Jonathan Edwards é reconhecido como o principal teólogo da história da América colonial e tem um papel vital no desenvolvimento do pensamento religioso nos Estados Unidos. Suas ideias e sermões durante o Primeiro Grande Despertamento, no século 18, tiveram um impacto significativo na cultura religiosa americana. Devido à profundidade do seu pensamento e ao seu impactante papel na sociedade da época, eruditos como George Marsden estabeleceram paralelos entre Edwards e Agostinho da Hipona em termos de sua relevância para o cristianismo ocidental. Proponho-me a traçar as similaridades entre o pensamento de Edwards e Agostinho, argumentando que Edwards pode ser compreendido como o “Agostinho americano”, por causa da sua visão teológica única, rigor intelectual e sua resposta aos desafios de sua época.
O contexto histórico e cultural
Para entender o legado de Jonathan Edwards e Agostinho de Hipona, é fundamental contextualizá-los em seus respectivos períodos históricos e culturais. Agostinho viveu durante um momento crucial da história, entre os anos 354 e 430, nos estertores finais do Império Romano – uma época marcada por profundas transformações sociais, políticas e religiosas. Foi nesse cenário que o cristianismo, que por tanto tempo fora alvo de perseguições, acabou por se tornar religião oficial do Império Romano. No entanto, a ascensão do cristianismo também ocorreu durante o declínio do império, um período de instabilidade e crise. Agostinho, que se converteu ao cristianismo após uma juventude dedicada ao maniqueísmo e ao neoplatonismo, tornou-se bispo de Hipona, dedicando sua vida à defesa da fé cristã contra várias heresias como o donatismo e o pelagianismo, além de refletir sobre a relação entre o cristianismo e a cultura romana em decadência.
Jonathan Edwards viveu no século 18, em um momento crucial de transição para as colônias americanas. As colônias estavam se afastando do domínio britânico e forjando uma identidade própria, que logo resultaria na independência, em 1776. Além disso, estava ocorrendo o Iluminismo, que promovia valores como razão, empirismo e autonomia individual, em contraste com as tradições cristãs católica e protestante. Essa época também foi marcada por reavivamentos religiosos significativos entre as igrejas protestantes nas colônias, dos quais Jonathan Edwards era uma figura proeminente. Como pastor congregacional e teólogo, Edwards se viu confrontado com as questões decorrentes de uma cultura que começava a se afastar de bases religiosas teístas e a adotar uma visão deísta mais secular e racionalista.
Esses cenários históricos influenciaram as questões teológicas e filosóficas de Edwards e Agostinho. Ambos viveram em épocas de transição, em que as bases da sociedade estavam sendo questionadas e transformadas. Agostinho viveu num período em que o cristianismo estava ganhando destaque como a principal religião do mundo ocidental, mas enfrentava desafios das culturas tradicionais que se opunham à nova fé. Edwards se encontrava inserido em uma sociedade que estava gradualmente abandonando as práticas puritanas que tinham sido a base das colônias americanas, em favor de um estilo de vida secularizado e racionalista.
Edwards pode ser compreendido como o “Agostinho americano” por causa da sua visão teológica única, rigor intelectual e sua resposta aos desafios de sua época
A visão da história e da Providência divina
Uma área significativa de convergência entre Agostinho e Edwards é sua visão da história e da Providência divina. Ambos viam a história como sendo guiada por Deus. Para eles, todos os acontecimentos históricos estavam sob o controle absoluto de Deus, inclusive os eventos que poderiam parecer insignificantes, mas que serviam aos seus propósitos eternos.
Agostinho, em A Cidade de Deus, apresenta uma visão da história que segue um propósito teleológico, ou seja, direcionado para um fim específico. Para ele, a história humana é uma narrativa de queda e redenção, onde Deus age continuamente para redimir sua criação em meio a uma batalha entre o bem (representado pela Cidade de Deus) e o mal (retratado na Cidade dos Homens), acreditando firmemente que a vitória final está destinada à Cidade de Deus. Segundo Agostinho, a Providência divina é a forma como Deus conduz a história em direção ao seu propósito final, que é a realização do Reino de Deus.
Jonathan Edwards também tinha uma visão teleológica da história, que ele via como sendo direcionada para a glória de Deus. Em Uma história da obra da redenção, Edwards defendia que todo o curso da história humana devia ser interpretado como parte do plano divino para redimir o mundo por meio de Jesus Cristo. Ele sustentava que todos os acontecimentos históricos, desde a criação até o fim dos tempos, estavam conectados ao objetivo redentor de Deus. Edwards via a Providência divina como a mão invisível de Deus guiando a história, e acreditava que cada acontecimento, por menor que fosse, desempenhava um papel no amplo plano da redenção da humanidade.
Essa visão da atuação da Providência divina na história é uma característica distintiva tanto de Agostinho quanto de Edwards. Ambos rejeitavam a ideia de que a história humana é governada por acaso ou pelo destino cego. Em vez disso, eles viam a história como sendo governada por um Deus soberano, que dirige todos os eventos para a realização de seus propósitos eternos. Essa crença na Providência divina dava a ambos os teólogos uma confiança inabalável no triunfo final do bem sobre o mal, na consumação do Reino de Deus.
A centralidade de Deus e a soberania divina
A centralidade de Deus e a soberania divina são temas recorrentes tanto no pensamento de Agostinho quanto no de Edwards. Para ambos, a compreensão do mundo e da história humana só pode ser completa quando se reconhece a supremacia de Deus sobre todas as coisas. Agostinho desenvolveu uma visão do mundo em que Deus é o criador e sustentador de todas as coisas, e na qual a história humana é vista como uma luta contínua entre a Cidade de Deus, onde reina o amor a Deus, e a Cidade dos Homens, dominada pelo amor-próprio.
Na sua obra Cidade de Deus, Agostinho defende a ideia de que a história pode ser interpretada como um embate espiritual entre essas duas cidades. A Cidade de Deus é composta por aqueles que amam a Deus acima de tudo; já a Cidade dos Homens é caracterizada por aqueles que priorizam o amor-próprio e buscam poder e prazeres mundanos. Para Agostinho, o destino último de cada ser humano está associado à sua ligação com uma dessas cidades, e apenas aqueles que pertencem à Cidade de Deus alcançarão a salvação eterna.
Da mesma forma, Jonathan Edwards via o mundo como essencialmente dependente da contínua intervenção de Deus em todos os aspectos da vida terrena. Ele sustentava que cada elemento na criação desempenha um papel significativo na história da salvação, e que o significado último de qualquer evento ou objeto só pode ser compreendido à luz de sua conexão com a glória de Deus. Em seu sermão intitulado Pecadores nas mãos de um Deus irado, Edwards descreve a condição humana como inteiramente sujeita à vontade soberana de Deus. Ele descreve a humanidade como à beira do abismo do inferno, sustentada apenas pela mão misericordiosa de Deus, enfatizando a total dependência da graça divina para a salvação.
A perspectiva de Deus como absolutamente soberano é um dos pontos em comum mais marcantes entre Edwards e Agostinho. Ambos discordaram da ideia de que os seres humanos poderiam alcançar a salvação ou a verdadeira sabedoria por sua própria capacidade. Para Agostinho, a Queda de Adão resultou em uma corrupção total da natureza humana, tornando o ser humano incapaz de buscar a Deus sem a intervenção da graça divina. A crença no pecado original desempenhou um papel fundamental na teologia de Agostinho e foi profundamente influente sobre o pensamento cristão posterior, principalmente no Ocidente.
Edwards sustentava que todos os acontecimentos históricos, desde a criação até o fim dos tempos, estavam conectados ao objetivo redentor de Deus
Em sua teologia, Edwards destacava também a total corrupção da natureza humana juntamente com a necessidade absoluta da graça para a salvação. Ele sustentava que, após a Queda, o ser humano perdeu toda capacidade de fazer o bem sem a intervenção divina. Sua concepção da condição humana era pessimista, ao afirmar que, sem a graça de Deus, o ser humano é totalmente incapaz de se voltar para Deus ou buscar a verdadeira justiça. Edwards compartilhava com Agostinho a visão de que a salvação é um ato soberano de Deus, que escolhe livremente aqueles que serão salvos.
O pecado original e a necessidade da graça
Um dos conceitos mais destacados no pensamento de Agostinho é a doutrina do pecado original. Ele acreditava, a partir das Escrituras, que o pecado de Adão e Eva levou à queda de toda a humanidade; agora, todos os seres humanos nascem em pecado e estão naturalmente inclinados ao mal. Para Agostinho, todos os seres humanos são destinados ao inferno, devido ao pecado original, exceto se receberem a graça de Deus. Essa graça não pode ser conquistada ou merecida; é um dom gratuito de Deus, concedido àqueles a quem ele escolhe. Segundo Agostinho, a doutrina do pecado original era crucial para compreender a importância da graça divina e a completa dependência do ser humano em relação a Deus para alcançar a salvação.
Jonathan Edwards era um teólogo da tradição reformada que compartilhou essa visão agostiniana do pecado e da graça. Ele acreditava que o ser humano, em seu estado natural, estava completamente distante de Deus, incapaz de realizar qualquer coisa verdadeiramente boa aos olhos de Deus. Como se pode ver em sua obra Pecado original, a total depravação humana é um tema central em seu pensamento, com Edwards sustentando que, sem intervenção divina, o ser humano está condenado à destruição eterna. Edwards acreditava firmemente na doutrina da eleição, segundo a qual Deus, em sua soberania, escolhe aqueles que serão salvos, não com base em qualquer mérito ou obra, mas unicamente por sua graça.
Essas reflexões sobre a graça soberana destacam mais uma semelhança entre Edwards e Agostinho. Ambos rejeitavam o pelagianismo em todas as suas formas – a heresia que negava o pecado original e sustentava que os seres humanos poderiam obter a salvação por seus próprios esforços pessoais. Tanto para Agostinho quanto para Edwards, a salvação é completamente dependente da graça de Deus; qualquer tentativa de alcançá-la por meios humanos é vista como vã e destinada ao fracasso. Ambos os teólogos consideravam a graça não apenas como uma ajuda para a salvação, mas como algo absolutamente necessário na redenção, sem o qual o ser humano estaria irremediavelmente perdido.
A relação entre fé e razão
Tanto Agostinho quanto Edwards consideravam a relação entre a fé e a razão um assunto fundamental em seus pensamentos. Para eles, a fé era vista como indispensável para alcançarmos o conhecimento verdadeiro; no entanto, também reconheciam a importância da razão como uma ferramenta importante para aprofundarmos nossa compreensão da fé.
Nas suas Confissões, Agostinho narrou sua trajetória intelectual e espiritual em busca da compreensão da verdade por meio da razão; no entanto, ele percebe que apenas isso não basta, afirmando que é preciso ter fé para alcançar o conhecimento verdadeiro de Deus, devido às limitações da razão humana, que é falível por natureza. No entanto, Agostinho não menosprezou a razão. Ele a considerava uma dádiva de Deus, que deveria ser utilizada para explorarmos e compreendermos as verdades reveladas pela fé.
Jonathan Edwards expressava uma perspectiva semelhante sobre como a fé e a razão se relacionam. Ele enfatizava o papel crucial da razão na compreensão da fé cristã, ao mesmo tempo em que defendia que a sabedoria genuína só é obtida por meio da fé. Edwards sustentava que o uso adequado da razão pode contribuir para esclarecer as verdades fundamentais da fé e defendê-la contra os ataques do ceticismo e do secularismo. No entanto, ele também alertava sobre o perigo de usar demais a razão, que poderia resultar em arrogância intelectual e na rejeição da dependência de Deus.
Para ambos os teólogos, a fé é o fundamento do conhecimento, e a razão é uma ferramenta que deve estar subordinada à fé. Eles afirmavam que a mente humana é falível e limitada, e que apenas por meio da fé seria possível alcançar a verdadeira sabedoria. Essa perspectiva sobre como a fé e a razão interagem era uma resposta direta ao racionalismo prevalente na época deles, o qual valorizava exacerbadamente a razão humana em detrimento da fé, e frequentemente ignorava a necessidade da revelação divina.
Tanto para Agostinho quanto para Edwards, a salvação é completamente dependente da graça de Deus; qualquer tentativa de alcançá-la por meios humanos é vista como vã e destinada ao fracasso
A crítica à cultura secular de seus tempos
Agostinho e Edwards criticaram de forma contundente as culturas seculares dos respectivos contextos históricos em que viveram. Agostinho estava inserido num contexto marcado pelo declínio do Império Romano e pela ascensão do cristianismo como uma força influente e dominante na sociedade da época em que viveu. Em sua obra Cidade de Deus, Agostinho argumenta que a verdadeira cidadania dos cristãos não está na cidade terrestre, mas na cidade celestial. Ele criticou a sociedade romana devido à corrupção sistemática e à busca excessiva por prazeres mundanos e idolatria, e defendeu que somente no reino de Deus se pode alcançar paz genuína e justiça.
De forma semelhante, Jonathan Edwards criticou o Iluminismo e as tendências secularistas do seu tempo. O Iluminismo questionava as tradições religiosas cristãs e favorecia a razão humana e o empirismo, promovendo uma visão de mundo deísta onde Deus era frequentemente deixado em segundo plano ou até mesmo ignorado. Edwards interpretou esse movimento como um desafio ao cristianismo ortodoxo e como um retorno ao paganismo, onde a confiança na razão humana e nas capacidades individuais substituíam a fé em Deus. Ele considerava que o projeto iluminista incentivava uma perspectiva individualista do ser humano, que deixava de lado a noção de pecado e a necessidade da graça divina.
Edwards foi especialmente crítico do deísmo, uma crença popular durante o Iluminismo, que afirmava uma crença em um Deus criador, mas negava sua providência, ou seja, sua intervenção contínua no mundo. Para Edwards, essa perspectiva era inaceitável, pois eliminava nossa dependência na providência divina e ignorava a necessidade da revelação para conhecer a Deus verdadeiramente. Ele via o deísmo como uma forma sutil de ateísmo, que menosprezava tanto as Escrituras Sagradas quanto o papel da fé cristã na vida das pessoas.
Assim como Agostinho, Edwards acreditava que a verdadeira sabedoria só poderia ser alcançada por meio do conhecimento de Deus, e ambos compartilhavam uma visão crítica da cultura secular de suas épocas, como sendo essencialmente falhas devido à sua concepção distorcida do ser humano e sua relação com Deus. Para Edwards, a cultura do Iluminismo estava fadada ao fracasso porque priorizava a razão humana sobre a revelação divina, e negligenciava a necessidade da graça divina.
A influência intelectual e espiritual
As contribuições de Agostinho e Edwards para o pensamento cristão foram profundas e duradouras, influenciando não apenas a teologia de suas respectivas épocas, mas também as gerações posteriores. Agostinho é comumente reconhecido como um dos principais teólogos da Igreja ocidental, sendo que suas ideias sobre pecado original, graça, predestinação e a relação entre fé e razão e entre a Igreja e o Estado deixaram uma marca profunda no desenvolvimento da teologia cristã.
A obra de Agostinho teve um grande impacto na teologia medieval, por meio de Tomás de Aquino e Anselmo de Cantuária; posteriormente, na teologia da Reforma, suas concepções sobre a graça e a predestinação foram adotadas por Martinho Lutero e João Calvino. Além disso, Agostinho influenciou também áreas como filosofia e política com suas ideias sobre a Cidade de Deus e a Cidade dos Homens, que continuaram a ser debatidas e reinterpretadas ao longo dos séculos.
Jonathan Edwards deixou uma marca significativa na teologia norte-americana e no movimento evangélico ao longo de sua vida. Ele é frequentemente considerado o maior teólogo dos Estados Unidos, e suas ideias tiveram um impacto profundo no desenvolvimento do evangelismo americano. Edwards emergiu como um dos principais líderes do Primeiro Grande Despertamento, um avivamento religioso que teve efeitos profundos na vida religiosa e cultural das colônias americanas. Sua abordagem teológica rigorosa e sua ênfase na soberania de Deus sobre todos os aspectos da existência continuaram a moldar o pensamento cristão nos Estados Unidos por muitos anos após seu falecimento.
As ideias de Edwards também deixaram uma marca no campo da filosofia, influenciando o debate sobre livre arbítrio e moralidade de maneira significativa. Sua obra A liberdade da vontade é reconhecida como uma contribuição crucial para as discussões sobre o livre arbítrio e a predestinação na filosofia e teologia. Além disso, Edwards é amplamente reconhecido como uma figura de destaque no desenvolvimento da tradição puritana e reformada nos Estados Unidos.
Jonathan Edwards é frequentemente considerado o maior teólogo dos Estados Unidos, e suas ideias tiveram um impacto profundo no desenvolvimento do evangelismo americano
A aplicação prática de suas ideias e seus limites
Apesar de sua grandeza intelectual, tanto Agostinho quanto Edwards tiveram dificuldades ao tentar colocar em prática suas ideias teológicas na vida cotidiana. Por exemplo, Agostinho enfrentava dilemas sobre como a Igreja deveria interagir com o Estado, especialmente considerando que o cristianismo havia se tornado a religião oficial do Império Romano. Sua defesa da coerção contra hereges, como no caso dos donatistas, mostra uma tensão entre sua visão da Cidade de Deus e a realidade de um império cristão, onde a Igreja tinha uma grande influência política e social. Esta tensão entre a teoria e a prática é uma das críticas mais comuns direcionadas a Agostinho, que, apesar de sua visão espiritual da Cidade de Deus, acabou por concordar com o emprego da força pelo Estado para resolver questões religiosas.
Edwards também enfrentou desafios ao tentar aplicar suas ideias teológicas em situações práticas do dia a dia. Apesar de ser crítico do Iluminismo e do crescente individualismo da época, ele não conseguiu antecipar completamente as consequências dessas tendências para a sociedade americana. Sua visão rigorosa sobre a soberania de Deus e a natureza humana pecaminosa levaram-no a advogar pela disciplina e pela conformidade estritas dentro da sociedade cristã, o que resultou por vezes em divisões e conflitos, como evidenciado em sua demissão da igreja que ele pastoreava em Northampton. Além disso, sua falha em atacar a escravidão, que era aceita entre a elite de sua época nas colônias, mostra uma deficiência em aplicar plenamente seus princípios teológicos de igualdade espiritual à realidade social. Como Agostinho, Edwards foi um produto de seu tempo e, embora suas ideias teológicas fossem profundas e muitas vezes contrárias às tendências culturais predominantes, ele nem sempre conseguiu transcender completamente as limitações culturais de sua época.
A continuidade de um legado
Jonathan Edwards e Agostinho de Hipona têm muitas semelhanças em suas perspectivas teológicas e espirituais. De fato, Edwards é frequentemente chamado de “o Agostinho americano”. Ambos viveram em períodos de mudanças culturais e responderam a essas transformações com uma teologia que colocava ênfase na soberania de Deus e na importância da graça e da fé. Apesar dos contextos históricos diferentes em que estavam inseridos, os dois teólogos compartilharam uma visão profundamente cristã da história e da Providência divina; além disso, ambos estavam preocupados com as tendências secularistas de suas respectivas épocas. Suas obras ainda exercem uma grande influência sobre o pensamento cristão e são pertinentes para os debates teológicos atuais.
No entanto, é importante reconhecer as limitações, bem como os desafios que ambos os pensadores enfrentaram ao tentar aplicar suas ideias teológicas em suas épocas. Ainda que suas contribuições à teologia cristã sejam indiscutíveis, tanto Agostinho quanto Edwards foram moldados por seus ambientes culturais sociais, e suas falhas em transcender completamente essas influências mostram a complexidade de se viver de acordo com os ideais teológicos. No fim das contas, a comparação entre Edwards e Agostinho não só evidencia a profundidade de suas contribuições teológicas, mas também as dificuldades e paradoxos ao se tentar aplicar a teologia cristã em um mundo em constante transformação.
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