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Há algumas semanas o novo iPad Pro foi lançado no Brasil. Mediante todas as discussões que já fiz aqui no blog sobre o tablet como substituto de computador (leia mais aqui e aqui), é normal que as pessoas tenham curiosidade a respeito da capacidade do iPad Pro para tal. Mexi um pouco no aparelho e entrevistei uma pessoa que está com ele desde o lançamento nos EUA.

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Para começar, o preço assusta bastante. Começa nos R$ 4.999 para o modelo de 10,5 polegadas, 64 GB e Wi-Fi, indo até espantosos R$ 9.599 para o de 12,5 polegadas, 512 GB e Wi-Fi + 4G. A essas alturas, a maioria dos mortais pensa: “melhor pegar esse dinheiro e comprar um belo laptop, que faz mais coisas e ainda sobrará dinheiro”. Porém, não se trata simplesmente de comparar tablet com computador para ver quem faz “mais coisas”. Não se trata de mero poder de processamento! Se os computadores tradicionais “fazem mais coisas”, por outro lado não funcionam como cadernos digitais. Não são tão práticos para estudos ou artes. Não funcionam como pranchetas em hospitais e indústrias. Aqui, estamos discutindo COMO fazer as coisas, portanto, quando um tablet é mais adequado.

Esclarecido esse ponto, é preciso dizer que o novo iPad Pro tem sim o melhor hardware que a Apple já criou para um dispositivo para esta categoria: processador A10X Fusion de seis núcleos, 4 GB de RAM e bateria que não decepciona — dura pelo menos 10 horas.

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Muito mais que hardware, a empresa da maçã caprichou no iOS 11, que deverá sair nos próximos dias — e aí sim, fará dele um tablet super produtivo. Disso já falei bastante, leia tudo sobre o iOS 11 aqui.

Há quase 3 meses com um iPad Pro, meu entrevistado, Henrique Cunha, profissional de TI há uma década usando produtos mobile da Apple, reforça as qualidades do aparelho:

“Apesar da pouca diferença nominal para o iPad de 9.7”, dá para notar a diferença de tamanho da tela, e a imagem é um capítulo à parte. É verdade que, em quase toda a linha, os produtos da Apple estão com aquela cara de comida que sobrou no réchaud no fim do expediente de restaurante a peso (sim, com todas as letras, lamento se alguém gosta de adular uma empresa que empacou só para justificar pagar 1/3 de um carro num laptop), mas não tive essa impressão com o iPad Pro.”

Um parênteses aqui. A tela é fluida, nítida e vibrante por causa da tecnologia ProMotion, que exibe imagens em 120Hz. Isso faz a alegria de entusiastas de vídeos e gamers, mas é por isso também que muitos artistas e designers tem usado o iPad para criações artísticas: o Apple Pencil fica com latência de apenas 20 milissegundos, podendo ser usado em muitas ocasiões no lugar daquelas mesas profissionais. Com a vantagem de ser bem mais divertido poder desenhar ao ar livre ou em quaisquer outras ocasiões!

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Continuando o relato do Henrique:

Ele não é leve e nem tem como ser, com carcaça em alumínio, bateria generosa e tanto vidro, mas a sensação é que pesa um bocado menos que o primeiro iPad, que me acompanhou do lançamento até há dois anos. A bateria, aliás, é digna de menção honrosa: em 16 dias de uso, ele foi pra tomada 4 vezes, com uso misto que engloba escrita em processador de texto, navegação, Twitter e Netflix, com um pouco de aplicativos para o lápis, que também é muito bom. Software, por ora, é nosso velho conhecido iOS 10, sem nada que já não tenha sido mencionado à exaustão. A expectativa de novidades significativas recai sobre o iOS 11, daqui a pouco mais de um mês.

A oferta de acessórios para o modelo de 10.5″ no Brasil ainda é incipiente. Procurei capa e película, acabei tendo que pedir fora do país. A capa não recordo nome, é uma dessas marcas honestas porém desconhecidas que achamos na Amazon. A película, comprei a iCarez Pro, que já conhecia. Muito bem embalada e fácil de instalar porque acompanha adesivos guia, desliza bem e é preciso olharas bordas para ver que há uma película instalada. Só depois que já tinha encomendado foi que achei películas aqui no Brasil, mas genéricas chinesas e por pouco menos que o que me custou esta. Capas, por enquanto, só vi na Apple por quantias risíveis. Capa com teclado? Se for pra comprar um acessório tão caro, vou comprar de quem sabe fazer teclado. Desculpem a franqueza, mas fui mal acostumado por meu Thinkpad a usar teclados que se dão ao respeito. O que a Apple chama de teclado eu chamo de Fisher-Price para adultos. Vem cá, Logitech, sua linda, que eu quero ver essa capa teclado de perto!”

Veredito realista

Se você tem o iPad Pro anterior, não acho que a troca se justifique em termos de produtividade pessoal. Você já ganhará bastante com o iOS 11 em breve. Aliás, o mesmo vale para qualquer iPad elegível para a atualização de sistema. Sugiro que vocês ao menos aguardem o iOS 11 chegar em seus dispositivos, usem por um tempinho e só depois decidam trocar ou não. Muita calma nessa hora, pois o investimento não é coisa pouca.

Caso você faça questão de desempenho de ponta em vídeo e de acessórios como a caneta (o que para mim, vale todos os centavos, rins e córneas que você puder empenhar), avalie bem o retorno que o produto trará em seu dia-a-dia, ainda mais se o seu uso for profissional ou acadêmico.

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Quem tiver a chance de comprar um fora do Brasil, melhor ainda: não tenha medo de ser feliz e economizar um bocado.

A respeito da Apple Pencil, especificamente, vocês terão que esperar mais um pouquinho: em breve entrarei no tema das canetas digitais de Apple e Samsung. Prometo que trarei posts caprichados com fotos e vídeos e uma avaliação bem minuciosa. Aguardem!

Obrigada ao Henrique Cunha pelo depoimento e fotos.