| Foto:

Queridos leitores, se há alguém que neste 2017 passou por tudo que é possível, tanto de bom quanto de ruim, sou eu.

CARREGANDO :)

Comecei o ano fazendo planos, empolgada, como todo mundo. Mas como tem sido recorrente desde que fui diagnosticada com artrite psoriásica em 2010, em dado momento fui obrigada a jogar tudo para o alto e lutar para manter-me viva. Tive o pior rebote da minha doença desde que deixei a cadeira de rodas. Os médicos quiseram mudar meu diagnóstico para esclerodermia, com um prognóstico bem sombrio. Comecei até mesmo a organizar meus documentos pensando em morte, testamento e legado. Sondei amigos na possibilidade de passar a eles minhas contas nas redes sociais.

Em cerca de 15 dias a hipótese diagnóstica foi suspensa em virtude do resultado da biópsia. Não era esclerodermia, era apenas uma psoríase muito grave. Eu não ia morrer, apenas ia sentir uma dor de enlouquecer por um bom tempo. Minha pele rachava e sangrava em uns 90% do corpo. Eu parecia o Coisa do Quarteto Fantástico.

Publicidade

Mais uma vez só restou lutar. Nesse meio tempo minha casa pegou fogo, tive muitas perdas materiais (apenas materiais, felizmente) e um novo desafio: agora era preciso reconstruir o lar junto com a saúde.

Tive um colapso nervoso no dia do incêndio no pronto-socorro. Não desejo a ninguém sentir a dor que senti — no corpo e na alma.

Foi aí que entrou um anjo da guarda em minha vida: a Gazeta do Povo. Não podendo dar aulas, nem cursos, nem atender pacientes, minha única saída era escrever, do jeito que eu conseguisse: na cama, no hospital, em todos os lugares onde perambulei até poder voltar a ter casa. Fui tratada com grande carinho e respeito por toda a equipe da Gazeta — que já assinava e lia desde a infância — e assim pude recobrar a autoestima, reconstruindo a vida.

O ano de 2017 seria um ano diferente porque havia me proposto, logo em janeiro, um novo desafio: voltar a estudar para fazer vestibular e cursar Informática Biomédica na UFPR. No redemoinho de emoções e perdas encontrei refúgio nos estudos. Usei exclusivamente meu tablet para estudar, usando apostilas de PDF, assistindo videoaulas, tomando notas e fazendo resumos com a S Pen. Criei um Instagram motivacional para registrar minha jornada.

Até agora não sei como consegui encarar tanta coisa com a cabeça no lugar. Descobri que sou mais forte do que imaginava, e não raro precisei dar suporte emocional também a meu marido e familiares, que sofreram junto comigo.

Publicidade

Quase desisti de fazer o vestibular porque 2 dias antes a Ecco-Salva esteve em minha casa para me atender emergencialmente. Tive uma crise de asma por causa da poeira da obra. Além de tudo, estava um pouco chateada por só ter estudado entre 60 e 70% do edital. Mas já havia feito a inscrição há meses, então não tinha nada a perder. Fui bem e passei para a segunda fase! O resultado só sairá em meados de janeiro, mas já me considero vencedora por ter conseguido chegar até a etapa final. Se for necessário estudar novamente, que assim seja.

Continuei escrevendo na Gazeta, a saúde foi melhorando, recebi convite para trabalhar e estudar fora do Brasil (que não aceitei por ainda não estar 100% recuperada, já que seria em um país muito distante) e em novembro comecei o projeto Descomplicando a Tecnologia, com apoio da Samsung e da Vivo. Pretendo levá-lo a outras cidades em 2018. A casa também está quase pronta.

Só consegui chegar vitoriosa neste 31 de dezembro graças ao apoio que recebi dos meus leitores fiéis conquistados em 15 anos de blog e dos seguidores nas redes sociais. Muito obrigada a todos vocês! Prometo recompensá-los com mais conteúdo de qualidade, videoaulas e novos eventos.

Feliz 2018!