropolitana. Nesta etapa, estão polaroides urbanos em que Covello captou o dia-a-dia dos haitianos, em cenas que explicitam o quanto o autor esteve próximo daqueles a quem fotografou.
A segunda parte apresenta uma sessão de retratos, feitas em ambientes indicados pelos migrantes. Esta seção se encaixa à terceira parte, que contempla a série de fotos feitas por Covello, ao longo de uma expedição no Haiti. Além de mostrar nuances de um país vasto, o fotógrafo se encontrou com familiares de migrantes que, hoje, moram na região de Cuiritiba.
“Tentei fazer uma conexão através das fotos. Essas são as únicas em preto e branco. Transformar a emoção das pessoas, fazer pequenas mudanças, é uma das funções da fotografia”, afirmou o fotógrafo.
“Rekòmanse” traz apresentação e textos assinados pelo jornalista Felippe Aníbal e curadoria do repórter-fotográfico Henry Milléo. O material foi traduzido para o inglês e para o crèole, idioma oficial do Haiti.
Texto de Felippe Aníbal e imagens de Hugo Harada