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Como Alan Bloom demonstrou em sua obra O declínio da cultura ocidental, publicada em 1987, a crise social e política que varre todo o Ocidente é uma crise intelectual. A falta de objetivos e a deficiência do aprendizado, o abuso dos clichês marxistas e a substituição do raciocínio lógico pela “criatividade” nas universidades transformaram a cultura ocidental num caldo de ideias niilistas de desesperança e relativismo, disfarçadas de tolerância.
Já há um tempo que testes de QI têm apontado que as novas gerações são menos inteligentes do que as anteriores. E, no atual ritmo de queda, alguns países podem regredir já na próxima geração de adultos para QI médio de 80 pontos, patamar definido como de “baixa inteligência”. Inclusive, como demonstra Michel Desmurget, os dispositivos digitais estão afetando seriamente – e para o mal – o desenvolvimento neural de crianças e jovens.
No século 21 as universidades se tornaram os templos da nova religião vermelha
E ainda, de acordo com Bloom, as universidades em geral não fornecem mais aos jovens o conhecimento da grande tradição filosófica e literária, que fazia com que os estudantes do passado tomassem consciência da ordem da criação e da posição do homem nela. Pelo contrário, as universidades deixaram de ser uma ilha de liberdade intelectual para se tornarem centros ideológicos, preocupados em desempenhar um papel ativo na sociedade, promovendo questões como exclusão social, sexo, etnia e guerra no estrangeiro.
A radicalização das universidades
Para ilustrar a situação atual das universidades brasileiras, pode-se citar um exemplo ocorrido em abril de 2018. Naquele ano, a advogada Dienny Riker escreveu o trabalho acadêmico O bem humano básico do casamento na teoria neoclássica da lei natural: razão prática, bem comum e direito, pelo Programa de Pós-graduação em Direito da Universidade Federal do Pará (PPGD/UFPA). No trabalho, a pesquisadora analisa o casamento como um “bem humano básico” constituído pela união entre um homem e uma mulher. A análise foi feita pela perspectiva do Direito Natural, com base nas reflexões de Tomás de Aquino e John Finnis.
Quando militantes esquerdistas souberam da existência do trabalho de Dienny Riker, organizaram uma série de protestos nas redes sociais e no câmpus da UFPA, tentando censurar o trabalho da pesquisadora, acusando-o de ser uma “pesquisa não científica de caráter religioso”, cujo conteúdo supostamente ameaçaria os direitos humanos.
A perseguição movida contra Dienny Rikker não só ilustra o estado das universidades brasileiras na atualidade, mas é um exemplo de como esquerdistas odeiam a fé cristã. Se os esquerdistas não conseguem perverter a fé, tornando-a mera gnose sincrética – como fazem os “cristãos progressistas” –, passam a perseguir implacavelmente o cristianismo, atacando-o como o principal inimigo a ser combatido.
Exemplos desta cruzada religiosa para corrigir o que as esquerdas entendem por “errado” há aos montes. O fato é que no século 21 as universidades se tornaram os templos da nova religião vermelha, incubadoras de uma catequese virulenta de “política identitária”, “orgulho LGBT”, “racismo estrutural”, “cotas epistêmicas”, “afromatemática” e ódio despejado sobre tudo que pode ser rotulado como eurocentrista, machista, patriarcalista, homofóbico, transfóbico, “ocidentalcêntrico”, colonialista e imperialista. Tentando reparar erros passados, terminam por criar injustiças bizarras e mais violência, não apenas na academia, mas na sociedade, fracionando-a cada vez mais.
Assim, a partir das universidades, a sociedade vai sendo fatiada em “tribos”, em meio à raiva e histeria. Portanto, onde se lia “universidade” agora se deve ler “igreja vermelha da justiça social”. Pois, sob a interseccionalidade, e turbinada pelo ativismo judicial, a “justiça social” se tornou a religião do século 21. De acordo com Peter Leithart, esta religião “oferece a seus adeptos uma concepção coerente sobre o mundo, propósito, sentido, comunidade e rituais: [...] sua priorização do eu, das emoções e da identidade; sua suspeita da autoridade [...]; sua visão utópica de um mundo melhor que, como a fênix, renasce das cinzas do mundo antigo – e os une numa narrativa visionária de resistência política e renovo moral”.
Este novo credo religioso é catequizado incessantemente na cabeça daqueles que entram nas universidades, também por meio das Big Techs e da indústria de entretenimento, que se retroalimentam, sugando a mente e o coração de seus adeptos. Não surpreende que estudos demonstrem aumento da ansiedade, da depressão e dos transtornos mentais na juventude de hoje.
Uma visão de mundo ateísta
Ainda que originalmente fundadas no Ocidente por cristãos, as universidades passaram a ser guiadas por axiomas que também orientam a “igreja sem Cristo” da justiça social: 1. completa negação da transcendência, com ênfase no imanentismo; 2. aversão a qualquer crença no sobrenatural; 3. a rejeição do pecado ou culpa pessoal; 4. o ser humano finito se torna o critério último de aferição da verdade; 5. e, num twist gnóstico, o existencialismo, a fenomenologia ou o marxismo (entre outros) passam a ser a chave para a interpretação do mundo.
No fim, o ateísmo se tornou a cosmovisão que governa a interpretação de mundo nas universidades. E este pode ser descrito como um sistema filosófico que nega a existência de Deus, que afirma que o universo existe como uma uniformidade de causa e efeito num sistema fechado e que aspira à objetividade científica.
E qual o impacto dessa visão de mundo martelada continuamente sobre os jovens cristãos, que muitas vezes receberam uma dieta cristã rala em suas igrejas de origem? Como, ao se vergarem a tal sistema, a leitura da Escritura e da fé destes é impactada? Em diversos níveis: 1. passa-se a dar ênfase a uma leitura científica da Escritura, guiada pelo método histórico-crítico ou por uma hermenêutica de suspeita; 2. a negação da inspiração das Escrituras, da encarnação de Cristo, de sua morte expiatória, ressurreição corporal e segunda vinda; e dos milagres, que são negados ou reinterpretados; 3. as doutrinas cristãs são reduzidas a símbolos ou metáforas; 4. a redenção se dá por meio da política ou do Estado; 5. a culpa do mal e do fracasso está sempre no outro; 6. adere-se a uma ética situacional ou relativista; 7. abraça-se uma soteriologia universalista.
O ateísmo se tornou a cosmovisão que governa a interpretação de mundo nas universidades
Assim, os jovens cristãos, pouco preparados por suas igrejas para a guerra cultural, e que entram nas universidades, são colocados diante de opções duras. Uns dividem a fé em compartimentos estanques, um destinado à fé, vista como o lado “espiritual” da vida, outro aos estudos, o lado “secular” da vida; outros não têm coragem de afirmar sua fé em Cristo, pois não conseguiram descobrir uma forma de explicar a relevância da mesma; e outros simplesmente descartam “o caminho da justiça” e “o santo mandamento”, apostatando: “Desse modo, aconteceu-lhes o que diz este provérbio verdadeiro: O cão volta ao seu vômito, e a porca lavada volta a revolver-se no lamaçal” (2Pe 2,21-22).
A melhor opção é a do estudante cristão que, sendo chamado a se engajar no ambiente universitário – enquanto não surge opção mais viável –, se dedica ao estudo das diversas disciplinas acadêmicas, mas sempre submisso à sabedoria originada na Escritura Sagrada. Mas como cristãos podem abraçar esta opção se clérigos e mestres têm negligenciado a disciplina milenar da catequese nas igrejas cristãs?
Sendo discípulo de Jesus Cristo
Na Escritura a palavra “discípulo” contém a ideia de aluno: do hebraico talmiyd, “estudante”; do grego mathetes, “aprendiz”, “pupilo”, “aluno”. Assim, de acordo com a Escritura, o discipulado seria um modo de vida, o seguir ao Senhor Jesus Cristo. Portanto, fazer discípulos significa levar outras pessoas a seguirem os passos do Salvador, que chamou pecadores das trevas para sua maravilhosa luz – para buscar a santificação com disposição total.
Como escreveu o mártir Dietrich Bonhoeffer: “O discipulado é comprometimento com Cristo; por Cristo existir, tem de haver discipulado. Uma concepção de Cristo, um sistema doutrinário, um conhecimento religioso geral da graça ou do perdão não implicam necessariamente o discipulado; na realidade, excluem-no, são hostis a ele. Com a ideia pode-se ter uma relação de conhecimento, de admiração – talvez até mesmo de realização –, mas nunca a relação de discipulado pessoal e obediente. Cristianismo sem Jesus Cristo vivo permanece necessariamente um cristianismo sem discipulado; e cristianismo sem discipulado é sempre cristianismo sem Jesus Cristo; é uma ideia, um mito”.
O que é a catequese?
Mas o discipulado não pode ser confundido com a catequese. No Novo Testamento, “catequese” deriva do verbo katēcheō, “instruir à viva voz” (Lc 1,4; At 18,25; Rm 2,18; 1Co 14,19; Gl 6,6). E o termo didáskō, “ensinar” ou “instruir” (At 2,42), ocorre 95 vezes no Novo Testamento. Está relacionado ao substantivo didachē, “ensino” ou “doutrina” (Mt 7,28; At 2,42; Rm 6,17; 1Co 14,6). Já o verbo paradidōmi, traduzido como “transmitir”, “entregar”, “passar adiante” (1Co 11,2; 11,23; 15,3-5), representa uma dimensão do processo catequético.
Assim, tradicionalmente, a catequese passou a definir o processo de instruir a todos os membros de uma igreja cristã nos fundamentos da fé cristã desde cedo. Como se aprende da nascente igreja, em Jerusalém: “E eles perseveravam no ensino dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2,42).
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Encontramos uma boa definição dessa disciplina no Catecismo da Igreja Católica,§ 5: “A catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, que compreende especialmente o ensino da doutrina cristã, ministrado em geral dum modo orgânico e sistemático, em ordem à iniciação na plenitude da vida cristã”.
Uma longa tradição catequética
O catecismo, do grego katechismós, “instrução”, designa o conteúdo no qual as pessoas são catequizadas. Tradicionalmente, consiste em exposições dos Dez Mandamentos, do Credo, do Pai-Nosso e dos Sacramentos. Como Martinho Lutero escreveu, “exatamente tudo aquilo que um cristão precisa saber”.
Podemos mencionar três momentos chave da catequese na história da igreja. O primeiro situa-se na Igreja antiga dos séculos 2.º ao 5.º. Esta é uma época de desenvolvimento do catecumenato. Nesse tempo, a catequese foi usada para proteger a integridade doutrinária e a disciplina da igreja. Além do Didaquê ou Ensino dos 12 Apóstolos, se destacam as preleções catequéticas escritas por Hipólito de Roma, Tradição apostólica; Agostinho de Hipona, Primeira catequese aos não cristãos; e Gregório de Nissa, A grande catequese.
O segundo momento se deu na Reforma europeia do século 16. Tem sido considerada a era dourada da catequese. Martinho Lutero escreveu o Catecismo Menor para ajudar os pais a educar os filhos na fé e o Catecismo Maior, para ajudar pastores a educar os membros da igreja na fé (1529). Sua explicação para a produção desses documentos foi vigorosa: “A lamentável e mísera necessidade experimentada recentemente, quando também fui visitador, é que me obrigou e impulsionou a preparar este catecismo ou doutrina cristã nesta forma breve, simples e singela. Meu Deus, quanta miséria não vi! O homem comum simplesmente não sabe nada da doutrina cristã, especialmente nas aldeias. E, infelizmente, muitos pastores são de todo incompetentes e incapazes para a obra do ensino. Não obstante, todos pretendem o nome de cristãos, estão batizados e fazem uso dos santos sacramentos. Não sabem nem o Pai-Nosso, nem o Credo, nem os Dez Mandamentos. Vão vivendo como brutos e irracionais suínos”.
A melhor opção é a do estudante cristão que, sendo chamado a se engajar no ambiente universitário, se dedica ao estudo das diversas disciplinas acadêmicas, mas sempre submisso à sabedoria originada na Escritura Sagrada
João Calvino escreveu O catecismo da Igreja de Genebra (1542), composto de perguntas e respostas organizadas em torno dos Dez Mandamentos, do Credo dos Apóstolos, da Oração do Pai-Nosso e dos sacramentos; aborda assuntos de fé, obediência e vida da igreja. Esse catecismo foi usado em igrejas e casas e era lido em público quatro vezes ao ano. Aliás, a primeira edição das Institutas da Religião Cristã (1536) seguia uma estrutura catequética, expondo os Dez Mandamentos, o Credo, o Pai-Nosso, os sacramentos e a liberdade cristã, o poder eclesiástico e a administração política. Nessa época Zacharias Ursinos escreveu o Catecismo de Heidelberg (1536), que se tornou um dos mais influentes e amados documentos confessionais já escritos.
O terceiro momento foi entre os puritanos ingleses e escoceses do século 17, quando se destacou o dever pastoral da catequização de famílias. O mais prolífico catequista da época foi o ministro anglicano Richard Baxter, empregando o Breve Catecismo de Westminster (1647), que ensina “o que o homem deve crer a respeito de Deus, e o dever que Deus requer do homem”, para instruir e nutrir na fé sua paróquia em Kidderminster, no interior da Inglaterra. Ele disse sobre esse catecismo: “É o melhor catecismo que eu conheço, o mais excelente resumo da fé cristã”. Baxter visitava periodicamente as famílias de sua paróquia, cuidando de cada uma delas. Eram visitadas sete ou oito famílias por dia, duas vezes por semana, regularmente visitando as 800 famílias da congregação a cada ano, durante os 19 anos que ele passou à frente da igreja, entre 1641 e 1660. Nesses trabalhos pastorais, Baxter enfatizou vivamente o “cristianismo puro e simples”.
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Em resposta à Reforma protestante, o Concílio de Trento encomendou a produção do Catecismo Romano (1566). E, no fim do século 20, foi publicado o Catecismo da Igreja Católica (1992), preparado por uma comissão presidida pelo então cardeal Joseph Ratzinger, que se tornaria, mais adiante, o papa Bento XVI. Neste há uma exposição detalhada, baseada na Escritura e na Tradição, do Credo dos Apóstolos, da liturgia e sacramentos, da vida de fé em Jesus Cristo baseada nos Dez Mandamentos e no Pai-Nosso. Mais recentemente foi lançado o YouCat, abreviatura de Youth Catechism, Catecismo Jovem (2011).
Tim Keller e Sam Shammas desenvolveram o Catecismo Nova Cidade (2017), adaptação do Catecismo da Igreja de Genebra, do Breve Catecismo de Westminster e, especialmente, do Catecismo de Heidelberg, e que tem sido adotado por muitos evangélicos no mundo todo.
Todos estes catecismos apresentam o resumo básico dos ensinamentos da igreja cristã para assegurar que todos os membros desta compreendam os pontos essenciais da fé por si mesmos. Em todo esse esforço, clérigos e mestres enfatizaram que a fé (fides qua creditur) é questão de conteúdo doutrinal (fides quae creditur). Sem essa, a primeira não tem frutos; sem aquela, a segunda não se efetiva.
Um desafio poderoso
Infelizmente, parece, a catequese foi substituída nas igrejas por contar as histórias bíblicas, tratadas como eventos episódicos desconectados, seguidos por advertências morais. Este parece ter sido um esforço consciente, motivado em parte pelo desejo de evitar controvérsias doutrinárias entre as diversas igrejas cristãs.
Mas, com isso, a igreja cristã perdeu seu principal instrumento para preparar cristãos que se dediquem, entre outros, aos desafios intelectuais com uma mente submissa à Escritura. Também se perdeu uma filosofia pedagógica clássica, abraçada pela igreja através dos séculos. Pois o pressuposto pedagógico do catecismo era o Trivium (“o cruzamento e articulação de três ramos ou caminhos”), com sua ênfase em gramática, lógica e retórica. Isto é, por meio do Trivium, a mente é alimentada de fatos e imagens, de ferramentas lógicas para organizá-los e equipada para expressar conclusões. Com isso, os jovens cristãos não apenas foram privados de uma rica herança de ensino doutrinal e devocional, como também perderam uma estrutura de ensino poderosa. Se não queremos ser, como Peter Leithard descreveu, “uma igreja [...] letárgica, que promete pouco e exige menos”, precisamos, entre outros esforços, redescobrir a catequese.
Pois, como Timothy Keller escreveu: “O catecismo é muito mais do que memorizar um documento – é um compromisso comunitário de vida com o aprendizado e com o estudo. A memorização e a recitação ajudam a aprofundar, a prolongar e a reforçar a teologia e a prática da igreja. Essa profundidade de compreensão forma o alicerce para uma mudança contínua de vida e incentiva a integração na igreja, com mais resultados ainda do que os oferecidos pelos seminários e programas [educacionais] da atualidade”.
A igreja cristã perdeu seu principal instrumento para preparar cristãos que se dediquem, entre outros, aos desafios intelectuais com uma mente submissa à Escritura
Os clérigos precisam ter em mente que a prédica pública não é suficiente para reformar uma congregação. Esta precisa ser suplementada pela catequese pessoal. Como João Calvino disse, “a Igreja de Deus nunca será preservada sem catequese”.
E esta catequese pode ser realizada regular e periodicamente indo às casas das pessoas para instruí-las e apoiá-las. Também pode ser realizada por meio de Zoom, Telegram, aplicativos para celular e outras ferramentas que a tecnologia nos oferece. E pode ser feita não somente pelo pastor ou pároco, mas também por catequistas capacitados e bem-preparados para tanto. Portanto, não há desculpas: clérigos que não catequizam ou preparam outros para catequizar estão traindo sua vocação e aqueles que foram colocados sob seus cuidados. Pois a catequese também protegerá a igreja, afastando da mesma aqueles que apostataram da fé, abandonaram “o caminho da justiça” e o “santo mandamento”, mas insistem em permanecer na igreja para espalhar sua incredulidade e nova religião.
Para reverter a maré de idolatria e ruptura com o cristianismo que varre o Ocidente, e preservar ilhas de civilidade e civilização a partir da fé cristã, clérigos precisam retornar à catequese – pois nesta é oferecida o fundamento e base sólida da fé: a lex credendi, as principais verdades da fé, como resumidas no Credo dos Apóstolos; a lex vivendi, a vida de fé a partir dos Dez Mandamentos; a lex orandi, a oração a Deus por meio de Jesus no Espírito Santo; e a lex celebrandi, a liturgia e os sacramentos.
Para reverter a maré de idolatria e ruptura com o cristianismo que varre o Ocidente, e preservar ilhas de civilidade e civilização a partir da fé cristã, clérigos precisam retornar à catequese
Pois o que Bento XVI falou aos católicos alcança também os protestantes: “Convido-vos: estudai o catecismo! [...] Estudai o catecismo com paixão e perseverança! Sacrificai o vosso tempo para isso! Estudai-o no silêncio do vosso quarto, leiai-o em duplas, se sois amigos, formais grupos e redes de estudo, trocai ideias pela internet. Permanecei, de todos os modos, em diálogo sobre a vossa fé! Deveis conhecer aquilo em que acreditais; deveis conhecer a vossa fé com a mesma paixão que um especialista de informática conhece o sistema operacional de um computador; deveis conhecê-la como um musicista conhece a sua obra; sim, deveis ser bem mais profundamente enraizados na fé da geração dos vossos genitores, para poder resistir com força e decisão aos desafios e às tentações deste tempo. Tendes necessidade do auxílio divino, se a vossa fé não quer secar como uma gota de orvalho ao sol, se não desejais sucumbir às tentações do consumismo, se não desejais que o vosso amor se afogue na pornografia, se não desejais ignorar os fracos e as vítimas de abusos e violência”.
Portanto, que todos os clérigos cristãos escutem Martinho Lutero: “Por isso rogo a todos vós, pelo amor de Deus, meus queridos senhores e irmãos que sois pastores ou pregadores, que vos devoteis de coração ao vosso ofício, vos apiedeis do povo confiado a vós e nos ajudeis a inculcar o catecismo às pessoas...”
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos