Arthur Carvalho, da Ativa Corretora, falou sobre o cenário econômico.
Há quatro semanas, o mercado previa que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceria apenas 1,5% em 2009. Agora espera, em média, 0,01% de alta, segundo o último relatório Focus, do Banco Central. E mesmo isso já parece bom demais: a corretora Ativa aposta em uma contração de 1% na economia nacional neste ano.
“Vai ser muito difícil superar a demanda de 2008. Para o PIB crescer, teríamos
que recuperar tudo o que se perdeu [desde o início do ano] e ainda superar um pouco o ano de 2008”, disse o economista Arthur Carvalho, em sua palestra na Expo Money. Segundo ele, o desempenho da produção industrial será ainda pior: vai cair 4,4% em 2008. “Ela cairá mais do que o consumo interno porque as indústrias também dependem de exportação. E o resto do mundo está muito pior que o Brasil. As exportações estão caindo cerca de 30% neste ano.”
Carvalho avalia que nem um dólar na casa de R$ 2,50 deve ser prejudicial à
inflação, já que os empresários não terão coragem de repassar aumentos de custos para o consumidor. “O Banco Central tem muito espaço para cortar os juros. Acreditamos que, até julho, a Selic [taxa básica de juros] cairá para 9,25% ao ano. Ou seja, será de apenas um dígito pela primeira vez na história.”
Para Carvalho, o pacote anunciado nesta semana pelo presidente norte-americano
Barack Obama “é o primeiro sinal de que os Estados Unidos podem estar em uma
trajetória de recuperação”. “Mas, apesar de tudo isso, não me sinto confortável
para dizer que a recessão norte-americana vai acabar no segundo semestre de 2010. O que posso dizer é que antes do primeiro semestre de 2010 ela não acaba.”
Deixe sua opinião