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Franklin Ferreira

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Oriente Médio

Desmascarando a campanha de desinformação contra Israel

Tanque israelense próximo à fronteira entre Israel e Gaza, em maio de 2024.
Tanque israelense próximo à fronteira entre Israel e Gaza, em foto de maio de 2024. (Foto: Atef Safadi/EFE/EPA)

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Em 7 de outubro de 2023, o grupo islamista Hamas, com apoio do Irã, desencadeou o ataque mais brutal contra os judeus desde o Holocausto, atacando Israel e iniciando uma onda de terror que abalou todo o Oriente Médio. Mais de 5 mil foguetes foram lançados da Faixa de Gaza, atingindo diversas cidades israelenses, como Tel Aviv e Jerusalém.

Além dos ataques aéreos, terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel, utilizando até parapentes para surpreender as defesas. As áreas mais afetadas incluíram Sderot e comunidades próximas à fronteira, onde os invasores romperam cercas de segurança. Os terroristas do Hamas cometeram atrocidades indescritíveis, invadindo casas e assassinando brutalmente civis, entre eles mulheres, crianças e idosos. Estupro e violência sexual foram usados como armas de terror pelo Hamas. Em algumas comunidades, famílias inteiras foram dizimadas. No deserto de Negev, mais de 260 jovens judeus foram assassinados em um festival de música. Outras 200 pessoas foram sequestradas e levadas para Gaza. Aproximadamente uma centena de reféns ainda se encontra sob o controle do Hamas. O ataque resultou em mais de 1,4 mil mortos, a maioria civis. Utilizando explosivos, drones e tratores, o Hamas demonstrou uma coordenação impressionante, pegando Israel de surpresa.

Em resposta aos ataques brutais do Hamas, Israel declarou estado de guerra e lançou uma ofensiva militar em Gaza, realizando operações aéreas e terrestres para neutralizar a ameaça terrorista. A guerra se intensificou com o começo de novos combates no Líbano. Desde o início do conflito, Israel foi alvo de 13,2 mil foguetes, drones e mísseis lançados da Faixa de Gaza: 12,4 mil provenientes do Líbano; 400 do Irã; 180 do Iêmen; e 60 da Síria. Israel luta pela sua sobrevivência contra o terror islâmico, buscando proteger seus cidadãos e garantir sua existência diante dessas agressões coordenadas.

Mas, infelizmente, uma campanha antissemita está sendo disseminada no Ocidente, difundida por jornalistas, formadores de opinião e políticos esquerdistas, construída sobre mitos e mentiras. Em um mundo cada vez mais polarizado, essa desinformação se espalhou a ponto de obscurecer a verdade e distorcer os fatos a respeito do conflito entre Israel, os árabes palestinos e os iranianos. Essas falsidades servem para deslegitimar o Estado de Israel, minando sua defesa legítima contra o terrorismo e distorcendo seu papel no cenário global. A seguir, baseados numa reflexão de Amir Tsarfati, fundador da Behold Israel, desmontaremos dez das mentiras mais difundidas sobre Israel e o conflito na região.

Uma campanha antissemita está sendo disseminada no Ocidente, difundida por jornalistas, formadores de opinião e políticos esquerdistas, construída sobre mitos e mentiras

1. “Israel está cometendo genocídio”

Essa é uma das mentiras mais absurdas e difamatórias contra Israel. A acusação de genocídio, além de não ter base na realidade, é uma tentativa de minimizar e distorcer o Holocausto, um dos piores genocídios da história moderna. O genocídio implica na intenção deliberada de exterminar um grupo étnico ou religioso, o que é visivelmente contradito pelas ações de Israel. As Forças de Defesa de Israel (FDI) fazem esforços contínuos para minimizar baixas civis, muitas vezes colocando em risco seus próprios soldados para atingir esse objetivo. Centenas de soldados israelenses já perderam a vida em operações cuidadosamente planejadas para evitar a morte de civis árabes palestinos, enquanto grupos terroristas como o Hamas usam civis como escudos humanos.

A realidade é que o genocídio é a tentativa sistemática de exterminar um povo, como aconteceu com os judeus na Segunda Guerra Mundial. A acusação contra Israel não só distorce os fatos como tenta trivializar o verdadeiro genocídio vivido pelo povo judeu no Holocausto, o que é moralmente inadmissível.

2. “Israel matou seus próprios cidadãos”

Uma das narrativas mais grotescas contra Israel entre as teorias da conspiração. Em 7 de outubro de 2023, terroristas palestinos do Hamas invadiram comunidades israelenses e festivais de música, assassinando brutalmente homens, mulheres e crianças. O Hamas, com orgulho, documentou os massacres em vídeos, transmitindo ao vivo suas atrocidades, numa demonstração clara de ódio e sadismo. A alegação de que Israel teria matado seus próprios cidadãos é mais uma tentativa de reescrever a história e perpetuar mitos antissemíticos.

Essa é apenas uma das várias teorias da conspiração antijudaicas que já circularam ao longo da história, como o infame libelo de sangue que acusava os judeus de usarem sangue de crianças em rituais. A verdade, porém, é cristalina: os terroristas árabes palestinos são os responsáveis por essa barbárie.

3. “Tudo isso é motivado por racismo antipalestino”

Esse é outro mito fabricado pela propaganda anti-Israel. Não existe “racismo antipalestino”. A realidade é que Israel tem o direito de se defender contra o terrorismo, independentemente da identidade dos terroristas. Todos os principais grupos palestinos – Fatah, Hamas, Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina (PFLP) – apoiam explicitamente o terrorismo e o assassinato de civis judeus. Eles não escondem sua intenção de destruir completamente Israel e exterminar a população judaica da região.

Oposição ao terrorismo não é racismo. A defesa de Israel contra os ataques terroristas islamistas é uma ação legítima de autodefesa. Condenar atos de terror não pode ser confundido com preconceito contra um grupo étnico ou religioso; é uma postura moral clara contra a violência indiscriminada.

4. “Israel ataca escolas”

Esse é um dos mitos mais utilizados para denegrir Israel na arena internacional. Na verdade, o Hamas e outros grupos terroristas transformaram escolas, hospitais e até mesquitas em bases militares e depósitos de armas. Quando uma instalação que costumava ser uma escola é ocupada por terroristas e usada para planejar e executar ataques contra civis israelenses, ela deixa de ser uma escola e se torna um alvo militar legítimo.

A responsabilidade pela proteção das crianças que frequentam essas escolas deveria recair sobre os líderes palestinos, que cinicamente colocam suas próprias populações em perigo ao militarizar esses locais. Israel tem o direito e o dever de desmantelar as bases de operações terroristas, mesmo quando estão escondidas em locais que anteriormente tinham uso civil.

O Hamas e outros grupos terroristas transformaram escolas, hospitais e até mesquitas em bases militares e depósitos de armas

5. “Israel mira jornalistas”

Outra falsidade propagada contra Israel para manipular a opinião pública ocidental. A realidade é que terroristas se disfarçam de jornalistas, vestindo coletes com a palavra press (“imprensa”) para se protegerem de retaliações durante combates. Ao utilizarem essas táticas covardes, eles exploram a compaixão e a simpatia dos observadores internacionais. O Hamas é especialista em propaganda e sabe manipular a narrativa a seu favor, transformando terroristas mortos em “jornalistas” ou “médicos” aos olhos do mundo.

Israel não visa eliminar jornalistas, mas sim terroristas. Se alguém se veste como jornalista, mas atua como terrorista, é tratado como tal. A linha entre civis e combatentes precisa ser claramente entendida para que a verdade prevaleça.

6. “Israel matou 41 mil civis”

Essa cifra absurda é propagada por organizações ligadas ao Hamas, sem nenhuma verificação independente. Quem cita esses números ignora convenientemente a necessidade de uma pergunta essencial: quantos desses “civis” eram na verdade terroristas islamistas? O Hamas não diferencia civis de combatentes e mistura suas baixas para enganar o público internacional.

Qualquer estatística proveniente de uma organização terrorista deve ser vista com extrema desconfiança. Essas cifras são infladas deliberadamente para retratar Israel como um vilão, ignorando completamente o fato de que o Hamas e seus aliados usam civis como escudos humanos, aumentando tragicamente o número de mortos na Faixa de Gaza.

7. “Gaza estava ocupada, então os palestinos estavam resistindo”

Este é um dos argumentos mais comumente usados para justificar os ataques terroristas contra Israel. A verdade é que Israel desocupou completamente a Faixa de Gaza em 2005, na esperança de abrir caminho para a paz na região. No entanto, em vez de desenvolver uma economia próspera ou melhorar a vida de sua população, o Hamas tomou o controle da Faixa de Gaza e transformou-a numa base de operações terroristas.

Os atos de violência cometidos pelo Hamas, como os assassinatos brutais de centenas de civis inocentes em um festival de música em Israel, não são “resistência”. São atos de terrorismo, pura e simplesmente. Israel tem o direito de se defender e proteger seus cidadãos dessas ameaças.

8. “A UNRWA é uma agência da ONU fazendo um bom trabalho”

A UNRWA, agência da ONU criada especificamente para lidar com os refugiados árabes palestinos, tem desempenhado um papel profundamente problemático durante a guerra na região. Em vez de promover soluções reais, a UNRWA perpetua o conflito, alimentando a narrativa do ódio contra Israel e, pior ainda, colaborando com o Hamas. A agência tem sido acusada de permitir que suas instalações sejam usadas para armazenar armas e lançar ataques terroristas contra Israel.

Em vez de promover a paz e a reconciliação, a UNRWA facilita a radicalização e a violência. O papel dessa agência no conflito deve ser seriamente questionado e, em muitos casos, ela deve ser responsabilizada por seu apoio tácito ao terrorismo islamista.

Israel desocupou completamente Gaza em 2005. Em vez de desenvolver uma economia próspera ou melhorar a vida de sua população, o Hamas tomou o controle de Gaza e transformou-a numa base de operações terroristas

9. “O ICC e o ICJ não podem estar errados”

Por que não? O Tribunal Penal Internacional (ICC) e o Tribunal Internacional de Justiça (ICJ) têm sido capturados por agendas políticas anti-Israel e antissemitas. Muitas das suas decisões e investigações são motivadas não por justiça, mas por uma vontade de agradar a blocos de países que historicamente se opõem à existência de Israel e dos judeus.

Esses corpos jurídicos internacionais têm sido usados como ferramentas políticas para vilanizar Israel. O sistema judicial global, infelizmente, não está imune à politização, e as decisões que condenam Israel muitas vezes ignoram deliberadamente as ações brutais do Hamas e outros grupos terroristas.

10. “Se Israel quisesse paz, aceitaria um cessar-fogo”

Este argumento ignora completamente a realidade do terrorismo. Durante a Segunda Guerra Mundial, as forças aliadas não aceitaram um cessar-fogo com os nacional-socialistas alemães porque sabiam que a paz só seria possível com a derrota total e rendição incondicional do regime de Adolf Hitler. Da mesma forma, Israel não pode aceitar uma trégua com o Hamas, uma organização terrorista que se dedica à destruição do Estado de Israel e propagandeia seu anseio pelo genocídio do povo judeu.

A paz só será alcançada quando o Hamas for derrotado, e a desmilitarização de Gaza é um passo fundamental nesse processo. Um cessar-fogo sem lidar com a raiz do problema é simplesmente uma pausa temporária para que os terroristas se reagrupem e continuem seus ataques contra Israel e os judeus.

Que haja paz

A campanha conta Israel e os judeus é sustentada por mitos e desinformação intencional e deliberada, motivada por antissemitismo, antissionismo e ódio aos valores civilizacionais que fundaram o Ocidente. Mas Israel, como qualquer nação soberana, possui o direito inalienável de se defender contra o terrorismo. Nenhum país ocidental aceitaria os ataques que Israel tem enfrentado desde 7 de outubro de 2023; desde então, 26.240 foguetes, mísseis e drones foram disparados por grupos terroristas islamistas em direção ao seu espaço aéreo. É fundamental que a verdade seja restaurada no debate público e que as mentiras sejam desmascaradas para que possamos alcançar alguma medida de paz e justiça no Oriente Médio. E que façamos nossa a oração que João Paulo II deixou numa nota no Muro das Lamentações, em Jerusalém, quando de sua visita à cidade santa, em 26 de março de 2000:

“Deus dos nossos pais,
Vós escolhestes Abraão e a sua descendência
para levarem o vosso Nome aos gentios:
sentimo-nos profundamente consternados
pelo comportamento de quantos,
no decurso da história, fizeram sofrer estes vossos filhos
e, pedindo-Vos perdão, queremos empenhar-nos
numa fraternidade autêntica
com o povo da aliança.
R. Amém.”

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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