O que o polêmico caso McGregor ensina sobre como um homem deve cuidar da sua família

Formar uma família é a melhor escola de desenvolvimento humano. Pode-se dizer que o casamento é a graduação mais importante que alguém pode fazer, e que cada filho que vem é uma pós-graduação, tamanho é o aprendizado e a maturidade que trazem.

Casamento e paternidade obrigam um homem a descobrir (muitas vezes na marra) o seu melhor lado – o lado mais sábio, altruísta, responsável e maduro. E, claro, nem todos estão dispostos a pagar o preço para se tornar uma versão melhor de si, que é o que realmente formará uma família feliz e próspera.

Por outro lado, construir uma família também é uma importante forma de proteção a todos os membros, desde o aspecto econômico (sim, somar forças em propósitos comuns não vai te empobrecer; muito pelo contrário) até a saúde mental.

Uma pesquisa publicada em setembro pela Universidade de Maryland mostrou que o casamento protege cada vez mais contra as chamadas “mortes por desespero” — mortes por suicídio, overdose de drogas ou álcool, ou doença hepática causada pelo consumo excessivo de álcool.

Os não casados ​​apresentam taxas de mortalidade 2 a 3 vezes maiores em mortes por álcool e suicídio e 4 a 5 vezes maiores em mortes relacionadas a drogas em comparação com a população casada. O estudo também concluiu que os benefícios de formar uma família são ainda mais acentuados para homens do que mulheres.

Mas manter uma família cobra um justo preço, e infelizmente tantas delas têm sido destruídas por comportamentos egoístas, colocando homens, mulheres e crianças para fora dessa rede de proteção tão importante.

Caso McGregor: o duro golpe da infidelidade

Um caso recente que mostra como a imaturidade e o egoísmo podem atingir uma família com golpes duros, às vezes fatais, está ligado ao lutador do UFC Conor McGregor – que ficou conhecido como o atleta mais bem pago do mundo em 2021, segundo a revista Forbes.

Sempre fui fã da performance do irlandês dentro dos ringues, mas fora muitas das suas atitudes não são das melhores. Conor tem quatro filhos com Dee Devlin, com quem vive há quase 15 anos, mas sua pouca fidelidade não é segredo para ninguém.

Nos últimos anos ele foi filmado ou fotografado várias vezes em situações íntimas com outras mulheres. Por fim, no final do mês passado foi condenado por agressão sexual a uma mulher – o crime teria ocorrido em uma festa na Irlanda, em 2018.

Uma foto que rodou o mundo no dia do julgamento mostra o lutador e a esposa deixando o tribunal. Ali se vê uma mulher brutalmente devastada, incapaz de disfarçar a dor e a indignação. Pelo que diz o processo, a mulher que acusou McGregor enviava a ele mensagens com fotos eróticas, mas o lutador decidiu não encerrar o problema de uma vez. Pelo contrário, deu corda. Há diferentes versões para o que aconteceu, mas a questão é que o irlandês confessou que traiu sua esposa, apesar de alegar que foi consensual.

Homens maduros mantêm a família sólida

O caso McGregor tem a ver com infidelidade e imaturidade, mas mostra também como o celular se tornou um ponto fraco para muitas famílias. De quantas formas é possível ser infiel apenas com um celular? Dando corda em conversas desnecessárias com outras mulheres e alimentando algo que um dia pode colocar tudo a perder, assim como fez McGregor?

Ou tratando mulheres com uma intimidade que não cabe a nenhuma outra que não seja sua esposa? Ou ainda curtindo fotos que não deveriam ser curtidas, fazendo comentários que não deveriam ser feitos, consumindo pornografia... Aliás, você se sentiria confortável ou preocupado se sua esposa pegasse seu celular?

A traição não acontece de uma hora para a outra: é um processo que se desenrola aos poucos, conforme a proporção que permitimos que ele tome.

Homens maduros protegem sua família de tudo, inclusive de si mesmos quando sua pior versão vem à tona e ele se torna uma ameaça ao bem-estar dos seus.

Qual tipo de homem e pai você é?

Uma criança, mesmo pequena, pode não entender tudo o que seu pai ou sua mãe dizem, mas armazena praticamente tudo o que os vê fazendo. Sua conduta como pai ensina mais do que mil palavras, e a forma como um homem trata sua esposa é o maior legado que um pai pode deixar para um filho.

Se nós, pais, não estivermos por perto ensinando com palavras e principalmente com exemplo, vai haver uma lacuna de referências. Hoje muitos meninos adolescentes estão confusos sobre sua sexualidade porque não tiveram referência de como um homem se comporta.

É provável que esses futuros homens, quando entrarem num relacionamento, não saibam como tratar suas esposas. Ou pior: não saibam lidar com os conflitos cotidianos, se desesperem e decidam ir embora frente aos primeiros desafios. Pode ser que a essa altura já tenham tido filhos, e o resultado é: mais crianças criadas sem um pai. Um ciclo sem fim.

Por outro lado, há meninas que crescem longe do pai e não têm referência de como um homem deve tratar uma mulher. Não viram seu pai tratar bem sua mãe, não viram o pai se desdobrar para manter as contas em dia e proporcionar segurança e conforto à família. Não têm padrões altos para o homem que vão escolher, então “qualquer um serve”.

Precisamos envolver nossos filhos por meio do exemplo e inspirá-los pela conduta. Crianças aprendem por observação e imitação: se o que você fala é diferente do que você faz, certamente ela vai reproduzir o que viu, não o que ouviu.

E se o nosso exemplo não for bom? É por isso que casamento e paternidade são a maior escola de desenvolvimento humano: eles nos impelem a mudar, melhorar, evoluir.

Homens maduros aceitam o processo com coragem e humildade; homens fracos o abandonam. Qual deles você é?