Para a tradição cristã, um mártir, do grego mártys, “testemunha”, é uma pessoa que sofreu perseguição e morte por confessar ou defender a fé no Senhor Jesus Cristo, por agir coerentemente com esta fé ou por se recusar a renunciá-la por exigência de uma força externa, na maior parte das vezes política, mas que pode ser também religiosa.
O martírio nos primórdios da igreja
Desde o começo, a fé cristã foi severamente perseguida. Já no livro dos Atos dos Apóstolos temos relatos das perseguições àqueles que receberam pela fé o evangelho do único Messias, o Senhor Jesus, sobretudo movidas pelos governantes do Império Romano. No total, dez perseguições foram impelidas pelo Estado romano, sendo encerradas em 313 com o Édito de Milão, promulgado pelos imperadores Constantino e Licínio, e que assegurou liberdade de culto à igreja em todo o império.
Na época do Novo Testamento ocorreram duas perseguições movidas por Roma. A primeira foi promovida pelo imperador Nero, que durou de 64 a 68. A segunda foi suscitada pelo imperador Domiciano, e durou de 95 a 96. Ao fim deste período, todos os apóstolos estavam mortos. Pedro foi crucificado de cabeça para baixo em Roma; Simão foi crucificado em Beirute; André foi preso a uma cruz, e dali pregou aos seus perseguidores, até morrer, em Patras; Filipe foi crucificado em Hierápolis; Paulo foi decapitado em Roma; Bartolomeu foi esfolado vivo em Albanópolis; Tiago foi decapitado em Jerusalém; Tadeu foi morto em Beirute; Mateus sofreu martírio ao fio da espada na Etiópia; Matias foi primeiro apedrejado e depois decapitado na Etiópia; Tiago, o Menor, foi lançado de um pináculo do Templo em Jerusalém, e depois espancado até morrer; Tomé foi morto por lanceiros próximo a Madras; Marcos morreu em Alexandria depois de ser arrastado pelas ruas da cidade; Lucas foi enforcado numa oliveira, na Grécia; Barnabé foi apedrejado até a morte em Salônica; João foi posto num caldeirão de óleo fervente, mas escapou da morte e foi deportado para a ilha de Patmos.
“Não havia neles a menor sombra de fanatismo. Também não percebemos o menor indício de ódio, nem de desespero, nem qualquer dúvida sobre se não teriam apostado num falso Deus, mas apenas uma enorme certeza e uma serena alegria.”
Bento XVI, sobre os mártires de Nagasaki
Várias destas histórias de martírio dos primeiros seguidores de Cristo no século 1.º foram preservadas na História eclesiástica, de Eusébio de Cesareia. Tratando dos muitos martírios ocorridos entre os séculos 2.º e 3.º, ele escreveu que, ao mesmo tempo que “a perseguição contra nós aumentou”, os agentes imperiais “nada encontrara[m]” nas ações da “multidão de mártires” que “sofriam a morte pela fé [...] de ímpio ou de oposto às leis. Somente, eles se levantavam antes do amanhecer para cantar hinos a Cristo, como a um Deus. Rejeitavam o adultério, o homicídio e os crimes odiosos da mesma espécie, e tudo faziam de acordo com as leis”. Para Eusébio, os mártires faziam da morte seu último sacrifício, portanto seriam exemplos virtuosos a serem imitados. Durante sua longa história, a igreja sofreu outras duras perseguições. Muitas das histórias de sofrimento de cristãos na Idade Média e durante a Reforma do século 16, especialmente na Inglaterra e na Escócia, foram preservadas na obra O livro dos mártires, escrita por John Foxe, e publicada primeiramente em 1563. Os martírios de mais destaque são os de Jan Hus, William Tyndale, Hugh Latimer, Nicholas Ridley e Thomas Cranmer.
O silêncio de Deus
As perseguições que a igreja cristã enfrentou no Japão no século 16 resultaram numa das mais impactantes reflexões sobre o martírio já escritas. Existe em Nagasaki o monumento aos 26 mártires cristãos que foram crucificados naquela cidade, em 5 de fevereiro de 1597, por ordem de Toyotomi Hideyoshi, um senhor feudal que unificou o país. Seis dos mártires eram missionários franciscanos, três eram jesuítas, 15 eram da Ordem Terceira de São Francisco. Havia três adolescentes entre eles. Antes de morrer, um dos mártires, Paulo Miki, discursou da cruz, afirmando “que ninguém poderia duvidar de sua sinceridade e fé e muito menos de que o único caminho para a salvação é através de Jesus Cristo”. Ao fim, perdoou seus perseguidores. Todos morreram cantando o Te Deum: “A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, glorificamos”. Bento XVI escreveu sobre o episódio: “Os relatos sobre o martírio dos primeiros cristãos japoneses assemelham-se de maneira surpreendente ao que sabemos sobre as testemunhas da fé da Igreja primitiva. Não havia neles a menor sombra de fanatismo. Também não percebemos o menor indício de ódio, nem de desespero, nem qualquer dúvida sobre se não teriam apostado num falso Deus, mas apenas uma enorme certeza e uma serena alegria”. Estes 26 mártires são reverenciados por católicos, anglicanos e luteranos.
Entre 1629 e 1857, os moradores de Nagasaki foram forçados a participar de um ritual de pisar nas imagens de Jesus e Maria para provar que não eram cristãos, do contrário seriam torturados ou mortos. Tais histórias inspiraram Shūsaku Endō a escrever Silêncio, uma ficção histórica lançada em 1966. A trama se passa no século 17, e acompanha um jovem missionário jesuíta português enviado ao Japão na época dos Kakure Kirishitan, os “cristãos escondidos”. Em 2016, Martin Scorsese dirigiu um comovente filme épico baseado nessa obra. O manuscrito do roteiro do filme foi doado para o museu dos 26 mártires em Nagasaki. Silêncio tem sido considerado um dos melhores romances escritos no século 20 – uma poderosa reflexão sobre o Deus que, segundo William Cavanaugh, “escolheu não eliminar o sofrimento, mas sofrer com a humanidade”.
Uma guerra global contra a fé
O século 20, o mais violento da história, produziu a maior lista de mártires cristãos, muito superior a qualquer período anterior. Em 1970, aproximadamente 230 mil cristãos de todas as denominações foram martirizados. Em 1988, o número cresceu para 300 mil, mas, em 1999, o número decresceu para 164 mil cristãos martirizados. A média anual de cristãos assassinados desde 1950 chega a 270 mil. Na atualidade, os cristãos continuam a ser perseguidos, especialmente em áreas onde o comunismo, o totalitarismo islâmico e o hinduísmo político tomaram o poder, na América Latina, na África e na Ásia. Atualmente, os países que mais têm perseguido e cerceado a liberdade de culto e pregação cristã são Afeganistão, Arábia Saudita, Argélia, Coreia do Norte, Cuba, Egito, Filipinas, Iêmen, Índia, Indonésia, Irã, Iraque, Líbano, Malásia, Nigéria, Paquistão, República Popular da China, Somália, Sudão, Turquia e Vietnã. Na atualidade, 200 milhões de cristãos vivem sob a ameaça de assédio, prisão, tortura e execução.
Alguns dos mártires do século 20 são rememorados com estátuas que adornam uma das fachadas da Abadia de Westminster, sobre a Grande Porta Oeste, em Londres, na Inglaterra. Os relembrados são Maximiliano Kolbe, Manche Masemola, Janani Luwum, a grã-duquesa Elizabeth da Rússia, Martin Luther King, Óscar Romero, Dietrich Bonhoeffer, Esther John, Lucian Tapiedi e Wang Zhiming. Esta fachada foi inaugurada em 1998, em um culto com a presença da rainha Elizabeth II.
As perseguições continuam
No século 21, as restrições e perseguições contra os cristãos continuam. Em 2013, de acordo com Massimo Introvigne, coordenador do Osservatorio Sulla Libertà Religiosa, havia na Europa “41 leis que poderiam influenciar negativamente a liberdade religiosa dos cristãos em 15 países”, bem como “169 sentenças que consideramos perigosas para a liberdade dos cristãos. As mais perigosas são aquelas que restringem as liberdades de pregação, de funcionamento de escolas confessionais, de os pais escolherem a educação dos filhos, de uso de símbolos religiosos, bem como a liberdade de objeção de consciência dos cristãos que se recusam a colaborar com o aborto, com a venda de pílulas abortivas ou com a celebração de casamentos homossexuais”. De acordo com relatório do Osservatorio, cerca de 105 mil pessoas no mundo todo morreram em 2012 por causa da fé cristã, em “países com uma forte presença de fundamentalismo islâmico e de regimes comunistas totalitários”. Dois exemplos dramáticos ilustram os sofrimentos impostos aos cristãos na atualidade.
Em 27 de dezembro de 2014 e no começo de janeiro de 2015, um total de 20 trabalhadores egípcios coptas e um colega ganês foram sequestrados na Líbia pelo Estado Islâmico. O vídeo da decapitação dos egípcios e do ganês foi publicado por sites islamitas em 15 de fevereiro. Uma legenda no vídeo chamava as vítimas de “povo da Cruz, seguidores da hostil Igreja Egípcia”. Entre os mártires cristãos decapitados na Líbia, um deles, Matthew Ayariga, era do Gana, e não era originalmente cristão. Mas quando ele viu a imensa fé dos egípcios, e quando os terroristas islamitas perguntaram se ele rejeitaria Jesus, ele teria dito: “o Deus deles é o meu Deus” – e ele disse isso sabendo que seria morto.
No fim de setembro de 2017, os restos mortais dos egípcios coptas e do ganês assassinados pelos terroristas islâmicos foram identificados, em uma vala comum na costa da Líbia, nas proximidades de Sirte. Seus corpos foram encontrados com as mãos amarradas atrás das costas, vestindo os mesmos macacões alaranjados que usavam no vídeo filmado pelos executores no momento da decapitação. Os corpos dos 21 mártires foram devolvidos ao Egito entre 2018 e 2020, e foram enterrados na nova igreja em Al Our, a Igreja dos Mártires da Fé e da Pátria. Os 21 cristãos foram declarados mártires pela Igreja Ortodoxa Copta: Bishoy Adel Khalaf, Samuel Alhoam Wilson, Hany Abdel-Masih Salib, Melad Mackeen Zaki, Abanoub Ayad Attia, Ezzat Bushra Nassif, Yousef Shokry Younan, Kirillos Shukry Fawzy, Majed Suleiman Shehata, Somali Stéphanos Kamel, Malak Ibrahim Siniot, Bishoy Stéphanos Kamel, Mena Fayez Aziz, Girgis Melad Sniout, Tawadros Youssef Tawadros, Essam Badr Samir, Luke Ngati, Jaber Mounir Adly, Malak Faraj Abram, Sameh Salah Farouk e Matthew Ayariga.
A “Igreja sofredora” no século 21 não se localiza em uma única região do globo, mas está presente em qualquer território, mesmo no Ocidente
Em 26 de julho de 2016, dois terroristas islâmicos invadiram uma igreja católica, durante a missa matinal, em Sainte-Etienne-du-Rouvray, perto de Rouen, na região da Normandia francesa. Fizeram cinco pessoas como reféns: dois fiéis, duas freiras e o padre Jacques Hamel, que foi degolado pelos assassinos muçulmanos. Suas últimas palavras foram: “Afasta-te, Satanás!” Os terroristas logo depois foram mortos por agentes da Brigada de Investigação e Intervenção (BRI). Outros três reféns foram feridos. O padre martirizado tinha 86 anos. O então presidente francês, François Hollande, confirmou que os dois terroristas que cometeram este bárbaro assassinato agiram em nome do Estado Islâmico. O martírio do padre Hamel marcou, tragicamente, o primeiro assassinato cometido por islamitas numa igreja na Europa no século 21.
De acordo com David Barrett, em 2014 estimou-se que 70 milhões de cristãos tinham sido martirizados desde os tempos de Jesus Cristo. “Existe uma guerra global contra os cristãos”, Michael Austin afirmou. “Infelizmente, os nomes dos heróis de Cristo e suas histórias inspiradoras não são mencionadas hoje e sua causa não é divulgada na imprensa”. Donald Stults, da Voz dos Mártires, afirmou que “muitos cristãos no Ocidente negam ou ignoram isso, mas a perseguição faz parte da realidade presente [da igreja global]”. Os exemplos dos trabalhadores egípcios coptas e do padre francês lembram que a “Igreja sofredora” no século 21 não se localiza em uma única região do globo, mas está presente em qualquer território, mesmo no Ocidente.
Sobre o martírio
Algumas frases de Bonhoeffer, o mártir, obra de Craig Slane, podem auxiliar aqueles que querem meditar no martírio cristão a partir de uma moldura tanto histórica como teológica:
“Um verdadeiro mártir é alguém que sofre e morre por seu testemunho. Ou seja, alguém se qualifica como mártir não simplesmente por dar um testemunho fiel, [...] mas, ao dar esse testemunho numa situação hostil ao evangelho, tornar-se sujeito à pena de morte.”
“Mártir cristão é uma pessoa cuja morte, na opinião consensual dos membros da comunidade cristã de sua época, está comprovadamente ligada à confissão cristã e foi precipitada por ela.”
“Pelo menos dois temas aguardam exploração dentro do tema do martírio como resistência contra o mal: a exigência de que o mártir preserve alguma forma de ‘inocência’, de modo que sua morte possa provar-se forte contra o mal, e o necessário engajamento do mártir no denso matagal da política, na qual, de acordo com o testemunho de alguns, o mal é institucionalmente apoiado.”
“Por razões aparentemente políticas, devemos também esperar que a dimensão política do martírio encontre sua origem na própria morte de Cristo pelas mãos de Roma”.
“...O martírio se constituía de um batismo de sangue.”
“Uma característica marcante [...] [do martírio] é a crença de que a luta final não é verdadeiramente entre o mártir e seus perseguidores. Em vez disso, ela é uma luta diante de Deus pela preservação da confissão de uma pessoa e [...] a luta contra o Diabo.”
“O mártir fiel não testemunha tanto contra os políticos como contra os poderes [demoníacos] que os conduzem.”
“É exatamente nesses lugares onde se presume que Cristo não governa, que os mártires participam com Cristo para tornar conhecida a verdade de que, apesar das aparências, os poderes desta era não são definitivos.”
“Entre os propósitos do martírio estava o de distinguir os cristãos ortodoxos dos hereges. Gnósticos, docetistas e quaisquer outros que negassem a crucificação de Deus em carne já haviam depreciado a necessidade do martírio ou simplesmente o haviam desprezado totalmente. [...] Os cristãos ortodoxos se trancaram numa batalha, fechados em si mesmos, perseguidos por todos os lados e sujeitos a cruéis instrumentos de tortura, enquanto os hereges caminhavam livremente”.
“O martírio é a arma escolhida por Deus contra a idolatria.”
“... o martírio serve para expor o inimigo como um oponente da verdade.”
“[Eberhard Bethge] sugeriu algumas características dos mártires [...]: 1. sofrimento por livre escolha; 2. rejeição ao martírio procurado pelo próprio mártir; 3. solidariedade da culpa; 4. caráter cristão autêntico; e 5. autoridade da morte”.
O consolo dos cristãos é que o chamado para sofrer sempre é acompanhado pela promessa de graça simultânea
“Está bastante claro que a morte cruel dos cristãos era uma forma de entretenimento público...”
“Os primeiros mártires cristãos morreram porque eram sensíveis à realidade do Cristo crucificado e porque, em reverência a ele, preferiram confessar e morrer a fugir da morte ou a negá-lo. Contudo, [...] o martírio exige a presença de opressores e executores. Outra pessoa deve decidir pela morte do mártir.”
“... O martírio completa uma vida... [...] os mártires ‘selam’ sua confissão por meio de seu sangue.”
“Por meio de Jesus Cristo e seus mártires, a morte que, nos escassos termos do pecado, é apenas um ‘colapso’, torna-se, pelas riquezas da graça de Deus, uma revelação.”
“As palavras de T. S. Eliot [...] parecem agora merecer o status de máxima. ‘O martírio [...] nunca é plano do homem; pois o verdadeiro mártir é aquele que se tornou um instrumento de Deus’.”
“Mais que uma testemunha do Cristo transcendente, e mais que um referente terreno da realidade divina, o sofrimento do mártir torna-se um exemplo concreto da presença sofredora de Deus no mundo e a favor dele.”
Quanto menos concessões a Igreja fizer, mais perseguição e sofrimento a Igreja sofrerá
O Senhor Jesus, o único Messias, ensinou que o sofrimento seria uma das marcas da igreja verdadeira (Mt 5,10-12; Lc 6,26; Jo 15,18-20; 16,33). E o que Jesus ensinou, os apóstolos não só ecoaram em seus escritos (2Co 11,23-27; Fp 1,29; 2Tm 3,12) como suportaram em seus ministérios. Pois, de acordo com Dietrich Bonhoeffer: “O sofrimento é, pois, a característica dos seguidores de Cristo. O discípulo não está acima de seu mestre. O discipulado é [...] é sofrimento obrigatório. Por isso, Lutero incluiu o sofrimento no rol dos sinais da verdadeira Igreja. Um anteprojeto da Confessio Augustana definiu a Igreja como comunidade dos que são ‘perseguidos e martirizados por causa do Evangelho’. Quem não quiser tomar sobre si a cruz, quem não quiser expor sua vida ao sofrimento e à rejeição por parte dos seres humanos, perde a comunhão com Cristo e não é seu discípulo. Quem, porém, perder sua vida no discipulado, no carregar da cruz, tornará a encontrá-la no próprio discipulado, na comunhão da cruz com Cristo”. Portanto, quanto menos concessões a Igreja fizer, mais perseguição e sofrimento a Igreja sofrerá.
O consolo dos cristãos é que o chamado para sofrer sempre é acompanhado pela promessa de graça simultânea. Como escreveu John Stott, “se Cristo raramente faz oferecimentos sem exigências, Ele também raramente faz exigências sem oferecimentos. Ele oferece sua força para capacitar-nos a satisfazer as suas exigências.” Os cristãos não devem, então, ser medrosos, mas fiéis. Não devem olhar para o sofrimento, mas para Deus, que tudo tem sob controle.
E em memória dos cristãos mártires, ceifados pela confissão de Jesus Cristo como o único Salvador digno de ser adorado, podemos dizer: “Alguns foram torturados e não aceitaram ser livrados, para alcançar uma melhor ressurreição; e outros experimentaram zombaria e espancamentos, correntes e prisões. Foram apedrejados e provados, serrados ao meio, morreram ao fio da espada, andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos e maltratados. O mundo não era digno dessas pessoas” (Hb 11,35-38).
“O sangue dos mártires é a semente da Igreja”. Cristãos, renovem a sua fé!
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