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ChatGPT
Embora os efeitos da IA na atuação dos desenvolvedores possam vir a ser significativos, não serão, necessariamente, negativos para quem atua na área.| Foto: Rolf Van Root / Unsplash

Desde que a Inteligência Artificial mais famosa do momento, o Chat GPT, furou a bolha e tornou-se amplamente utilizada e noticiada, as consequências do seu uso, aplicação e, até mesmo, possibilidade de substituir pessoas em muitas funções, em diferentes profissões, também começaram a ser debatidas na mesma velocidade. Afinal, é natural que o ser humano se sinta apreensivo e se questione sobre a possibilidade de ser substituído profissionalmente por uma nova tecnologia toda vez que ela apresenta avanços disruptivos que podem mudar a organização do sistema produtivo e a vida no geral.

No entanto, as possibilidades em torno do uso do Chat GPT, junto às estimativas e especulações sobre a sua aplicação em profissões diretamente relacionadas à tecnologia, foram suficientes para iniciar o sentimento de incerteza em desenvolvedores, que normalmente não se sentem tão ameaçados pelos impactos de novidades tecnológicas. Embora os efeitos da IA na atuação dos desenvolvedores possam vir a ser significativos, não serão, necessariamente, negativos para quem atua na área.

Se a pergunta é se “ainda vale a pena estudar para ser desenvolvedor?”, a resposta é sim, pois a IA deverá ser útil na automatização de tarefas rotineiras, permitindo aos desenvolvedores se concentrarem em problemas mais complexos e desafiadores, o que pode contribuir para o aumento da produtividade e da satisfação com o trabalho. Atualmente, existem várias ferramentas e plataformas que auxiliam os desenvolvedores, utilizando IA, como GitHub Copilot, Blackbox Ai e Amazon CodeWhisperer, as quais permitem que seja possível escrever e corrigir códigos de uma maneira mais rápida e eficiente.

Então, ao invés de tentar substituir completamente o trabalho humano, a IA pode e deve ser usada para aumentar a eficiência e a produtividade, permitindo que os programadores se concentrem nas atividades que as máquinas não são capazes de fazer da mesma maneira e com a mesma qualidade que nós. Então, os profissionais que estão entrando no mercado devem saber da necessidade de se adaptar e evoluir com as mudanças tecnológicas.

Para se preparar para esse futuro, os programadores podem investir no estudo e domínio das próprias tecnologias que utilizam Inteligência Artificial, assim como em soft skills, pensamento crítico, criatividade e resolução de problemas complexos. Manter-se atualizado sobre os avanços da IA e aprender a trabalhar em conjunto com ela são fatores fundamentais para o sucesso no mercado de trabalho.

É importante lembrar que a Inteligência Artificial, como qualquer outra tecnologia, tem limitações e falhas. Por isso, é essencial ter cautela e não confiar cegamente em uma IA. A supervisão humana continua sendo necessária e indispensável em muitos casos, especialmente quando se trata de tomadas de decisões complexas, em que é necessário análise crítica, até porque os humanos possuem soft skills que a Inteligência Artificial não tem da mesma forma.

Embora não seja possível prever com exatidão o futuro ao qual esta tecnologia nos levará, certamente não estamos próximos dos enredos de filmes distópicos, em que os robôs se revoltam contra a humanidade. As IAs precisam ser utilizadas como uma ferramenta complementar e não como uma substituição total do trabalho humano. O futuro não precisa ser apenas uma única perspectiva (tecnológico), ele precisa ser humano e tecnológico.

*Daniel Kriger é CEO e fundador da Kenzie Academy Brasil.

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