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Equipe trabalhando com tecnologia
A educação corporativa deve ser um pilar das empresas, formando colaboradores capazes de administrar e interagir de forma benéfica com a evolução digital.| Foto: Pch Vector / Freepik

O ano de 2023 começou com Bill Gates falando que o ChatGPT e, consequentemente, a evolução da Inteligência Artificial é tão importante quanto a invenção do PC ou até mesmo da internet. Há indícios de que a tecnologia cognitiva vai mudar a forma de se comunicar, exigindo cada vez mais conhecimento digital e perspicácia das pessoas para entender os tipos de conteúdo que se está consumindo e, mais que isso, saber se relacionar com esse conteúdo. Inovar nunca foi tão necessário.

Enquanto isso, o mercado mostra uma outra realidade. A pesquisa TIC Empresas, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), revelou que apenas 13% das empresas adotaram a IA em seus processos, com destaque para grandes corporações que, nesse universo, representaram 39%. Ou seja, o número é tímido.

O dado nos faz refletir sobre o quanto a inovação ainda precisa evoluir dentro do mercado e, sobretudo, o quanto empresas precisam olhar para isso e entender de que forma poderão se beneficiar da tecnologia cognitiva. Ainda há entraves quando se fala em arriscar a esse ponto.

Todo mundo quer inovar, mas muitos não enxergam maneiras de colocar isso em prática - e acabam ficando presas a paradigmas antigos. Achar, por exemplo, que a IA só está relacionada a aplicativos, chatbots e afins, restringe o olhar do mundo corporativo quando o assunto é inovação. É preciso ampliar horizontes e olhar para processos, softwares, logística etc. - claro, afinal, no cerne de tudo isso está a tecnologia.

Mas, e as pessoas? Como vamos olhar as pessoas que fazem parte do mercado, e que estão passando por uma transformação social, tecnológica, cultural, financeira e de carreira?

Por isso, um dos caminhos a ser tomados deve incluir a educação dentro de empresas. Porta de entrada para esse tipo de ação, a educação corporativa deve ser um pilar das empresas, formando colaboradores capazes de administrar e interagir de forma benéfica com a evolução digital.

Ao oferecer treinamentos, capacitações, funcionalidades que estimulem a prática de uso de IA, por exemplo, acaba-se contribuindo para um mercado disposto e com habilidade tecnológica, ampliando os olhares dos funcionários e envolvendo-os de maneira positiva. Hoje é possível, por exemplo, criar treinamentos ultrapersonalizados, com uso de plataformas guiadas por IA – o famoso algoritmo – que, assim como uma rede social, vão guiando o usuário diariamente, estimulando não só a prática de aprendizagem constante, mas também o consumo saudável de tecnologia dentro do ambiente corporativo.

É o desenvolvimento pessoal e profissional oferecido de forma cada vez mais individualizada e imersiva. Consequentemente, assertiva. Hoje, produtos que oferecem Inteligência Artificial desenvolvida com foco na aprendizagem adaptativa são tendência no mundo todo. Ou seja, no lugar de treinar muitas pessoas com um só conteúdo, criam-se conteúdos adaptados para cada colaborador. Com usabilidade, trilhas personalizadas de aprendizagem, algoritmos, webséries, humor e muito mais.

É a educação corporativa na palma da mão. Ainda, treinamentos em formato de game ou até mesmo no metaverso também são realidades palpáveis para corporações que estão dispostas a inovar. Propor uma simulação de vendas, um atendimento a um cliente com uma persona definida, situações que envolvam inteligência emocional, são algumas das várias maneiras de oferecer um processo de imersão próximo à realidade, engajando, estimulando e, inovando.

Além disso, a IA pode resolver gaps de cultura corporativa que acabam tomando muito tempo – e dinheiro – de áreas como T&D e RH, como é o caso da fase de onboarding de novos colaboradores, por exemplo. É a possibilidade real de criar uma ferramenta de IA que traz informações relevantes de uma empresa. Das questões mais básicas, como, por exemplo, o caminho para solicitar compra de material de escritório, até mais complexas, como tirar dúvidas de compliance ou de códigos de conduta.

Fato é que a inovação deve ser conduzida por pessoas preparadas para isso. Não adianta exigir de uma equipe que não consome tecnologia cognitiva no seu dia a dia que ela saia do seu quadrado e proponha novas e incríveis evoluções corporativas. Precisamos ouvir o que o Bill Gates disse. Estamos passando por uma transformação, e o mercado precisa preparar as pessoas para isso.

*Marcel Nobre, CEO da BetaLab.

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