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Educação e tecnologia

Crescimento de edtechs brasileiras esbarra na expansão do 5G

Menino usando computador para estudar
Está na hora dos gestores públicos compreenderem a importância da chegada da 5G e promoverem uma expansão rápida e linear para acelerar este processo. (Foto: Compare Fibre / Unsplash.)

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A expansão de um dos setores mais promissores da TI no Brasil, o das edtechs, empresas de tecnologia especializadas em criar soluções inovadoras para a área da educação, enfrenta um problema: a falta de legislações municipais para o novo modelo de conectividade previsto com a implantação do 5G.

É que após a instalação de antenas em todas as capitais brasileiras, a meta é a ativação da rede em cidades com mais de 500 mil habitantes. No entanto, levantamento da Conexis Brasil, que reúne empresas de telecomunicações e de conectividade, mostrou que 10 cidades desse porte ainda não têm leis de antenas preparadas para o 5G.E este cenário coloca um freio em um setor que conseguiu responder rapidamente à demanda imposta pela pandemia de Covid-19 e mostrou que pode muito mais em um país que ainda registra defasagem no nível de maturidade tecnológica corporativa, especialmente o sistema educacional.

Acredito que a velocidade prometida pelas redes 5G tornam os serviços oferecidos pelas edtechs muito mais eficientes. A diferença para o usuário, seja o gestor educacional ou o aluno, está na duração de transferência das informações. E em um mundo cada vez mais digitalizado isso faz toda a diferença.

Estamos falando de soluções que dependem da velocidade de conexão. Assim como o mercado teve que compreender a existência de um estudante multimídia, está na hora dos gestores públicos compreenderem a importância da chegada da 5G e promoverem uma expansão rápida e linear para acelerar este processo.

Vale lembrar que o setor cresceu 26% durante o período mais intenso da pandemia, segundo levantamento realizado pelo CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira) e pela Abstartup (Associação Brasileira de Startups do Brasil), e agora segue focado em apresentar para as instituições de ensino plataformas que atendam às características da sociedade digitalizada, como ferramentas que englobam sistemas de gestão e de comunicação, tecnologia para atividades em sala de aula e sistema de análise de dados no ensino.

No Brasil, a principal frequência do 5G será com o uso da faixa 3,5 GHz, que já conta com a autorização da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para a ativação comercial, mas a efetivação depende, entre outros fatores, de legislações municipais. A meta de atendimento de todas as cidades com mais de 500 mil habitantes foi estabelecida em leilão, mas para atender a próxima etapa as operadoras de rede móvel terão que superar os desafios das instalações.

Enquanto isso não ocorre, as edtechs seguem desenvolvendo soluções disruptivas para a transformação digital do sistema educacional e contribuindo para o letramento digital de alunos e professores, tornando o processo de ensino-aprendizagem mais atrativo para a nova geração. É um processo que, sem dúvidas, seria acelerado e traria muitos benefícios à sociedade como um todo, se tivéssemos uma melhor infraestrutura de telecomunicação e conectividade no país.

*Rafael Moreira é economista, gestor comercial com atuação na área de tecnologia, sócio e diretor de operações da F10 software, especializada em desenvolvimento de soluções para o setor educacional.

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