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Cena 1: O Palácio da Justiça
Narrador (Com voz solene): Bem-vindos ao fabuloso mundo do Direito Alternativo, aquele Achado na Rua e que agora tem Dono! Preparem-se para uma peça democrática, onde o direito se torna um baile extravagante de incertezas e rodízio de infâmias!
(Entra o bonde da Justiça, vestido como ministros e advogados, com perucas e togas exageradas. Enquanto se sentam em seus tronos, escuta-se o som alto de um carro passando ao longe. É o funk Casei com a Putaria. Um ministro e um advogado se apresentam reciprocamente.)
Ministro 1 (Com gestos dramáticos): Eu sou o Juiz Sensível, e a justiça é como um poema que muda a cada estrofe!
Advogado 1 (Fingindo reverência): E eu sou o Advogado Confuso, tentando decifrar esse enigma jurídico a cada audiência!
Cena 2: O Plenário das Contradições
Narrador (com desdém): Um julgamento qualquer. Ou todos…
(Os ministros começam a debater, cada um interpretando a lei à sua maneira.)
Ministra 2 (Com pompa): A Carta Magna diz claramente isso!
Ministre 3 (Com açúcar e com afeto): Ah, mas só se você interpretar ao contrário!
Advogado 2 (Comenta ao pé do ouvido do Advogado 1): Você lembra qual é a lei do ministro 4? Não tô achando aqui nas notas…
Cena 3: A Demarcação de Terras
Narrador (Com zombaria): E agora, no julgamento dos conflitos fundiários...
(Indígenas e fazendeiros entram em cena, discutindo sobre demarcação de terras.)
Indígena 1 (Com firmeza): Estas terras são nossas por direito!
Fazendeiro 1 (Com desespero): Mas e meu gado, o que será dele?
(A maioria dos ministros coloca penas de índio em suas perucas, um deles faz uma dancinha da chuva)
Ministro 5 (Com indecisão): É... bem... talvez se dividirmos ao meio?
Ministra 6 (Com ironia): Ou então, que tal todos serem índios-fazendeiros?
Cena 4: O Petit Comité dos Negócios
Narrador (Com sarcasmo): Enquanto isso, na casa de apostas, digo, no gabinete de um dos ministros…
(Empresário entra em cena, acompanhado de seu contorcionista jurídico)
Empresário (Com exagero): Quero investir, mas não sei se serei processado amanhã!
Contorcionista Jurídico (Fazendo acrobacias com a lei): Deixe-me equilibrar isso para você!
Ministro 4 (com segurança jurídica): La garantia soy yo!
Cena 5: O Juízo Infernal do Aborto
(Reunião informal de ministros na cozinha antes do julgamento. Enquanto conversam sobre a qualidade das lagostas, um deles pergunta se não teria como encurtar o julgamento, pois queria assistir ao jogo do Flamengo e o avião da FAB só decolaria até às 17 horas)
Ministro 6 (Com teatralidade): Este é um julgamento de grande importância!
(Risos. Segue um breve debate sério sobre o absurdo de os voos da FAB terem horários tão rígidos. Outro ministro propõe uma alternativa, imediatamente aceita por todos. Voltam ao Plenário e começa a sessão.)
Presidente (Com um suspiro dramático): Pelo adiantado da hora, decidimos… (pausa mais dramática) transferir este julgamento para o Plenário Virtual.
Cena 6: O Grande Final
Narrador (Com um toque de ironia): E assim, a comédia jurídica continua, uma história sem fim onde a única certeza é a incerteza e ignomínia seu estado normal!
(O elenco se reúne no palco para uma dança caótica)
Todos (Cantando em desordem e desafinados): “Ô! Esse Brasil lindo e trigueiro / É o meu Brasil brasileiro / Terra de samba e pandeiro / Brasil! Brasil! Pra mim! Pra mim!”
(As cortinas se fecham enquanto o público aplaude por obrigação, com medo de ser preso.)
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos