No texto de hoje, falaremos do impacto do metaverso nos negócios B2B. Sobre este assunto, há dados importantes, que devem ser considerados. Segundo estimativa do Gartner, até 2026, 25% da população mundial, ou seja, 2 bilhões de pessoas, estarão no metaverso. Além disso, 30% de todas as instituições do mundo disponibilizarão algum tipo de produto ou serviço.
Devido à relevância deste tema, é válido explicar o que é metaverso, por ainda ser um termo novo. Há, algumas definições, mas nenhuma contempla ainda a complexidade que ele nos apresenta. Para simplificar a compreensão, vamos definir metaverso como a criação de uma esfera virtual que se conecta positivamente com o mundo offline. Nessas criações no mundo virtual, são promovidas interações com o meio ambiente, com produtos, mas também com usuários do mundo todo. Nesse sentido, da mesma forma com a internet veio mudar a maneira como os seres humanos interagiam entre si, o metaverso volta-se para a experiência e o engajamento, influenciando diversas atividades cotidianas, desde uma compra, passando pela relação entre pessoas, até chegar ao âmbito profissional. Então, apesar da diversidade de aplicações do metaverso, esta é uma definição mais ampla do que ele é.
Atualmente, a aplicação do metaverso tem sido muito presente na indústria do entretenimento, como por exemplo, empresas especializadas na criação de cenários e promovendo experiências únicas ao assistir a um jogo da NBA ou da Champions League, ou ainda eventos religiosos e shows, como o Rock In Rio.
Na realidade de empresas B2B, antigamente eram comuns reuniões presenciais ou videoconferências, inclusive com produtos complexos e com ticket médio alto. Uma pergunta importante em relação a essa realidade é: como o metaverso pode impactar esse mercado B2B?
Cada vez mais as empresas se preocupam com a experiência do cliente, e isso inclui também as empresas B2B. Ao pensarmos, por exemplo, em empresas que vendem cursos e treinamentos para equipes, a ideia é mostrar o produto de maneira viável, ou seja, apresentando ao cliente a experiência que os funcionários dele terão. Essa apresentação e experiência é que o metaverso pode facilitar e otimizar tanto em questões financeiras como de tempo. Ao invés de somente apresentar dados e resultados alcançados, o foco é trazer o cliente para dentro da experiência que sua empresa está vendendo, para que ele vivencie antes de comprar e, consequentemente, se engaje com a atenção plena voltada ao assunto. Ou seja, quanto mais imersão, maiores são as chances de o cliente escolher o seu produto após vivenciar essa experiência promovida pela sua empresa.
Bem, e para começar a colocar em prática, é essencial pensar na acessibilidade para as empresas. Então, é inviável investir em uma experiência que demande mais do que sua empresa pode investir a princípio. O ideal, portanto, é utilizar elementos acessíveis da Web 2.0 para se conectar à Web 3.0, de maneira que seus clientes possam acessar a experiência que você apresenta sem precisarem adquirir, por exemplo, aplicativos caros ou novas máquinas. Hoje, portanto, o metaverso ainda é um serviço prestado por empresas que trabalham com realidade virtual, aumentada ou mista, e que trará pioneirismo para os negócios B2B. Obviamente, com o passar do tempo, ele será um produto que sua empresa poderá comprar, mas esta ainda não é a realidade atualmente.
Por fim, fica claro como o metaverso é algo que precisa ser olhado com muita atenção e, mais do que isso, é preciso pensar em como os vendedores precisam se adaptar para realizarem vendas valendo-se dos benefícios proporcionados por ele. Para isso, quem vende precisa estar atento às tendências tecnológicas que fazem mais sentido para o seu negócio, especialmente por este ser um campo ainda muito novo, sempre pensando na experiência e no engajamento do seu usuário. Dessa maneira, sua empresa será capaz de utilizar as melhores experiências, ou seja, as que se adaptarem a ela e aos seus clientes, mantendo-se atualizada com essa nova tendência do mercado e alcançando melhores resultados.
*Rafael Mendes é CEO da RP Trader.