Já tive aparelhos com Windows Phone e adorava o sistema operacional. Limpo, fluido, intuitivo. E funcionava bem em dispositivos de entrada, com hardware bastante inferior — que aliás, tiveram algum sucesso no Brasil, principalmente entre as mulheres (não me perguntem o motivo).
Contudo, como bem sabemos, o Windows Phone fracassou. Não foi culpa do sistema operacional, mas de uma estratégia equivocada com a comunidade de desenvolvedores. Ninguém nega que os aplicativos são a alma de qualquer sistema mobile.
A Microsoft começou a acertar com soluções móveis quando passou a investir, veja só, em Android e iOS. O próprio Bill Gates veio a público dizer que passou a usar um dispositivo Android.
Tenho acompanhado bem de perto os principais produtos da empresa para smartphones e tablets e gostado muito. O Outlook melhorou bastante como app e a plataforma web está melhor do que nunca. O navegador Edge é veloz e consome menos recursos dos dispositivos móveis que o guloso Chrome. O Skype tropeçou quando resolveram mexer na interface e deixá-lo mais social, mas a companhia voltou atrás, felizmente. Foi preciso compreender que a o público do Skype é bem difetente, que transformá-lo em um Facebook não atrairia novos usuários — ao contrário, poderia repelir os ainda ativos. Ainda uso muito o Skype para reuniões de trabalho, aulas particulares e gravação de entrevistas e podcasts.
O Launcher para Android — outrora achamado Arrow, agora apenas Microsoft Launcher — também é um aplicativo interessante e funcional. Possui widgets no formato de feed que permitem visualizar os compromissos e emails do Outlook, notícias, documentos recentes do Office e do OneDrive, redes sociais e muito mais. Também organiza os aplicativos da bandeja em ordem alfabética, algo que para muita gente é mais intuitivo e prático que as pastas.
Na última atualização, o Launcher da Microsoft incorporou uma novidade antecipada no evento Builders para desenvolvedores mês passado: conectividade com PCs rodando Windows 10, de forma que um possa estender ao outro os trabalhos em andamento. Por exemplo, começar uma planilha no conforto de seu escritório e, logo na sequência, pegar um táxi e prosseguir em mobile — sem precisar de muitos toques. O dispositivo móvel se torna uma extensão do PC. Lembram quando ela anunciou o Continuum, que acabou não vingando? Parece que a ideia prossegue, só que agora pensando em diferentes ecossistemas além do Windows.
Mas o produto que é o grande vitorioso de todo o portfólio de aplicações é sem dúvida o Office 365. Já assino há 4 anos e é um grande companheiro de trabalho. O ambiente é estável, produtivo e elegante. E o mais importante: amigável com qualquer plataforma! Além dos softwares para Mac, Android e iOS, acesso também via web quando estou usando Linux e nunca contratempos. Redijo e administro meus artigos e trabalhos acadêmicos, bem como a documentação dos meus pacientes, sem nunca ter passado perdas de arquivos ou de formatação. Costumo redigi-los em tablet, durante visitas em que estou em pé. Depois mando imprimir pela nuvem, via smartphone mesmo. Em algumas ocasiões. Quando estou no computador de mesa ou laptop, em casa, reviso e organizo com calma os arquivos e os envio em PDF direto por email. Tenho direito ainda a 1TB no OneDrive e 60 minutos mensais de Skype para números fixos. Pago R$ 17,00 mensais via assinatura na Play Store.
Segundo a própria companhia afirmou no evento Build, a ideia é integrar ainda mais as experiências multiplataforma, tanto para usuários comuns quanto corporativos, onde sempre foi forte. É no público das empresas que ela mira, ofertando além do Office 365 e do Exchange, o software “Your Phone” para Windows 10, que visa espelhar o smartphone no PC, favorecendo o acesso remoto. A proposta é manter o foco no trabalho, sem distrações. Por enquanto o Your Phone está em beta para desenvolvedores, mas pretendo testá-lo no futuro.
Toda essa nova postura da Microsoft tem o objetivo de buscar novas formas de produzir e interagir, e claro, manter os lucros da empresa sem depender exclusivamente do Windows ou de hardwares próprios. Acredito que eles estão no caminho certo.