Em junho de 2021 ganhei do pastor batista Juan de Paula uma excelente obra, Capelães da FEB: a participação histórica da Capelania Militar do Exército Brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial, publicada por Biblioteca do Exército. O autor do livro é o pastor presbiteriano Rogério de Carvalho Lima, Bacharel em Teologia pela Faculdade Evangélica de Teologia, Bacharel em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em História Antiga e Medieval (2013) pela Faculdade São Bento do Rio de Janeiro e Mestre em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de Major do Quadro de Capelães Militares do Exército Brasileiro e que serviu na Missão de Paz da ONU no Haiti (MINUSTAH). Impressionado pela qualidade da obra, convidei o autor, que serve no Exército Brasileiro desde 1984, e foi aprovado em 2004 em 1º. lugar no Concurso para Ingresso no Quadro de Capelães Militares do Exército Brasileiro, para uma entrevista sobre suas experiências na Capelania Militar.
O que é a Capelania Militar?
O capelão militar é um sacerdote/ministro de Deus, ordenado ao Sagrado Ministério da Palavra, com a finalidade de levar alento espiritual e paz de espírito aos militares e seus familiares, em tempo de paz e em tempo de guerra. E, para isso, o capelão militar deve estar completamente inserido e imerso dentro dos costumes, tradições, regulamentos e cultura militar. O capelão também tem a responsabilidade de assessorar seus comandantes em assuntos que dizem respeito a valores ético-morais, na disciplina militar e assuntos de caráter religioso. O capelão é um oficial que inicia a carreira com suas atividades funcionais como oficial subalterno (Tenente), prossegue na carreira como Oficial intermediário (capitão) e chega, depois de aperfeiçoado, ao nível de oficial superior (Major, Tenente-Coronel e Coronel). Nestes postos e funções ele recebe várias responsabilidades, desde capelão de um Grande Comando Operacional, Hospital Militar, Escolas de Formação Militar, como a AMAN e a ESA, prosseguindo na carreira, e sendo promovido aos postos da hierarquia militar, podendo até assumir a Chefia de Serviço de Assistência Religiosa, seja em uma Região do país ou em Brasília, sede do Governo, no Alto Comando do Exército, na qual este capelão coordenará e orientará outros capelães mais novos. O dia a dia do capelão militar é estar com seu público-alvo, a tropa. Esta tropa entende-se como todos os militares e seus familiares que estiverem sob a jurisdição da Organização Militar que ele foi designado para servir. Seu cotidiano é bastante intenso. Podemos afirmar que tão intenso como o pastorado de uma igreja local. Ele acolhe militares de vários postos e graduações e de várias denominações eclesiásticas, para aconselhamento e apoio. Ele realiza casamentos, batismos, funerais, aniversários, cultos solenes, palestras motivacionais, visitas domiciliares, visita a enfermos, visita em hospitais militares e hospitais civis, visita aos presos, participa de formaturas e cerimônias internas, dias comemorativos, assessora comandantes em seus diversos níveis na estrutura organizacional. E, em algumas regiões, o capelão também presta o serviço coordenando, pastoreando Capelas Militares, com todos os serviços e atividades comuns a uma igreja local, com a diferença que estas igrejas ou comunidades estão estabelecidas e subordinadas à Capelania Militar da Área em perímetro, e aquartelamento em áreas militares, onde tenham Escolas Militares e/ou Residências militares.
O senhor escreveu um livro sobre a Capelania Militar no Brasil. Conte-nos um pouco sobre o histórico deste ministério no Brasil.
A motivação inicial para o primeiro livro veio da pesquisa no meu projeto de monografia do Curso de Bacharel em História pela UFRJ. Na época eu que estava me preparando para o Concurso de Admissão ao Quadro de Capelães, estava completamente imerso no assunto, estudando não somente a Teologia, carro-chefe do concurso, mas também a história da Igreja em seus vários períodos. Na Universidade aproveitei para alinhar minhas ideias e conhecimentos adquiridos aos longo dos 8 anos de Seminário Teológico e uma Especialização em História da Igreja pelo Seminário Presbiteriano às disciplinas oferecidas e os temas de Segunda Guerra Mundial e Igreja e Estado contemporâneos; estes temas eram bastante discutidos nas disciplinas e em aulas de história do Brasil que cursei, alinhado a mestres que falavam e tinham suas aéreas de concentração com ênfase nestes temas em suas pesquisas, mas nenhum havia ousado escrever sobre capelania militar e durante a Segunda Guerra. Pensei em “fazer do útil ao agradável”. O que tínhamos às mãos eram uma biografia, Frei Orlando, o capelão que não voltou, escrita por um tenente, Gil Palhares, que serviu com o Frei durante a Guerra; uma autobiografia, Vivências de um ex-capelão, de Jacob Emilio Schneider; e cartas e diários de campanha de “pracinhas” que lutaram na Guerra. Comecei a reunir fontes, jornais, revistas, diários da época, fontes primárias e material bibliográfico, iniciei uma pesquisa em bibliotecas e arquivos históricos do Exército e da Marinha do Brasil, que possuíam acervos relacionados à Segunda Guerra e que faziam esse recorte temporal e historiográfico. Comecei a descobrir que o Serviço de Assistência Religiosa na Marinha e, sobretudo no Exército, eram bem mais antigos no Brasil do que eu pensava. Seus primórdios remontam desde a primeira Missa celebrada em território brasileiro, por ocasião do atracamento das naus de Pedro Álvares Cabral. Depois, prosseguiu o apoio do Serviço Religioso nas batalhas contra os invasores Franceses e Holandeses, a colonização, as Entradas e Bandeiras, em apoio aos desbravadores dos rincões do país, passando pela atuação fundamental do Corpo Eclesiástico do Exército Imperial durante a Guerra da Tríplice Aliança/Guerra do Paraguai, sendo este Serviço Religioso extinto das fileiras do Exército, no século XIX. Isso ocorreu a partir do advento da República, quando a Igreja Católica Apostólica Romana não estava mais sob a égide do Estado, desde a separação entre a Igreja e o Estado, efetivada em 7 de janeiro de 1890, pelo Decreto nº 119-A. O Serviço de Capelania Militar ou a Assistência Religiosa às tropas militares, foi restabelecida com a criação da Força Expedicionária Brasileira (FEB), em 26 de maio de 1944. Desde a Monografia de Conclusão do Curso de Graduação em História, que tem o título de Apostolado Heróico: a atuação do Serviço de Assistência Religiosa do Exército Brasileiro no Teatro de Operações na Segunda Guerra Mundial, em 1944 a 1945, adquirimos conhecimento institucional, e tendo a oportunidade de apoiar e trabalhar para a promoção do bem-estar dos pracinhas/veteranos vivos durante os anos de 2005 a 2014, resolvi publicar o primeiro livro, Capelães nas trincheiras, lançado em 2014, pela Editora Multifoco, onde recrio a trajetória histórica da capelania militar desde os primórdios da colonização do Brasil.
O senhor escreveu um livro recém-lançado sobre a Capelania na Força Expedicionária Brasileira. Quantos e quem foram os capelães brasileiros no Teatro de Operações da Segunda Guerra Mundial?
Sim, ao prosseguir nos estudos e pesquisas, logo após meu retorno da Missão de Paz no Haiti, decidi cursar uma Especialização em História Antiga e Medieval no Mosteiro Faculdade São Bento/RJ. Com o desenvolvimento do curso, comecei a retomar os contatos com amigos e professores da Pós-Graduação em História, e decidi ampliar as pesquisas sobre capelania militar a nível de Mestrado. Ao final, na conclusão da Especialização, eu procurei um antigo professor da graduação que tinha sido docente na Escola de Comando de Estado-Maior do Exército (ECEME), e apresentei um pré-projeto de pesquisa versando sobre FEB. Como era no momento uma das aéreas de pesquisa dele, ele concordou em me orientar, caso eu passasse no concurso de admissão para o Mestrado em História Comparada da UFRJ. Logrei êxito para a vaga e iniciei meus estudos complementares sobre Igreja e Estado no Brasil, de 1930 a 1945, sob a orientação acadêmica do professor. Todo o meu projeto de pesquisa foi debruçado sob o que já tinha escrito e lançado na monografia, que transformei no primeiro livro, cujo título é Capelães nas Trincheiras,lançado em 2014.O Serviço de Assistência Religiosa da FEB contava com 28 capelães militares, sendo 26 sacerdotes católicos apostólicos romanos e dois pastores protestantes. Um pastor da Convenção Batista do Brasil, e outro pastor da Igreja Metodista do Brasil. Destacamos aqui os Tenentes capelães, o pastor João Filson Soren, pastor da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro e o pastor Juvenal Ernesto da Silva, pastor da Igreja Metodista do Brasil, que pastoreou igrejas em São Paulo. Ambos ingressaram no SAR/FEB da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE), hoje 1ª Divisão de Exército (1ª DE), sediada em Deodoro, na Vila Militar/RJ. O outro destaque é o Patrono do Serviço de Assistência Religiosa do Exército, Capitão capelão Antônio Álvares da Silva, o Frei Orlando. No dia 13 de fevereiro, dia do seu nascimento, se comemora o Dia do Serviço de Assistência Religiosa do Exército. E aí, você poderia me perguntar, mas e o capelão da Força Aérea? A FAB não tinha capelão durante a Segunda Guerra? Teve sim. A FAB, recém-criada três anos antes da criação da FEB, em 20 de janeiro 1941, passou a contar com um capelão do Exército, que fora destacado para o 1° Grupo de Aviação (1º GAvCa). Conhecido pelo seu grito de guerra, o Senta a Pua!!!, a FAB contava com o Tenente-Coronel Pascoal Gomes Librelotto, então Chefe do SAR/FAB, hoje SARFA.
Como um veterano do Exército Brasileiro, o senhor tem muitas experiências no serviço a Deus e à Pátria. Conte-nos sobre a sua experiência na Capelania Militar na MINUSTAH, a força de paz a serviço da ONU na estabilização do Haiti.
Minha experiência no 16° Contingente da Força de Paz para a Estabilização do Haiti, de maio de 2012 a novembro de 2012 foram bem intensos, pois se tratava de uma missão de paz no exterior, longe da família, afastado do meu país, convivendo com pessoas de países de idiomas diferentes, e com um povo sofrido, carente de tudo, alimento, saúde, segurança e principalmente de amor. Quando cheguei em Porto Príncipe, capital do Haiti, fui designado para coordenar ações humanitárias em dois orfanatos, um com cinquenta crianças e adolescentes órfãs do terremoto de 2010, cujo coordenador era um pastor evangélico haitiano local. E outro, que funcionava como uma escola de tempo integral, coordenado por irmãs católicas do Brasil, subordinadas a Pastoral de rua da igreja católica apostólica romana, com sede em São José dos Campos/SP. Levávamos mantimentos e água potável todas as semanas. Nos finais de semana, aos sábados, dividia meu tempo com os cultos à noite na Capela do Brabatt 1, coordenada por um capelão padre que era do 1° Batalhão, e a Capela Militar do 2° Batalhão, coordenada e pastoreada por mim. Eu era o único capelão evangélico da Missão, e fiquei com a responsabilidade de coordenar os Núcleos Evangélicos das outras 4 Organizações Militares e Grupamentos que ali operavam, a Companhia de Engenharia de Paz, o Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais, a 1ª Companhia da Força de Paz destacada no bairro Cité Soleil, e a 2ª Companhia, destacada em Bel Air, duas favelas muito violentas. Eu revezava indo a essas Unidades para reunir e realizar cultos, palestras e atendimento de aconselhamento aos militares ali destacados. Com a cooperação de pastores, diáconos e presbíteros que coordenaram os núcleos evangélicos, nós realizávamos a Santa Ceia uma vez por mês, rodiziando nas 6 Organizações Militares subordinadas ao Contingente Brasileiro, e as Escolas Bíblicas Dominicais, que preparavam os discípulos para o batismo, evento este que Deus colocou em meu coração por ocasião do nosso preparo em Florianópolis, dois meses antes de nossa partida. Pudemos realizar o discipulado de doze militares e dois jovens haitianos, que foram batizados nas águas do Caribe. O batismo foi realizado em uma praia particular, um resort ao sul de Porto Príncipe, a caminho da fronteira com a República Dominicana. Foi um evento festivo. Recebíamos missionários brasileiros e apoiávamos com o necessário. Para nós, da Capelania, não havia folgas, somente arejamentos, e a missão de evangelização e o apoio à tropa e o apoio humanitário aos haitianos requeriam de nós todos os dias da semana e os finais de semana. Durante a semana – segunda, quarta, quinta, sexta e sábado – estávamos revezando, e domingo estávamos em uma Organização Militar diferente. Se eram seis, o domingo era reservado para o discipulado em seus núcleos evangélicos. Aos sábados aproveitávamos a noite, uma vez por mês, para realizar confraternizações entre os Núcleos Evangélicos das Organizações Militares. Usávamos este método por que no Contingente as Patrulhas rodavam provendo segurança nas ruas de Porto Príncipe durante 24 horas. Então, quem não poderia frequentar os cultos por causa dos horários de serviço tinham a oportunidade de frequentar em outro dia e horário, em que estivesse de folga.
O senhor também serviu em operações do Exército Brasileiro aqui no país. Conte-nos como foi a Capelania Militar na estabilização do Complexo do Alemão na Intervenção Militar no Estado do Rio de Janeiro que ocorreu por decreto federal, em 2018.
Na verdade, a atuação do Exército nos Complexos do Alemão e Penha aconteceu primeiro em 2010. Foram momentos intensos e sensíveis, pois os capelães atuavam não só como apoio espiritual para manutenção do moral dos militares que ali operavam, mas também com o que chamávamos de Comitê pela Paz, uma espécie de reunião semanal com cerca de 200 pastores e padres com o objetivo de ajudá-los e prepará-los para uma transição pacífica nas duas comunidades carentes. Nessas reuniões aconteciam milagres, jovens que resolviam abandonar a vida do crime para reconstruir suas vidas através do trabalho secular, e mudanças de vida. Além dessas reuniões com estas lideranças religiosas locais, realizávamos palestras sobre temas como prevenção às Drogas, DSTs e Família para escolas da rede pública sediadas nas comunidades. Nestas operações reais, não havia muito tempo para realização de cultos ou missas, nossa intervenção era praticamente no apoio emocional dos militares que participavam de confrontos com bandidos armados por ocasião das patrulhas. Isto ocorreu em maior intensidade no Complexo da Maré, em 2014 e 2015. Na Operação São Francisco, que durou cerca de 14 meses, nós capelães dávamos suporte à tropa apoiando Ações Cívico-Sociais (ACISOS), que constavam de mutirão de cooperação da justiça itinerante, saúde bocal, confecção de carteiras de identidade e de trabalho e até casamentos coletivos. Nós, os capelães, após a realização do casamento de efeito civil pela justiça itinerante, realizávamos o casamento religioso para àqueles que o desejassem. Montamos uma tenda com altar e genuflexório para as cerimônias de casamento religioso, quando impetrávamos a benção de Deus sobre o casais recém-casados. Durante os briffings de Patrulha, reuníamos os Pelotões e ministrávamos palavras motivacionais, bíblicas, e orávamos com os militares que sairiam em patrulha e periodicamente entrariam em confronto com bandidos armados. A presença de Deus, através da atuação do capelão, era revigorante e, em certos aspectos, viam como a proteção de Deus sobre suas vidas. Não estive na Operação de Intervenção e Ocupação do Estado do RJ em 2018, porque nesta época estava trabalhando na Amazônia, atuando na capital Manaus e nas fronteiras do Brasil com a Colômbia e Venezuela. Ao voltar para o RJ, no final de 2018, fui designado em 2019 para compor o 7° Contingente de Força-tarefa Logística Humanitária para acolhimento de venezuelanos na fronteira do Brasil com a Venezuela. Chamada de Operação Acolhida, durou 4 meses de completo e significativo aprendizado humanitário. Ainda no RJ, participei, quando retornei da Operação Acolhida dos venezuelanos, da Operação do Comando Conjunto Leste, que coordenava as ações de combate e prevenção ao covid-19, ocasião em que iniciamos transmissões on-line dos cultos para alcançar e levar sustento espiritual a todos aqueles que se encontravam em isolamento social por causa da pandemia. Participamos de campanhas de doação de agasalhos e alimentos a creches, asilos e comunidades, coordenando a desinfecção e imunização de Igrejas e Capelas Militares sob nossa jurisdição. Para tal, promovemos o Curso de desinfecção e imunização, sob a coordenação do 1° Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do Exército, para pastores e lideranças de igrejas evangélicas do RJ, Zona Oeste e Baixada Fluminense.
Como se tornar um Capelão Militar? Quais são os pré-requisitos para ingressar em tal função?
O requisito básico é ser pastor legalmente ordenado por uma igreja evangélica ou ser padre da igreja católica apostólica romana. É necessário ter consentimento e autorização da liderança de sua denominação. No caso dos pastores, do pastor ou do bispo presidente dos concílios denominacionais. No caso dos padres, a autorização e consentimento deverá vir de um bispo da diocese a qual pertence o candidato. Possuir a graduação em teologia reconhecida pela denominação do candidato e ter três anos de experiência pastoral ou paroquial a frente de uma congregação ou igreja local. Estar em dia com as obrigações legais e eleitorais, não estar sob judice ou respondendo a qualquer tipo de processo na justiça. Ter entre 30 e 40 anos, realizar o exame intelectual que é oferecido através de Edital uma vez por ano. Aprovado, o candidato passará por exames médicos e teste físico, logrando êxito nos exames complementares, o candidato será matriculado no Curso de Formação de Capelães Militares, que funciona na Escola de Formação Complementar do Exército (EsFCEx), sediada em Salvador, na Bahia. Após a conclusão do Curso com aproveitamento, o então aspirante a oficial capelão militar será nomeado ao posto de Segundo Tenente, e classificado em um Grande Comando do Exército, distribuídos nas diversas regiões ou guarnições militares do país.
Como as igrejas cristãs poderiam apoiar esse ministério da Capelania Militar? E como a Capelania Militar é útil às Forças Armadas e à sociedade?
A meu ver a participação da igreja local é fundamental no preparo e exercício ministerial daqueles que almejam ser capelães militares. Essa preparação pode se dar através do incentivo ao estudo das Escrituras Sagradas, o envolvimento do futuro ministro em atividades pastorais e filantrópicas, aliado ao preparo intelectual. O pastor do candidato pode e deve estimular vocações em seus liderados e comunidade. Uma destas vocações é a Capelania, seja ela militar, que é mais abrangente; a capelania hospitalar; a acadêmica/estudantil; ou prisional/carcerária. Durante o período de preparação do candidato é interessante que seu pastor e as demandas da igreja local o levem a se aperfeiçoar na realização de cursos e estágios nas áreas de psicologia pastoral, familiar, educacional, relacionamento e comunicação interpessoal, prevenção às drogas, saúde mental e cuidado com convalescentes, enfermagem, cursos ou estágios de terapias comportamental. Também o cuidado com enfermos terminais, terapias que tratam de estresse pós-traumático, dentre outras. Tudo isto servirá de ferramenta de trabalho para o capelão militar no seu cotidiano. No meu caso, todos os cursos que eu poderia cursar, na minha preparação, eu fiz. Alguns no período que passei 10 anos servindo no Sistema Prisional do RJ, e outros que cursei ao longo da vida estudantil. Grande parte deles voltado para apoio e relacionamento, inteligência emocional e gerenciamento de crise e trato com pessoas, como estes que elenquei anteriormente.
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