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A palestra do economista Denis Blum, da Bradesco Corretora, tinha título bem
sugestivo: “Ilusões perdidas ou renovadas?” Isso porque, para ele, o pacote de
salvamento dos bancos norte-americanos vai apenas empurrar a crise para a
frente — e não resolvê-la. Segundo Blum, as medidas de Barack Obama podem até
ajudar a economia no curto prazo, mas acabarão por adiar o “imprescindível
ajuste pelo qual o mercado tem que passar”.

“O governo norte-americano está tentando apagar uma fogueira com gasolina. Para
resolver uma crise de endividamento, está imprimindo moeda, baixando os juros a
quase zero, estimulando as pessoas a gastar mais, a se endividar mais. Está
apostando em ideias como criar ‘bad banks’ [bancos ruins], que absorveriam
dívidas de pagamento duvidoso. Transferir empréstimos podres não reduz o
endividamento, não acaba com a inadimplência. Os inadimplentes continuarão
inadimplentes”, alertou o economista.

Blum defende que os EUA têm de estimular a poupança — e não o consumo. Ele
reconhece que esse processo será “muito penoso”, e que “grandes perdas são
inevitáveis”. “Mas, enquanto não se permitir o reequilíbrio da economia, ela
não vai se adequar ao verdadeiro poder de compra da população, que
evidentemente é menor que o poder de compra que a sociedade pensava ter na
época da fartura do crédito.”

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