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Amanhã, dia 31/10 (terça-feira), dia das bruxas, o Senado votará o PLC 28/2017, que visa “regular” (na prática, acabar) com os aplicativos móveis de transporte no Brasil, como Uber, Cabify e outros. Nas redes sociais, a maior parte se posiciona a favor dos aplicativos, que possuem mais de 18 milhões de usuários e mais de 500 mil motoristas. É fácil entender o motivo: esses apps tem sido um alento em tempos de economia capenga.

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Em geral, quem se posiciona contra são taxistas ou políticos ligados a eles. Muitos deputados e vereadores são eles mesmos proprietários de licenças de táxi, que geram um belo faturamento mensal em aluguel — o que é irregular.

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Vamos, então, rebater os 4 principais argumentos dos políticos que são “anti-Uber:

1. “O Uber é uma empresa estrangeira capitalista malvadona que fatura bilhões!” 

Se o seu problema é com o fato da Uber ser estrangeira, vale lembrar que o projeto de lei não é só para ela: será para todos os apps de transporte particular no país, incluindo Cabify, 99 e Lady Driver. As 2 últimas são 100% brasileiras e a 99 já expandiu sua atuação para a América Latina. Escolha uma delas e incentive o empreendedorismo nacional.

2. “O Uber escraviza motoristas!” 

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Segundo dados da própria Uber, mais de 50% dos motoristas da plataforma são eventuais. Ou seja, são estudantes, donas de casa, aposentados e autônomos que querem complementar renda nas horas livres. Quanto aos demais, basta conversar com eles mesmos: a maioria está fugindo dos altos índices de desemprego do país. Longe de se sentirem escravos, eles estão é contentes em poder colocar comida na mesa.

3. “Uber é clandestino! Precisa ser regulamentado para segurança dos passageiros!” 

Sim, precisa e os próprios aplicativos concordam. Mas equiparar os motoristas dos apps a taxistas, exigindo por exemplo que um aposentado ou dona de casa solicite placa vermelha na prefeitura, é justamente para dificultar sua atuação. Basta pesquisar um pouco para ver que o projeto partiu de um representante de sindicatos de taxistas.

Ninguém é contra taxistas: eles também merecem tributação mais justa e o fim da máfia das licenças. Essas sim tornam seu trabalho desumano. Que tal lutar contra o mercado negro das placas de táxi? Muitos taxistas de Congonhas, por exemplo, trabalham desde bem cedo até às 15h só para cobrir o aluguel da placa; depois disso, o que faturam passa a ser realmente deles. Ou seja, precisam trabalhar por 12h ou mais por dia para que possam prover o sustento de suas famílias. Alguém aí falou em escravidão?

Sobre segurança, pergunte aos mais e 18 milhões de usuários de serviços como o Uber se eles os acham inseguros. Ao contrário: a ideia de controlar tudo por aplicativo é tão boa que até os taxistas já possuem seus apps.

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4. “Não pode pagar táxi? Pobre tem que se conformar que é pobre!” 

O que mais vejo desde que passei a usar o Uber em Curitiba são pessoas humildes ou idosas podendo ir a clínicas e hospitais em automóveis ao invés de sofrer no transporte público. Dependendo da enfermidade, é impossível pegar um ônibus.

Quem disse que pobre precisa se conformar por ser pobre foi o presidente do Sinditaxi em São Paulo, Natalício Bezerra. Ele também disse que o pobre da periferia “não quer carro na porta”. Assista a crueldade:

Você pode impedir que essa lei passe amanhã: procure seu Senador, faça barulho nas redes sociais usando a hashtag #LeiDoRetrocesso e vote NÃO na consulta pública do Senado, neste link.

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